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Às estrelas do meu jardim
Maria

Queridas amigas

Resolvi escrever para vocês cinco estrelas que vivem no céu do meu jardim. Vocês ficam aí dependuradas, debruçadas me espiando e achando engraçado que sou estrela sem céu? E que minha eterna sina vai ser sempre caminhar na terra dos anjos alados? Pois então vou lhes dizer quem sou eu.

Sou eu que caminha todos os dias, andarilha, pelo corpo da montanha, desvendando seus segredos, sentindo em meu corpo prateado seus dedos, e me perdendo em seus vãos, tocando seu coração, me embriagando de amor.

Sou eu que entro todos os dias no meu jardim, abro as cancelas, ando suas trilhas e caminhos preparados especialmente para mim, pois já me foi dito que sem minha presença lá, o jardim não teria nem motivos de existir. E se ele ainda hoje existe, pois um dia já foi queimado, é porque a meu pedido ele foi reconstruído.

Sou eu que converso com o dono, ouço sua voz, o seu respirar, aliso sua pele morena e o pego no colo, cantando canções para fazê-lo ninar. E de nossas canções nasceram nossos filhinhos, olhem, são tão lindinhos, vocês já viram tão lindos igual?

Sou eu que durmo no aconchego dos braços feitos do sol e por ele sou tocada, beijada e acarinhada e todos os dias ele me dá sua voz, seu calor. Sou eu.

Sou eu a estrela preferida do rei deste jardim. É comigo que ele fala todos os dias, e para quem canta suas canções, o dia inteiro e até em sonhos nas noites enluaradas.

E quero que vocês saibam que esse jardim é meu, fui eu que ajudei a construir, e dele, não pensem que vou fugir e deixar tudo para vocês. Já fiz isso outras vezes mas agora já sei direito pensar e por isso vou ficar no meu jardim até morrer. Ele pode ter mudado, um pouco se modernizado, quase virou condomínio, mas ainda tem matas e até escadas por onde posso trilhar. É claro já tem mais casas de cimento, não gosto, mas eu vou me acostumar. E se preciso me modernizar? Nasço de novo e também me mudo pros tempos de hoje só para nele caminhar. Nunca fugi de uma luta e perder uma batalha não quer dizer que perdi a guerra.

Por isso fui reconstruir meu passado na história do jardim para que não ficasse dúvidas de que fui eu que passei por ali. Deixei um rastro de luz que ainda não terminou, em cada canto, cada dia, de andanças sem trégua. E, assim meus lindos filhinhos um dia vão saber a história da mãe que vive rodeada de luz, e tem o sol para se aquecer.

Estrela de luar

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