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Ali na sala, Lurdes mexe os dedos, vez ali passa as mãos nos cabelos, em sua frente no outro sofá, Bruno e Marcos.
- E então Lurdes, por que ir?
- Tenho assuntos.
- Te entendo, mais por que antes disse que ficaria e agora já vai?
- Preciso.
- Aconteceu algo, alguém lhe ofendeu?
- Não, Bruno, tenho minha vida, meus assuntos.
- Tudo bem.
- Então talvez não nos vejamos na minha ida adeus.
- Até logo Lurdes.
Bruno e Marcos saem da sala indo para o quarto, ali Lurdes aproveita confere no celular, nada de mensagens de Adélia.
- O que houve, o que ela esta tramando.
Marcos deita na cama, Bruno cai ao seu lado.
- O que esta acontecendo?
- Não sei Bruno, mais sinto que há algo estranho.
- Será que vai vir algo ruim?
- Queira Deus que não.
- Qualquer coisa nos protegemos.
- Não, eu te protejo amor.
- Que doce.
- E o Gustavo?
- Meu filho agora esta querendo se tornar empresário.
- Como assim?
- Pois é agora fica o tempo todo junto dos pais da Laís, quer aprender tudo sobre comércio.
- Que louco.
- Eu estou achando o máximo, meu filho é bastante interesseiro, inteligente, educado.
- Igual ao pai.
- Que elogio.
- Sempre temos que elogiar a quem amamos.
- Obrigado.
- Só disse a verdade.
- Ah, sobre a casa em Epitácio?
- Tudo certo, vamos fazer uma limpeza lá no próximo final de semana?
- Demorou. Risos.
Ali eles se acabam em beijos e abraços.
Gustavo ajuda o pai de Laís a fechar a loja e o homem lhe oferece carona mais ele opta por andar um pouco, Laís fora para a aula de inglês e depois tem ballet.
- Então até amanhã.
- Até.
O rapaz anda pela calçada e logo entra no calçadão onde entra em 2 lojas e confere os preços e analisa algumas mercadorias que poderá sugerir na loja do pai de Laís para futuras compras, continua no passeio e entra numa lanchonete de onde sai com uma coxinha de frango e refri em lata.
- Olá garoto perdido.
- Oi André.
- O que faz por aqui?
- Acabei de sair da loja do pais da minha namorada.
- Loja?
- Nossa você não esta sabendo?
- Não, mais agora você vem comigo, te dou carona e você me conta.
- Demorou.
Eles seguem até a avenida onde André abre o carro e Gustavo entra.
Marcos se despede de Lurdes e sai junto de Bruno que o leva até o portão.
- Vai dormir comigo?
- Amanhã.
- Sério?
- Tô dizendo, amanhã eu fico na tua casa.
- Te amo.
- Vai.
Bruno olha até Marcos virar a esquina e entra na casa, Lurdes ali na cozinha prepara um macarrão, molho de salsichas, salada verde.
- Tem certeza que não quer se abrir Lurdes?
- Esta tudo bem.
Bruno segue para o quarto quando.
- Por favor Bruno, nunca deixe Adélia tomar conta de sua vida.
- Por que diz isso?
- Por favor.
- Você sabe de algo, diz por favor Lurdes.
- Cuida do seu filho, proteja ele, olhe assim que puder saia desta casa.
- Lurdes, esta me colocando medo, minha tia é má?
- Não, não é isso, só por favor cuide dele e de você.
A conversa flui animadamente no carro entre André e Gustavo.
- Cara não sabia que você era tão legal.
- Tá vendo, vocês jovens não dão vez para os tios.
- Para com isso, André, posso te pedir algo?
- O quê?
- Na verdade é uma pergunta.
- Pode fazer.
- Você gosta do meu pai?
- Claro somos colegas de trabalho, amigos...
- Não, André, de outro modo você entende o que eu digo.
- Gustavo.
- Cara eu não sou bobo, sei que ele e o Marcos tem algo bem íntimo.
- Meu, como vocês jovens são diretos hein.
- Antenados.
- Isso, pode ser isso.
- E ai?
- Sim, na verdade, eu amo Bruno.
- Ama?
- Pois é, nossa, estoutodo nervoso, sem graça total, falando disso contigo.
- Se ama, por que....
- Gustavo o amor do Bruno é para o Marcos.
- Entendo.
- Quero então a amizade dele.
- E o Marcos?
- Bem se ele quiser ser meu amigo, por mim, tudo bem.
- Sei.
Toca algo no rádio uma música bem contagiante e Gustavo aproveita para sair do assunto vendo que André ficara em desconforto com aquilo.
O carro para na frente a casa, Gustavo olha para André que sorri.
- Bem chegamos.
- É.
O rapaz olha profundamente em André.
- Vamos entrar.
- Não, além do mais o Marcos esta ai.
- E ai, é meu convidado.
- Melhor não.
Gustavo puxa André pelas mãos e ali surge um beijo, André mergulha a língua dentro da boca do rapaz que o abraça, os segundos seguem e logo eles separam.
- Me desculpe.
- Fique de boa, eu que quis.
- Gustavo.
- Sabe, desde quando eu te vi, eu quis.
- Por favor.
- Mais sabe, a boca da Laís é melhor.
- Graças. Risos.
Gustavo sai e André segue seu rumo.
