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Pelos campos do meu coração
Maria

Andei pelos campos do céu
Na mão meu chapéu,
De palha de trigo
Trançado à mão,
Por mim calejado,
Um dia
Costurado,
Pela madrinha,
Que me batizou.

E fui, sem medo de nada
A correr pela estrada,
Flutuando na nuvem
No sol de arrebol,
Cintilante de luz.
Caminhei,
Sempre olhando à frente
Pelas pradarias,
De pasto sem fim.

Cheguei
Fazer calos
Nos pés,
Descalços
A sentir,
A terra,
A relva,
O orvalho,
A água
De puro anil.

E fui a colher muitas flores,
Do caminho de dores,
Lembranças
De ontem,
De tão negras cores
Que eu mesma me fiz.

E vi, o que os homens lá fazem
Eles plantam de dores,
Sementes de amores
E colhem nos dias
Ao fazer a colheita,
O trigo do pão
O arroz, o feijão
E do inço ladrão,
Seus cardos e espinhos.

Em minha caminhada
Encontrei
Muitas vozes,
Caladas,
Chorosas,
Querendo gritar.

E sós andavam
Na vida
Diziam,
Gritavam,
Sem memso falar:
- Minha vida
É malbaratada,
Cansada
Danosa,
E nesta história
Terá triste fim.

Nos lugares
Por onde passei,
Vi crianças brincando
Nas ruas cantando,
Vivendo, amando
E sendo feliz.

Pulavam até amarelinha,
Jogavam bolita
E confesso,
Lá quis ficar,
E se assim
Não o fiz,
Foi só por um triz.

Vi lagos azuis
Esverdeados,
Por minhas mãos
Tocados,
Na alma
Eternizados,
Prá sempre rever.

E foram paisagens tão lindas
Que eram findas,
Precedidas
Da aurora
Do inverno
Do sul.

E digo,
Naquela
Mesma hora
Pensei:
- Que pura!
- Que bela !
É essa
É aquela,
E, numa delas
Podia morrer.

Nas estradas
Por onde cruzei
Minhas hastes quebrei
Sempre marcas deixei
Prá saber como um dia
Se quisesse podia,
Denovo voltar.

Mas agora,
Passado o tempo
Rodopio no vento
Que do norte vem.

E vou,
E esqueço,
Meu endereço,
Não sei mais onde ir
Nem sei mais meu lugar.

E vi gente
Cantando alegria,
Vestindo Harmonia
De paz sem tristeza
De reis, de além mar,
Vi tantas belezas
De coração aquentar.

E digo:
- Que gente feliz,
Ser assim
Como eles,
De ardente
Viver,
Eu também,
Sempre quis...


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