Esses relógios têm umidade de raízes,
insondáveis como fantasmas,
obsessivos,
compulsivos,
espiam constantemente.
A paisagem esculpe as janelas dos olhos
água de batismo umedece as retinas,
delata tempestades marinhas na escuridão do inconsciente.
A água salgada corre além das rochas,
esse mar, esse mar – quase uma gruta de sonhos.
O destino marca nossas horas
– como os relógios moles de Dalí,
as horas do esquecimento e as horas vindouras
até que seja possível descobrir
(atônitos)
que as fatais formigas
não mordem um relógio vermelho em um quadro,
elas mordem nossa subjetividade,
atacam nossa singularidade e devoram o queijo Camembert
(já derretido).
Isabel Furini
Esse poema conquistou 1º Lugar no Concurso da Academia Campolarguense de Poesia - 2013.
|
Biografia: Sou escritora e educadora. Adoro escrever e tenho 35 livros publicados. Ministro palestras e oficinas, também faço leitura crítica de livros. A poesia é minha paixão. Escrevo poemas desde criança. Meus poemas foram premiados no Brasil, na Espanha e em Portugal. Fui nomeada Embajadora de la Palabra pela Fundação Cesar Egido Serrano (Espanha), em 2014; Embajadora de la Rima Jatobé, Espanha, em 2015; e Embaixadora Internacional e Imortal da Poesia pela Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura do Brasil, em 2015. Sou membro da Academia de Letras do Brasil/PR; e organizadora do Concurso Internacional Poetizar o Mundo. |