Suas palavras:
Não me davam esperanças.
Mais ainda assim eu as mantive.
Eu sempre estive preparado para ouvi-las.
Mesmo que você não chegasse a dizê-las.
Eram fortes e como punhais entrando no peito.
Mais não em minha pele.
Não eram agressivas ou desiguais.
Com certeza nem eram reais.
Eram sem sentido.
Eram misturas de amor e raiva.
Era algo um tanto desconhecido.
Não só confundiam a ti.
Como não surtiam efeitos em mim.
Em um momento desespero.
Na outra paixão.
Em um segundo desejo.
Depois ilusão.
Nada do que me dizia era o que desejava.
Nem no amor.
Nem no conflito.
Ou mesmo no ódio que dizia sentir.
Nas suas palavras que o mundo pode ouvir.
Nada se fazia simples.
Nem se era completo.
Eram suas palavras, por conta de algo que não disse.
Não era pedido de ajuda.
Não era algo depravado.
Nem palavras sem uma ponta de “não quero”.
Suas palavras acabaram me fazendo acreditar em um amor que há muito tempo já vivíamos, mas que também por conta de suas palavras se fez esquecido.
Hoje eu só tenho suas palavras.
Alexandre Marcondes.
|