Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Capitão Aza
Como Me Tornei Adulto Por Causa de Um Flato
J. Miguel

Era fã do Capitão Aza. Até hoje não compreendo como um personagem criado para ser um herói infantil, foi aprovado com um erro gramatical tão grosseiro como nome.
Tanto faz... Asa ou AZA o fato é que o Capitão Aza foi visitar a minha escola. Eu tinha oito anos e estava na 3ª série. Devo ter sido o aluno mais indisciplinado que a escola já teve, mas minhas notas figuravam sempre entre as melhores. Mesmo contra a vontade da minha professora, fui indicado pela direção da escola como um dos alunos que participariam da homenagem ao Capitão Aza.
Lembro que esperava vê-lo chegar de helicóptero, mas o herói desembarcou de um jipe do exército. "Mas ele não era da Aeronáutica?" fiquei me indagando.
Então, a criançada perfilada e imóvel (do modo que dá para se manter imóveis cento e tantos meninos e meninas de idades variando de sete a doze anos), o Capitão Aza passou a tropa em revista, como faria um chefe de Estado, com sua garbosa continência.
No auditório da escola, cada aluno previamente escolhido, subiu para ler sua homenagem.
A minha foi uma poesia que escrevi eu mesmo, devidamente autorizada pela censura da Direção. Afinal, não confiavam tanto assim em mim.
Terminei minha leitura e o Capitão Aza veio e apertou minha mão. QUando estava saindo, escutei o ruído característico de um flato, que, como não tivera sido eu, somente poderia ter saído do heróico orifício.
Prendi o sorriso, porque tive certeza que fui o único a ouvir o indefectível (ou não) traque do herói. Por via das dúvidas, apertei o passo, porque sempre corria o risco da professora achar que fui eu.
Naquele momento, minha infância se foi. Descobri que meu herói também peidava. E sequer chegava aos sonoros flatos que meu pai soltava. Meu pai peidava tão alto que um vizinho sempre gritava de casa:
- Puta que Pariu! Isso não é um cu! É um apito de fábrica...

(J. Miguel 05nov2007)


Biografia:
"Fazer chorar é fácil; desafio mesmo é fazer rir."
Número de vezes que este texto foi lido: 52999


Outros títulos do mesmo autor

Humor Arnaldo J. Miguel
Humor Conta Que Estou Ouvindo J. Miguel
Humor Minha Amiga Ana J. Miguel

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 21 até 23 de um total de 23.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Coração na solidão - lucas vinicius ferreira da silva 52811 Visitas
papel - Paulo Rodrigues Bezerra 52811 Visitas
A minha vida - Julio Cezar dos Santos Silva 52811 Visitas
Tudo que preciso - Ella Marcolino 52811 Visitas
ENGAIOLANDO TALENTOS - Ijaciara Cannataro 52811 Visitas
CONTATOS - Ronie Von Rosa Martins 52811 Visitas
Livros e Orações - Daniela Guimaraes 52811 Visitas
Préstito Fúnebre da Primavera - Sóren Sadalmelikh 52811 Visitas
Cadáver - José Luiz da Luz 52811 Visitas
A INFLUÊNCIA DA MÍDIA TELEVISIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL - Élen Carla Coutinho 52811 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última