Na verdade sempre tive
foi medo de me expor.
De dizer que sou diferente
do que queria que fosse.
Escondia dentro de mim,
como ainda escondo,
os sentimentos mais profundos
e inimagináveis dentro
dos quais navego em noites
de olhos claros.
Se pudesse escrever tudo
o que se passa em meus sonhos,
você ficaria atordoado
e talvez até amedrontado
com tamanha ebulição
de sentimentos.
Lavas incandescentes
se revolvem dentro de mim
e mesmo derramadas
em intensidade tremenda
nos braços da vida,
sobejam insaciáveis,
sem direção,
mas bem amarradas,
cadeadas, para não
queimarem minha própria pele.
Quem sabe um dia consiga
externá-las como gostaria...
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