RETALHOS DO SERTÃO |
BENEDITO JOSÉ CARDOSO |
Na extensa paisagem.
O gado morrendo ao léu.
Essa gente de coragem.
Chamada de retirante.
Chorando pedindo ao céu.
Sob o intenso clarão.
Tão rico e tão belo.
Na imagem do velho Sertão.
O galho jaz contorcido.
Desse povo tão sofrido.
Retalhado pelo chão.
Contrasta na Região.
Esperando a chuva cair;
Para arar a plantação.
Na Caatinga tão maltratada.
Esse povo sofredor.
Sofre a dura realidade:
Pela fome e pela seca;
Pelas águas de sua dor;
Pela intensa estiagem.
No rosto as marcas deixadas
Na imagem do guerreiro .
Rogando ao Salvador.
Pelo Nordeste brasileiro.
Que caia chuva no chão.
Da morte que na terra impera.
E mude a seca pastagem.
Dessa sofrida Região.
Cresça a verde folhagem.
Pra matar a fome do povo.
Engordar o gado sagrado.
Neste período tão esperado.
E mude o santo destino.
Desse povo nordestino.
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Biografia: "As obras do artista só têm valor, quando consegue atingir a sensibilidade daqueles que entendem" |
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