27
- Estranho você ter me chamado para um sorvete, ainda mais que você e a Kalinka brigaram de vez.
- Pois é Jenifer mais eu não te acho falsa como aquela lá.
- Obrigada mais você sabe que ela ainda frequenta minha casa e estudamos juntas?
- Sim eu sei e daí, mais se não quiser falar comigo devidos aos outros acontecidos, vou entender.
- Para, somos amigas.
- Obrigada.
- Olhe eu não gostei e nem apoiei o que te fizeram, fiquei sim com raiva de ti por que achava que você deveria ter me contado sobre o Tiago, juntas teriamos descoberto um meio de te livrar daquilo tudo, mais também havia a falsiane da Kalinka, daí ia dar erro sempre.
- Nossa Jenifer não imaginava você assim tão forte e com idéias tão próprias.
- Pois é todo mundo me vê um tanto volúvel.
- Eu não.
- Não?
- Um tanto patricinha até vai, mais volúvel é muito forte e você nunca foi assim.
- Pois é, eu não sou, só faço o tipo que esta maldita sociedade compra.
- Entendo.
- Então, amigas?
- Sim, sempre amigas. Um abraço e muita alegria entre as duas.
- E o colégio?
- Meu vô ja providenciou um para mim.
- Você aceitou?
- Conhece bem ele, na realidade eu queria um outro, mais ele deu seus meios para que eu ficasse no qual ele quer.
As duas continuam a conversar, risos e sorvetes, 40 minutos depois Jenifer se despede e Roberta liga para Hermes.
- Pronto senhorita.
- Pode ir.
No carro ela fica solta as lembranças da antiga escola, professores, alunos, colegas e aqueles ditos amigos.
- O que foi senhorita?
- Nada Hermes, só estava pensando alto.
Na sala da mansão Roberto termina seu wisky quando a neta entra.
- Por onde estava?
- Olá vô.
- Foi atrás daquele traste?
- Não vô dei minha palavra, esqueceu.
- Certo Roberta.
Ela beija o vô na testa e logo sobe para seu quarto, Rebeca ali a guardar o novo uniforme da moça.
- Ah, não, sério que vô ja comprou o uniforme?
- Sim, ele ja esta sabendo de sua conversa com a inspetora.
- Meu Deus, como as coisas voam hein Rebeca.
- É querida assim são as coisas.
- Nossa pelo uniforme tá mais para religioso.
- Mais eu acho que lá ja foi tipo desses, mais agora esta mais liberal.
- Que bom né.
Roberta sai do quarto ja em outra roupa e desce para a sala onde o avô ainda esta a ler um jornal.
- Vô, o senhor ainda via ao escritório?
- Sim, só estava esperando você descer preciso ter uma conversa contigo.
- Do que se trata vô?
- Suas férias esta chegando, quero você comigo na empresa vou começar a te pôr á par de tudo.
- Por que isso agora vô?
- Roberta, seu tio Maciel, nem preciso explicar tanto, todos sabemos é um zero á esquerda aquele não muda, não tem interesse em nada, se deixarmos tudo nas mãos dele, acontecerá de em menos de 6 meses ele acabar com tudo.
- Credo vô.
- Estou dizendo alguma mentira?
- Não.
- Portanto esta decidido, há tempos ja tenho isso comigo, vou treina-la em caso que eu falte ou tenha de sair em urgência.
- Mais será que ja estou preparada vô?
- Ninguém está o tempo nos faz preparados, não se esqueça disso.
- Sim vô.
- Mais o que você quer falar comigo neta?
- Sobre o uniforme....
- Estou sabendo e se quiser pode amanhã depois da aula comprar um novo modelo, ja liguei e falei com eles, porém não a quero criando obstáculos e confusões naquele colégio, não condiz com sua pessoa e nossa família.
- Sim vô.
- Mais algo?
- Não, é que....
- Diz.
- Nada, obrigado vô, te amo.
- Então tá. Roberta beija o vô na face e sai dali, Roberto enche os olhos de lágrimas e segue para o carro, ja dentro do veiculo em movimento se entrega a um choro.
- Aconteceu algo dr, quer ir ao médico?
- Não Hermes, só estou tendo que ser eu, sabe, quando a gente se faz e fica forte diante a uma empresa, funcionários é uma coisa, mais ser assim diante a uma neta é como se o mundo caisse em minha cabeça.
- Desculpe dr, não o entendo.
- Melhor assim Hermes, melhor assim.
Roberto recebe uma mensagem no seu celular ao le-la se torna frio ali.
- Hermes de a volta, vamos para a mansão.
- Sim dr, aconteceu algo?
- Só dirija por favor.
- Sim, me desculpe dr. Hermes faz a manobra e retorna para a mansão.
Ali na cozinha Rebeca termina de cortar os legumes para uma sopa que Roberta fez o pedido a ela.
- Rebeca.
- Dr, esqueceu algo, quer que eu vá buscar.
Roberto ali junto de Hermes olha firme para a antiga empregada.
- Quero que seja o mais sincera possível.
- Sim dr.
- Isso serve a você também Hermes.
- Pode dizer dr.
- Vocês ou algum de vocês esta se encontrando com a Mônica?
- Eu a vi dr, umas duas vezes. Rebeca baixa a cabeça dizendo.
- Por que Rebeca, logo você?
- Eu sentia que o sr ou melhor o dr ia saber mais não tive coragem de lhe contar antes.
- O que ela queria?