Ele abre a porta, Lurdes sorri da cozinha e vai para o quarto, ali Bruno de toalha saira do banho.
- Que bom que chegou filho, onde esta aquela bermuda...
- Pai.
- O que houve filho?
- Eu beijei o André.
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- Vocês se beijaram, ele te forçou, fez algo mais?
- Calma pai eu quis.
- Como assim?
- Eu quis, só isso.
- Bruno se deixa cair na cama, Gustavo abre a gaveta da cômoda pega roupas para ele e joga ao lado do pai a bermuda que procurava.
- Obrigado.
- Nada pai.
Após o banho, ali na copa fazem a degustação do jantar em pleno silêncio, Lurdes termina e diz que vai para o quarto terminar de arrumar suas coisas, ali pai e filho se olham.
- Precisamos conversar.
- Sobre o quê pai?
- É sério isso filho?
- Pai tô de boa.
- Gustavo.
Terminada a refeição, eles lavam a louça, guardam as sobras e deixam a cozinha impecável.
- Filho.
- Sim pai.
- E a Laís?
- Minha namorada?
- Filho.
- Pai, tudo certo, eu queria saber o que o sr sente.
Bruno sente o mundo desabar ali na sua frente aos seus pés.
- Como assim?
- Oras pai, sei que o sr gosta do Marcos, mais o André gosta de ti também.
- Como soube?
- Pai, eu vejo.
- Sim, eu é que sou careta, devia ter dito antes.
- Pai de boa, pode ficar tranquilo, não vou e nem quero explicações.
- Filho.
- O que eu quero é que seja feliz.
- Gustavo.
- Ah sobre o beijo, prefiro o da Laís, mais molhado e feminino.
- Meu filho.
- Te amo pai.
- Também te amo filhão.
Ali eles se abraçam, ao longe Lurdes presencia a cena e lágrimas nos olhos profere baixo.
- Se minha amiga estivesse viva, presenciaria o quanto o rebento dela se tornou um homem valoroso.
Amanhece, Lurdes ali no aeroporto se despede de Marcos, Bruno, Gustavo, André, Vera.
- Obrigado por terem vindo.
- Nos ligue assim que chegar.
- Tudo bem.
Ela os abraça e segue para seu voo para Belo Horizonte o pessoal segue para o escritório, menos Marcos que leva Gustavo para a loja e depois segue para um compromisso.
No escritório todos ali contentes com o retorno de Victor que após organizar sua sala, vai para a de Bruno.
- Atrapalho?
- Jamais.
- Me desculpe não ter ido.
- Olhe Victor foi Deus que ajiu, acredite se fosse eu não poderia ter lhe dado a devida atenção necessária.
- Podemos falar?
- Claro. Bruno encosta a porta e serve café para Victor.
- Obrigado.
- Aconteceu algo Victor?
- Olhe Bruno eu sei que vai ficar um tanto embaraçoso mais preciso falar.
- Pode dizer.
- Eu tenho um caso com seu tio.
- Desconfiava.
- Como?
- Nas suas férias, entrei na sua sala e vimos no seu pc uma foto.
- Meu Deus.
- Fique tranquilo, permanece em segredo.
- Mais você disse que vimos.
- Sim eu e o André.
- Nossa.
- Fique tranquilo.
- Bem, o fato é que em minha férias eu conheci um outro alguém, desempedido.
- Boa sorte.
- Verdade.
- Victor todos temos de ter um amor.
- Realmente pensa assim?
- Claro, eu também amo um homem.
- Como?
Ali Bruno lhe conta tudo sobre como conhecera Marcos e seus sentimentos por aquele homem.
- Nossa que lindo Bruno.
- Pois é, a vida tem seus encontros.
- Demorou mais eu acho, encontrei o meu par.
- Lhe desejo toda felicidade.
- Obrigado Bruno.
- Ja falou com eu tio.
- Olavo não vai entender, tentei falar com ele ontem e me pôs para fora.
- Incrível como ele pode ser tão bruto.
- Mais vou resolver, só precisava desabafar.
- Quando quiser falar pode vir, sempre te ouvirei.
- Obrigado de novo.
Victor aperta a mão de Bruno e sai da sala.
André entra logo após, encontrando Bruno preso em pensamento.
- Oi.
- Olá me desculpe, não te vi entrar André.
- Bati na porta, sem resposta entrei vai que tivesse acontecido algo.
- Fez bem.
- Aconteceu algo?
- Sim.
André ali a olha-lo com certo aguço, já Bruno sem entender se por curiosidade ou desejo.
- Victor esteve aqui.
- O que disse?
- O que já sabíamos.
- Sobre seu tio?
- Sim.
- E ai?
- Ele encontrou um outro alguém.
- Meu Deus.
- Pois é, agora vai começar a guerra.
- Mais o dr Olavo deveria saber, mais dia ou menos ia acontecer.
- E agora?
- Só resta saber o que o que o dr vai fazer.
- Com certeza vai querer ele fora do escritório.
- Isso sim.
- O quê?
- Pode estraga-lo diante ao ramo jurídico.
- Será André.
- Me desculpe Bruno, ele é seu tio, mais sei de coisas que meu pai conta.
- Não pode ser.
- O que pensa fazer?
- Por enquanto vou só acompanhar, qualquer coisa eu pensarei.
- Conte comigo.
- Obrigado André.
03012018..................
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