Quem nasceu ou já tenha visitado uma fazenda ou um quintal de uma casa no interior da Bahia, mais precisamente no sul do estado, terra de grandes cacaueiros já deve ter observado na sede das fazendas grandes pomares carregados de ciriguela, laranjas d'água, pinhas, tangerinas, dentre outras frutas. Que menino ou menina daquelas bandas nunca subiu em um pé de fruta para colher seus deliciosos frutos. Época que não existia wi-fi e as crianças eram obrigadas a criar várias brincadeiras para sua diversão, e uma delas era colher frutas. Era uma fartura tamanha, sem falar na quantidade de galinhas, patos, gansos, saqué. Passarinhos de todo tipo: sabiá, Guriatã, trinca-ferro, sete cor, chorão, papa capim e curió. Os quintais pareciam uma farmácia natural a céu aberto. Quem nunca foi buscar umas folhas de erva cidreira, mastruz, poejo, capim santo, boldo, favaca grossa, favaca fina, hortelã e manjericão. Mas achando que já tinha visto de tudo nessas bandas do sul da Bahia, deparei-me um dia desses num grande quintal da pequena cidade de Aiquara com dois quadrúpedes da família do equus asinus, conhecido popularmente com jegue, sendo criados e dividindo espaço com bípedes e palmípedes que ali viviam, uma verdadeira arca de Noé em terra firme.
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