- Perguntar se o dr estava muito triste com a falta da senhora Gio.
- O que a disse?
- Que não tinha acesso a intimidade dos patrões.
- Fez bem, olhe bem, não quero nenhum dos dois de conversa com aquela miserável.
- Sim dr. Os dois respondem.
Roberto sai dali indo para seu escritório, hermes retorna a garagem e Rebeca sai para fora, tira seu celular e faz uma ligação.
- Isso mesmo que ouviu, ele ja sabe que nos encontramos, sim, agora teremos de ser mais cautelosas ou tudo irá por água abaixo, tá, eu sei, tchau.
Rebeca desliga o aparelho e o guarda em seu uniforme.
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Os dias seguem, Tiago ja recebera alta do hospital, agora de volta a o salão é cuidado por Mercedes e Helana.
Nestor ainda revolto com Helana por sua ação para com ele diante a Roberto, Tiago ainda se move com certa dificuldade, Mercedes prepara uma canja, Helana serve para o rapaz lhe auxiliando com a refeição.
- Tem noticias de Roberta?
- Quem?
Helana olha para o rapaz que teve uma leve sequela da surra que levou, parte de sua memória ainda não fora liberada, o dr disse a eles que talvez com o tempo ele se lembre de tudo.
- Você realmente não se lembra dela?
- Quem? Tiago sorri para ela.
Nestor termina de comer e Mercedes segue para a pia a lavar louça.
- Quando seu sobrinho estiver melhor eu e Helana iremos embora.
- Sei disso, se quiser ja podem ir.
- Não, agora não, só quando ele estiver melhor.
- Vai saber quando ele vai estar.
- Olhe Nestor, entendo sua raiva, mais tudo que ela disse eu te juro, era tudo que sempre tive vontade de te dizer e ainda muito mais.
- Você esta mudada Mercedes.
- Todos mudamos.
- Já não te conheço mais.
- Bom, eu mesma nunca lhe conheci direito.
- O que quer dizer?
- Esqueça.
- E pensar, quando eu te conheci você estava em um desespero que só, na frente de um bar, frio, chovendo e você ja carregava no ventre uma vida.
- Sou muito grata a ti, acredite ou não, você naquele momento salvou duas vidas.
- Será, será que é realmente grata, então por que então me trata de forma tão distante, por que não diz logo que seu amor nunca acabou por ele.
- Você sabe disso, nunca te enganei, sempre o amei e vou continuar amando, gosto de você Nestor e lhe sou grata, mais é só isso, só isso.
- Vai atrás dele então?
- Não.
Helana entra ali.
- Então diz pra mim, o que você pretende fazer, o que nós vamos fazer, vamos para onde, ja que não quero ficar mais aqui?
- Pode deixar eu ja estou pensando sobre isso.
- Que bom mãe.
Nestor sai dali sem olhar para a garota, Mercedes senta na cadeira próxima a pia.
- E sobre minha estória mãe, ja esta pronta para me contar ou vai continuar a fingir que nada aconteceu aqui, neste lugar?
- Sim eu vou te contar. Helana ouve tudo que Mercedes lhes diz, sobre sua estória, lágrimas descem de seus olhos.
- Por que me escondeu isso tudo, por que teve de carregar tudo isso sozinha mãe, por que mãe?
- Por que é isso que mães fazem, a gente se machuca, sangra e se fere pelos nosso filhos.
- Meu Deus você ja pensou que minha vida, minha origem ficou ai no meio disso tudo?
- Fiz e teria feito a mesma coisa, não lhe faltou nada, sei você pode falar de carinho, amor e cuidados, mais eu te dei tudo isso, o Nestor você querendo ou não, nunca deixou faltar a ti o prato de comida e a roupa para vestir.
- Mãe a vida não é só isso.
- Eu sei filha, mais e ai, o que você passou, me diz, me conte agora o que te faltou, quantas vezes você dormiu de barriga vazia em sua vida até aqui?
- Mãe.
- Chega Helana, eu errei mais não vou ficar de joelhos em sua frente e te pedir perdão, sabe por que, por que eu não fiz mau algum a ti, pelo contrário do meu jeito da minha loucura eu te salvei da morte.
- Morte mãe?
- É isso mesmo e sabe não me arrependo de nada.
- Me perdoe mãe.
- Ja te perdoei bobinha.
- Amigas?
- Tola, sou sua mãe como posso ser sua inimiga?
- Te amo mãe.
- Eu te amo muito mais.
- E o que vamos fazer, não podemos ficar aqui?
- Vou arrumar um lugar para a gente, não se preocupe, mais também não podemos deixar o Ti desse jeito.
- Já sei, a gente leva ele.
- Não podemos.
- Por quê?
Nestor surge ali.
- Por que Tiago é meu sobrinho, portanto é minha responsabilidade.
Roberto segue para a mansão, quando vê na calçada Mercedes, cabisbaixa andando.
- Mercedes.
- Oi Roberto.
- Para onde está indo?
- Pare com isso, siga sua vida ja teve sua neta, agora nos deixe.
- Eu preciso me desculpar com você e a garota.
- Não há necessidade, nós vamos nos mudar, ficará melhor para você, siga sua vida, ja te disse.
O carro segue e a mulher fica ao longe parada até que decide por dar seus passos, quando vai para a rua o carro para a seu lado.
- Não, não quero e nem vou te deixar sair da minha vida.
Roberto sai do carro e a abraça ali na rua, lágrimas descem de ambos.
20182705..........................
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