Sempre falamos do soldado que vai a guerra ou a tropa, mas nunca da guerreira que espera na incerteza. Dona Maria viu seu filho filho partir para a incerteza, ao seu lado estava Tania uma esposa que esboçava um olhar de angústia por não ter a certeza que o Timóteo voltaria para conhecer o filho que carregava no ventre.Cada passo que ele dava rumo os desconhecido as duas mulheres que viviam em pé de guerra sabiam que a partir daquele momento, uma bandeira branca nascia entre elas, porque precisavam uma da outra para suportar à longa ausência do homem que ambas amavam.
Meses, anos se passaram o pequeno Timóteo nasceu, a cópia perfeita do pai, aos 4 anos já conhecia de cor a história da foto emoldurada na parede. Sua mãe e sua avô sempre falaram do herói de roupa camuflada que deixou seu lar para criar condições para que outras crianças pudessem correr pela rua em paz, essa era sua história favorita, porque contava a história de um homem que deixou de ser pai, para tornar possível os sonhos de desconhecidos.
Ninguém esperava que àquela noite chuvosa e fria pudesse trazer um filho, um marido e um pai para casa. Dona Maria e sua nora lembravam como se fosse ontem do jeito brincalhão dele bater a porta, com o coração cheio de incertezas abriram, e lá estava ele, rosto cansado, e sua roupa camuflada o pequeno Timóteo não precisou nem olhar para foto apenas correu e abraçou seu pai e disse baixinho: Amanhã iremos juntos para a escolinha, quero mostrar para meus amigos que o herói de roupa camuflada existe.
Suzana Zandamela
|