D. Quixote foi um personagem que via monstros em lugares onde os outros viam moinhos de vento. Sancho Pança, seu fiel escudeiro o corrigia, “mas senhor, não há monstros nestas terras, isso que vês são moinhos”. Sancho Pança via apenas o que o mundo lhe mostrava. Um já-dado. Já Quixote fazia uma leitura de seu mundo. Lia as mesmas palavras. Do seu modo. Chamavam-no de louco. Se loucura é criar sua própria leitura eu prefiro ser louco. Leitor comum. Você pode ler o mundo de duas maneiras. Uma. Da forma como o mostram para você. Na escola. Na TV. Na igreja. Outra. A segunda forma é criar seus próprios sentidos para ele. O mundo pode ser diferente do que é. Podemos enfrentar monstros. Os monstros que podemos e devemos enfrentar é a desigualdade social. A injustiça. A pobreza. A miséria. A solidão. A falta de caráter. O capitalismo.
Sejamos quixotescos. Mudar o mundo não é apenas um direito. Mas, sobretudo, um dever. Ler o mundo é um desafio que todos nós devemos estar prontos para fazer. Leia-o. O mundo é um livro aberto. “Louco é quem me diz, e não é feliz!!!” ...
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