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O MISTERIOSO CASO DA COMUNIDADE DOS IDOSOS
Philip Pear

Burford, Inglaterra. Ano de 1807.

Esse era para ser um ano glorioso para o novo prefeito, Thomas Burn; ele gastou uma fortuna para conseguir chegar ao posto atual. Tudo ocorria dentro do planejado, venceu as eleições contra seu maior rival, Jefferson Klein. Thomas inaugurou a comunidade para pessoas acima de sessenta anos, fora uma promessa de campanha, então ele a cumpriu. As coisas começaram a dar errado quando surgiu o primeiro desaparecimento na nova comunidade. Depois da primeira vítima, tiveram outras três em menos de dois meses. As pessoas de Burford estavam assustadas, algumas deixaram até a cidade, e ninguém sabia ao certo aonde foram parar os quatro idosos sequestrados. O prefeito ficara atônito, pois sua credibilidade despencou; e para piorar toda a situação, surgiu um agravante, um idoso foi encontrado sem vida em sua residência. Quem estava na cena do crime, investigando o assassinato, era o detetive Harold Harry, o melhor detetive do estado.
- Detetive Harry, você tem que solucionar este crime. – O vice prefeito cumprimentou a Harold. – Este marginal não pode passar impune.
- Aonde está o prefeito? – Questionou o detetive.
- Ele está em seu gabinete, por quê?
- Nada. – Harold era um homem de poucas palavras. Ele já tinha uma linha de pensamento sobre os desaparecimentos, mas faltavam algumas peças. Harry analisou todo o ambiente, viu algumas pegadas com um pouco de lama, e algo lhe chamou a atenção: uma pulseira com gotas de sangue. O detetive recolheu a pulseira e com um potinho pegou o que conseguiu da lama.
Do lado de fora o candidato derrotado gritou entre a multidão que se aglomerou:
- Acabou para vocês, a cidade está em maus lençóis. – Harold ouviu Jefferson gritando para o vice prefeito. Quando o detetive saiu porta a fora, viu o sorriso triunfante na face do ex candidato.
- Isso ainda não acabou, iremos encontrar quem fez essas atrocidades, e ele será devidamente punido. – Retorquiu o vice prefeito.
Após a polícia conter a multidão e retirar o corpo, Harold Harry foi para seu escritório; não saiu de lá durante dois dias, ele sabia que a morte do idoso não foi intencional, o sequestrador tentou usar o mesmo modus operandi, aplicar clorofórmio nas narinas para deixar sua presa inconsciente; mas o idoso lutou contra seu agressor. Por isso a pulseira com sangue, ela pertencia ao assassino. Harry estudou a lama que encontrara e analisou a pulseira, durante dois dias não conseguiu clarear sua mente. A resposta só veio quando ele olhou o jornal de alguns meses atrás, a descoberta deixou o homem extasiado. Ele desvendou o mistério, e o melhor de tudo, sabia aonde era o cativeiro dos sequestrados.
O detetive foi sozinho ao local, não queria espantar quem estivesse lá. Percorreu, montado em seu cavalo, um longo caminho de terra batida. Avistou uma cabana de madeira em decadência, pelos seus estudos sabia que era ali que os idosos estavam. Deixou seu cavalo escondido e foi a pé até o domicílio. Um homem a qual o detetive não conhecia, possuía uma escopeta. Silenciosamente Harold aproximou-se, e deixou o homem inconsciente com uma chave de braços no pescoço. Harry olhou por uma fresta da cabana e viu o assassino com o pulso arranhado, e sem hesitar arrombou a porta e disse em alto tom:
- Ponha a mão na cabeça, você está preso pelo sequestro de quatro idosos e a morte de Stevan Malyver.
O malfeitor tentou sacar o revolver que estava em sua cintura, mas o detetive foi mais rápido e disparou com sua arma. Os tiros acertaram em cheio o peito do bandido, e foi ao chão o corpo sem vida do assessor do prefeito.
Harold Harry ajudou os idosos a saírem do cativeiro, amarrou com uma corda o outro criminoso. Levou as vítimas até um hospital e contatou a polícia; ele destacou um pequeno pelotão de seis policiais e juntos dirigiram-se à prefeitura. Adentraram o prédio e foram até o gabinete do prefeito, encontraram-no junto com o vice.
- Vice prefeito Melvin Lier, você está preso por ser o mandante do crime que resultou no sequestro de quatro pessoas e a na morte de Stevan Malyver. Você tem o direito de permanecer calado, tudo o que disser poderá ser usado contra você num tribunal. – O detetive algemou o mandante.
O prefeito Thomas levantou-se estupefato de sua cadeira giratória, não compreendia o que se passava. Como alguém que ele tanto confiou poderia ter conspirado contra ele? Como Melvin teve tal ousadia?
- Como pôde fazer isso comigo? – Perguntou Thomas.
- Idiota! Acha que chegou sozinho ao poder? Você foi apenas uma fachada, uma vitrine. Sem a sua popularidade eu não conseguiria assumir a prefeitura.
- Tirem ele daqui. – Disse o prefeito. Seu semblante desfaleceu. – Como você resolveu o caso? - Perguntou Thomas para Harold.
- Eu já imaginava que se tratava de uma conspiração, porém ainda não tinha todos os dados. Até certo ponto eu pensei que Jefferson fosse o mandante, no entanto as coisas mudaram de rumo na última tentativa de sequestro. Stevan reagiu ao agressor e foi morto, mas causou arranhões no assassino e fez a pulseira de seu braço cair. Eu sabia que tinha visto aquele objeto em algum lugar, só não lembrava onde. Contudo quando vi o jornal da sua posse, seu assessor estava com a prova do crime. O cativeiro consegui localizar por causa da lama, como estamos em temporada de seca, só um local poderia produzir o barro: o córrego.
- Oh, céus! Obrigado, detetive. Suas percepções salvaram esta cidade.
Foi assim o desfecho do caso da comunidade dos idosos. Entre conspirações e falsidades, a verdade sempre prevalece; não existe crime perfeito, uma hora ou outra todos responderão por seus atos.


Biografia:
Sou escritor em início de carreira, possuo dois livros publicados: O ladrão de Almas, e um livro de contos Memórias. Meu gênero é fantasia, pois acredito que devemos alimentar a criança que habita em nós; e a imaginação é o primeiro passo para retomar a infância perdida.
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