Nem havia amanhecido
Luzes brilham através de uma fresta nas cortinas
Deitado, imagino alienígenas chegando
Cabeças sem cabelo, corpos vermelhos
Sinto uma atmosfera pesada
Eles caminham sob chuva fina e fria
Ouço sapatos atravessando a rua
Uma música soa triste, parece longe
Tenho uma imensa vontade de parar de viver
Estou tão sozinho, só queria chorar
Nunca tinha tido uma noite tão lenta
O tempo se arrasta pesado e escuro
Tento lembrar meus sonhos, esforço inútil
Estou preso dentro de uma lua vazia
Aqui a vida começou e já acabou
Vários sons invadem minha mente
Meus olhos contemplam almas vazias
Acredito que será para sempre
Encarcerado sem paredes
Se eu conseguir sair daqui
Penso em começar de outro modo
Tudo que preciso é conseguir acordar
Ir até a fresta na cortina
Acenar para os que caminham na chuva
E pedir que me levem daqui...
®Valtencir – jun_2020
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