Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Tordesilhas de torpes ilhas
Sergio Ricardo Costa




Por Geotagging codificado,
Dá-se agiotagem às milhas
Que determinar,
Por seu lado
Tornar — seu — o meridiano
Dos meliantes do passado,
Os mais maltrapilhos
Deste engano
               De ignorância aflitiva,
Pois que festejam, todo um ano,
Com pandilha e comitiva,
Como um aviso de vespeiros,
Publicidade primitiva,
Até chegar outros janeiros
(E outra campanha altruísta):

Lançam mãos aos manuais certeiros

Da realidade imprevista.

E na precariedade,

Dois mundos
E imprecisões fora de vista,
Dialogam com os mais profundos

E ficam loucos com os menos.

Tristes, os pândegos Raimundos,
Que adormecem, pálidos, plenos
Das palavras em suas bocas

(Frouxas) de homens obscenos:

Vendem, por atacado,
Louças, espirais,
Caracóis de vento,
Tordesilhas de torpes poucas paisagens.

Nisso o pensamento
Nos contradiz e,
                             No entanto,
Nega o líquido em movimento
E
Resume ainda com espanto

A vida por idealismo
E,
Acima de nós,
Tanto,                            
                                  Tanto
Doloroso demais o abismo
E as lágrimas, imóveis...

Vida,
Morte,
São um gnosticismo
Solene na voz comovida
E um problema maior — morte
(Vida é muito desconhecida),

Corta o mundo feito o mais forte
                        Diamante
E após diferente costura,
Desperdiça o corte
Muito meticulosamente
No vidro impecável do acaso
                               Do tempo

E quase não se sente

Um melhor dia como um caso
De hipersensibilidade,
Por tão menos perder o prazo,
Por tão menos não ter vontade
Do que dignifica ainda
Viver,

É única verdade

Que resista
Ou sofre, bem-vinda,
A vida como assustadora
Miragem,
Roda na berlinda
Infantil,
A lei redentora:

Tordesilhas de torpe outrora,

Tão menos quanto jamais fora,
Outrossim,
Solta mundo afora
Vive-se,
Não porque mais goste,
Desaba-se em pacto e demora

Como um marco,

Um limite,
Um poste,
Capitania hereditária,
Pelos litorais em que encoste

Ou barcos de guerra,
Na área
Marcada, a que leva a bandeira
De um reino,
Ou trégua necessária,

Cruzados ossos e caveira,
Desembarque de nossos dias
Mais difíceis e de maneira
Elegante entre zombarias,
Descuidado, o inferno desaba
Sob as ondas e as naus vazias.

Feito em pedras o mar se acaba
— Em cemitérios fatalistas:
Sangue nas plumas do emboaba,
Sangue nos dentes dos paulistas
— Estúpidos filhos e filhas,
Mortos sem glórias
Nem conquistas.


Biografia:
-
Número de vezes que este texto foi lido: 52832


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Há mais tormentos em ser que em esperar Sergio Ricardo Costa
Poesias No silêncio milenar Sergio Ricardo Costa
Poesias Parceiros pelos pares de pênis Sergio Ricardo Costa
Poesias Restrições em concluir Sergio Ricardo Costa
Poesias Alma, esta coisa suja protegendo os corpos Sergio Ricardo Costa
Poesias Pano, linha, pano... Sergio Ricardo Costa
Poesias Nem sei que o mundo Sergio Ricardo Costa
Poesias A aproximar-se se desfaz Sergio Ricardo Costa
Poesias É como dor que a flor cresce Sergio Ricardo Costa
Poesias A cor do eu acordou em mim Sergio Ricardo Costa

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 208.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68971 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57894 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56714 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55790 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55038 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 54936 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54838 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54810 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54723 Visitas
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54711 Visitas

Páginas: Próxima Última