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Era uma senhora simples. Aparentava ter aproximadamente 60 anos. Estava acompanhada de uma outra mulher, de meia idade, essa parecia ter necessidades especiais. Ficavam sempre de mãos dadas.
A senhora adentrou no colégio, quando me viu com um colete, esse que me destacava das centenas de pessoas que se aglomeravam no pátio da unidade escolar, se dirigiu até a mim. Com feições de preocupada e meio perdida, disse que não saberia onde votava. Perdeu o título de eleitor. Disse-me que era analfabeta, logo tinha dificuldade de encontrar sua seção de votação. Mas queria de todo jeito votar em seus candidatos.
Eu, preocupado e sensibilizado com a narrativa daquela senhora, de imediato me prontifiquei a ajudá-la. Sem o título de eleitor e ela não lembrava o número da seção, dificultou identificarmos a sala onde a senhora poderia exercer seu direito de cidadania. Poderia até ser em outro colégio que ela votaria, mas ela me afirmou, em tom de certeza, que era naquela escola.
Eu, ciente que em todas as seções tinha o caderno com foto e demais informações de cada eleitor, peguei o RG da mesma e procurei de sala em sala. Ela e a outra mulher não largavam do meu pé. Naquele colégio eram 9 seções eleitorais. Já meio cansado, encontrei a seção a qual ela pertencia. Ao informá-la, a senhora vibrou de alegria. Perguntou-me se poderia me dá um abraço. Eu disse: claro, nem precisava pedir permissão!
Após o abraço caloroso ela olhou nos meus olhos e disse que, a estrada da vida não permitiu que ela estudasse, mas Deus, em vários lugares enviava anjos para ajudá-la, em várias situações, e que nunca iria me esquecer. Para mim foi algo simples, corriqueiro, situações do dia a dia, mas eu refletido depois das palavras daquela senhora, para ela, foi algo incomum, diferente. Era uma situação que muitos a ignorava.
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