MAGNUM OPUS |
Isabel Furini |
O poeta faz acrobacias nos trapézios de arqueológicos alfabetos
coloca emoções ideias palavras afetos conceitos
no alambique do coração
constrói um atanor de versos na cabeça
reinventa rimas
estuda fórmulas antigas da alquimia
mergulha na subjetividade para escrever e para sobreviver
todos os poetas
(admirados – portentosos – ignorados ou desprezados)
todos os poetas fazem parte de uma espécie de seres muito estranhos
poetas sãos seres mutilados
pois para realizar a Magna Obra
não é suficiente poetizar oceanos
nem perseguir os voos dos urubus
nem misturar o sal o mercúrio e o enxofre
nem dançar entre as plantas de bambu
é necessário devastar o próprio coração desamparado
com o poder do veneno da cobra real
reerguer-se das sombras do mundo astral
e nutrir-se do coração do nada
o poeta precisa socavar o próprio coração
(mantendo o oceano do amor inalterado)
para realizar a Obra Magna.
Isabel Furini
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Biografia: Sou escritora e educadora. Adoro escrever e tenho 35 livros publicados. Ministro palestras e oficinas, também faço leitura crítica de livros. A poesia é minha paixão. Escrevo poemas desde criança. Meus poemas foram premiados no Brasil, na Espanha e em Portugal. Fui nomeada Embajadora de la Palabra pela Fundação Cesar Egido Serrano (Espanha), em 2014; Embajadora de la Rima Jatobé, Espanha, em 2015; e Embaixadora Internacional e Imortal da Poesia pela Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura do Brasil, em 2015. Sou membro da Academia de Letras do Brasil/PR; e organizadora do Concurso Internacional Poetizar o Mundo. |
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