Neblina...
Ofuscação...
Tudo em fumaça,
formas não definidas,
sombras, sombras infindas,
um vulto opaco.
Não se lhe via a face
nem sequer a forma.
Era apenas um vulto.
O sol, a luz diáfana,
não penetrava nessa alcova
sombria e profana
onde imperava a escuridão
E um vulto indefinido...
Mas eis que se abre uma fresta
e um raio de luz penetra,
uma luz radiante.
Uma luz enérgica e estimulante
que iluminou do vulto
o semblante.
Vislumbrei-me com sua face
que com um estimulante passe
abri mais aquela fresta
que dera passagem à luz
e pude ver bem mais claro,
na escuridão delineado,
o meu ser interno.
***
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