|
Nem a pedra, o foguete, a barba cerrada, o botão vermelho,
nem a música, o casco do cavalo, a trombeta do tocador,
nada é mais importante do que aquilo que precisas
na hora certa, um sorriso, mais que isso,
alguém acenando, um beijo, um abraço,
um "vem cá...", a mão te chamando,
a luz no farol para o teu navio
em desvario...
Soma teus ganhos e tuas perdas,
veja o que te resta de liquidez,
veja o que você fez
com os dias que ganhou quando nasceu,
o que poupaste do que deveria gastar,
os bens do teu coração,
o meu pedaço que nunca recebi,
a ligação que nunca me fez,
nem o convite para teu aniversário,
nem a esperança que deverias dar a quem te ama,
a cama desarrumada,
o lençol no chão,
nem assim escreveste o poema que prometeste,
nem foi o Rei que queria ter sido,
nem bem o amor te chega
e devolves a quem te ama...
Mesmo assim escuto o teu nome ser chamado,
mesmo assim ouço as sílabas do teu coração,
nem que não queira terás o amor por dom na alma,
nem que saia correndo te alcançará a furiosa calma...
|
