Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Livrarias
T. Richter

Não sei se mais alguém reparou nisso, mas o tempo dentro de uma livraria corre de forma diferente do que no lado de fora. Entra-se em uma, dá-se uma olhada rápida nas prateleiras, duas rodadas no expositor giratório de livros de bolso e uma folheada naquele livro que te recomendaram e aquilo que pareciam 20 minutos transformam-se em quase duas horas assim que se põe os pés porta afora. É incrível!

Tenho experimentado várias vezes essa anomalia no continuun espaço- temporal. Lembro-me de uma vez em especial em que eu estava seguindo pela Rua do Ouvidor a caminho de uma reunião quando passei em frente à livraria. Uma dessas megastore genéricas, nada lá muito especial. Foi-se o tempo em que na Ouvidor você encontrava uma Garnier... O tempo não poupa nada ou ninguém e a Rua do ouvidor não seria exceção.

Eu tinha tempo de sobra até o início da reunião. Faltava pouco mais de quarenta minutos para a hora marcada e seria apenas uma olhadela rápida, afinal! Coisa de um instante ou dois. Saí de lá 10 minutos atrasado e com dois livros do Joseph Conrad debaixo do braço. Até hoje não consegui encontrar uma explicação cabível e coerente para o ocorrido.

Talvez não sejam as livrarias que causem essa distorção temporal, no fim das contas... às vezes me parece que sejam os livros que o façam. Isso explicaria porque ao ir à Bienal do Livro semana passada eu cheguei no Riocentro pouco depois do almoço e saí já sob à luz das estrelas, com mais alguns livros para a sempre crescente pilha de livros à serem lidos.

Admito que esse foi um caso extremo... Também que deve-se levar em conta que fiquei para assistir uma sessão do Café Literário onde um antigo professor meu seria conferencista, mas mesmo assim o fenômeno não deixa de ser fascinante. E em termos de sentido, tudo se encaixa... Com tantos livros juntos no mesmo lugar o efeito seria, com certeza, ampliado.

Porém, se considerarmos cada stand como equivalente a uma livraria, é possível que sejam de fato elas as responsáveis. O ponto da ampliação de efeito devido à alta concentração continuaria válido nessa hipótese. São inúmeras as possibilidades a cogitar... Pode ser ainda que tanto a livraria como espaço quanto os livros como elementos façam parte do sistema que origina tal estranho fenômeno.

Não sei se mais alguém reparou nisso, mas o tempo dentro de uma livraria corre de forma diferente do que no lado de fora. Entra-se em uma, dá-se uma olhada rápida nas prateleiras, duas rodadas no expositor giratório de livros de bolso e uma folheada naquele livro que te recomendaram e aquilo que pareciam 20 minutos transformam-se em quase duas horas assim que se põe os pés porta afora. É incrível!

Tenho experimentado várias vezes essa anomalia no continuun espaço- temporal. Lembro-me de uma vez em especial em que eu estava seguindo pela Rua do Ouvidor a caminho de uma reunião quando passei em frente à livraria. Uma dessas megastore genéricas, nada lá muito especial. Foi-se o tempo em que na Ouvidor você encontrava uma Garnier... O tempo não poupa nada ou ninguém e a Rua do ouvidor não seria exceção.

Eu tinha tempo de sobra até o início da reunião. Faltava pouco mais de quarenta minutos para a hora marcada e seria apenas uma olhadela rápida, afinal! Coisa de um instante ou dois. Saí de lá 10 minutos atrasado e com dois livros do Joseph Conrad debaixo do braço. Até hoje não consegui encontrar uma explicação cabível e coerente para o ocorrido.

Talvez não sejam as livrarias que causem essa distorção temporal, no fim das contas... às vezes me parece que sejam os livros que o façam. Isso explicaria porque ao ir à Bienal do Livro semana passada eu cheguei no Riocentro pouco depois do almoço e saí já sob à luz das estrelas, com mais alguns livros para a sempre crescente pilha de livros à serem lidos.

Admito que esse foi um caso extremo... Também que deve-se levar em conta que fiquei para assistir uma sessão do Café Literário onde um antigo professor meu seria conferencista, mas mesmo assim o fenômeno não deixa de ser fascinante. E em termos de sentido, tudo se encaixa... Com tantos livros juntos no mesmo lugar o efeito seria, com certeza, ampliado.

Porém, se considerarmos cada stand como equivalente a uma livraria, é possível que sejam de fato elas as responsáveis. O ponto da ampliação de efeito devido à alta concentração continuaria válido nessa hipótese. São inúmeras as possibilidades a cogitar... Pode ser ainda que tanto a livraria como espaço quanto os livros como elementos façam parte do sistema que origina tal estranho fenômeno.

Não sei dizer com certeza. Como já disse antes não tenho respostas definidas. Tudo aqui é empírico, percebido meio por acaso, fruto de experiências diversas, sem intenção nem método, acumuladas no correr de anos. Desde quando? Do cada vez mais distante tempo da faculdade? Quiçá pouco antes? Difícil precisar...

Pergunto-me se mais alguém percebeu. Acredito que não sou o único. Quem sabe o próprio Einstein não seja um dos outros? Talvez ele tenha tido o primeiro vislumbre daquilo que viria a se tornar a teoria da relatividade ao pisar no duro e sujo concreto da calçada e fechar atrás de si a porta de uma livraria qualquer.

                                                                                                                                                                                                                         
                                 Setembro, 2015

*Originalmente publicado no extinto fórum do Bar do Escritor

Número de vezes que este texto foi lido: 52818


Outros títulos do mesmo autor

Crônicas Sintomas do Tempo T. Richter
Crônicas Campinho, Estação Apostólica T. Richter
Crônicas Saúde Privada T. Richter
Crônicas Mapas T. Richter
Crônicas Livrarias T. Richter
Crônicas Obrigado por utilizar nosso atendimento on-line T. Richter
Crônicas O Fator Tempo T. Richter
Contos Desagradabilíssimo #5 T. Richter
Crônicas Frida Kahlo T. Richter
Crônicas O pangaré de Cosme e Damião T. Richter

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 29.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68971 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57894 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56714 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55790 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55037 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 54934 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54838 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54810 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54722 Visitas
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54711 Visitas

Páginas: Próxima Última