Na ausência da dor
o espírito transita
num flutuar ameno e lento
em busca de algo,
de um fio de esperança
onde se abrigar.
Tenta olhar para o futuro
mas ele é tão brilhante
que ofusca os olhos.
E vai ele em navegar sereno,
em paz consigo mesmo.
Não há culpa em gostar do sol
e admirar a paisagem das montanhas.
Depois de se entender consigo mesmo
e compreender que a vida tem dessas coisas,
depois de acertos e desacertos
com a luz que lhe invade
a alma todos os dias,
descansa exausto
em seus próprios ombros,
pois já não tem mais quem o levar.
Mas isto também pode ser vencido.
Nada é empecilho
para o seguir da carruagem.
Agora busca a paz.
Precisa encontrá-la para sobreviver.
A doçura da vida é seu principal objetivo.
A ternura e o meigo acarinhar da luz
lhe diz que sua importância
supera qualquer caos
que possa surgir
no vazio da busca febril
pela conquista da vida.
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