Eu observo,
De longe, mas, observo.
Observo que não me veem.
E, se me vissem, acho que não agiriam assim.
Contudo, se me vissem constantemente,
Talvez de alguma forma eu me tornaria invisível.
Pois, quando se acostumam com algo, desprezam!
E com isso, fariam tudo novamente.
Eu vejo sempre os gritos e os choros,
Vejo os anseios e os assombros,
Vejo ainda ainda mais o sofrimento não visto,
E, as lágrimas da falta do carinho não tido.
Talvez se eu ao menos aparecesse às vezes
Teriam a noção de que realmente existo,
Que não estou no infinito como abordam,
Portanto, viveria tudo isso
Somente para ensinar a biologia do pensamento.
Sou então seu medo, sou sua razão,
Sou sua angústia e a sua mágoa,
Sou os seus olhos, sou o seu sofrimento,
Sou um momento querendo viver.
Entretanto sou o seu sorriso e a sua alegria,
Sou o toque e o prazer que irradia,
Sou ainda mais a paixão equiparada com a emoção,
Eu sou o seu sangue bombeado pelo seu coração.
Existe um momento então que apareço,
E, me torno invisível,
Faço-me assim para não me ver,
Para que não me vejam,
Que na verdade sou você.
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