Ponho-me a questionar
De onde veio
Toda esta vontade de amar.
Será a passageira flor da idade,
Dentre momentâneos jogos de azar,
Ou o ser um Camões-Romeu, do que não pareço me cansar?
Sinto o açoite cortante da indecisão,
Minha cabeça põe-se a ferro e fogo,
E sublimar começa a minha visão
À noite, sou vítima de imagens,
Alucinações e miragens,
Que parecem querer reter-me na margem.
Coração impalado,
Tremor invertebrado,
Onde está meu anjo alado!
E o lugar donde provém as miragens,
Parece querer-me, despir-me
E sua Musa cobrir-me com véu rubro-escuro.
Ó minha Deusa anja, salva-me
Traga seu semblante celestial,
Sua beleza europeia e todo seu astral!
Puxa-me deste ninho,
E me faça lembrar
O quanto feliz fui, dentre suas asas de linho.
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