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Ele olhava para o vazio.
Estava, no melhor restaurante da cidade, vestia roupas caras, o relógio era um rolex, e o celular valia mais do que algumas motos que existem por aí, na sua frente uma garrafa de vinho de safra muito antiga, e um prato extremamente sofisticado que ele nem conseguia falar o nome.
E lá estava ele olhando para o nada.
O restaurante estava cheio, pessoas elegantes, mulheres lindas, era o ponto de encontro da maioria das modelos, e executivos da cidade, conversavam intensamente, mas o tom era tranquilo e baixo, como a boa educação elegante ensinava.
-Está tudo bem senhor? - escutou a voz do garçom, aparecendo do seu lado,de repente.
Ele balançou a cabeça afirmativamente, sem olhar para o garçom, que foi embora atender um outro cliente que o estava chamando.
¨O que fazer agora?¨-pensou, não se sentia desesperado, estava tranquilo, pois sabia que qualquer atitude errada, poderia poderia tornar tudo pior.
Olhou para o relógio, vinte e uma horas, colocou a mão por dentro do paletó, e com a mão sentiu a Glock, segurou-a firme.
Levantou de forma rápida que até a cadeira caiu, ninguém sequer prestou atenção.
Tirou a Glock e atirou, sabia que seu tempo era curto, não podia haver falhas. focou na sua respiração de forma a se tranquilizar.
O primeiro tiro foi certeiro, fazendo na cabeça do homem a sua frente explodir, numa mistura de sangue e miolos.
Por um breve segundo, tudo parou, era como se tivesse apertado o botão de ¨stop¨ de uma gravação antiga. Um grito alto estridente de mulher. cortou aquele momento, e o segundo tiro acertou a cabeça do infeliz do lado dela, o tiro atingiu a boca e espatifou o seu maxilar.
Estranhamente ninguém se mexeu. gritos desesperados, choros, e toda tensão da situação estava lá, então porque não corriam?
Ele continuou a atirar, foram mais tiros, todos certeiros na cabeça, o restaurante, já estava tingindo de sangue, miolos se espalharam, nas coisas e pessoas, que continuavam no mesmo lugar.
Descarregou a arma. Os mortos, com suas cabeças despedaçadas, se misturavam com os vivos, estáticos, que rogavam a Deus piedade, choravam desesperados e pediam misericordio, mas sempre no mesmo lugar parados.
E onde estava a ¨porra¨ da polícia?
-Maldito - pensou. Porque foi duvidar daquele estranho? Porque foi tomar aquela pílula?
A mudança inesperada aconteceu do nada. Primeiro foram os mortos que começaram a tremer compulsivamente e durante esse processo foram mudando, de repente estavam de pé, com um macacão preto colado sem definição, óculos escuros e só, não tinham cabelo e nem boca, o nariz também não existia, só uma leve protuberância que apoiava o óculos, rente à cabeça, uma cabeça sem orelhas.
Escutou duas batidas de palma forte, atrás de si, olhou e o estranho de conversa, maluca e olhar hipnótica estava ali com um leve sorriso.
-Nunca imaginei que você realmente fosse tomar aquela pílula, mas aqui estamos e não se pode voltar para trás não?- piscou maliciosamente para ele.
Em seguida tudo ficou escuro e o nada o envolveu.
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