SEU MENELÁU E UMA DÚZIA DE OVOS
Saliento que o senhor desloque à delegacia mais próxima, pois o problema do senhor não é resolvido aqui. Foi o que falei ao cidadão que me ligou às duas da madrugada, naquele dia em que estava de plantão. Penso que meu argumento não o convenceu, não é seu Meneláu, pois volto a repetir. Seu problema não se resolve aqui, vá à DP mais próxima e faça uma ocorrência. Era uma noite daquelas. O telefone não parava um segundo, realmente seria uma noite de trabalho. O inusitado estava por vir, quando já estava para amanhecer, ouço alguém gritando à porta do quartel. Era um senhor que aparentava ter seus sessenta e cinco anos, alegando que fora roubado, por um elemento. Perguntado o que fora roubado do ancião, fiquei perplexo com o que ele falou. Disse que o elemento levou uma dúzia de ovos que tinha comprado dias antes na bodega. Perguntado por que não ligou imediatamente para a polícia, veio a surpresa. Eu liguei, e vim fazer o que o policial me disse. O que o policial falou para o senhor? Que eu procurasse a delegacia mais próxima. Só tem um problema. A delegacia não é aqui. Como o senhor se chama? Meu nome é Meneláu dos Santos. Calei-me e me senti um péssimo policial, pois se tivesse boa vontade e paciência teria solucionado o furto de uma dúzia de ovos, que para mim não seria nada, mas para o velho seria a comida da semana.
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