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A Dialética do Suicídio
Crítica contra a literatice da Vida
GILLIARD ALVES RODRIGUES

Resumo:
O artigo a seguir vem a abrir os olhos dos leitores contra
o sentimentalismo covarde dos adoradores da Vida., que a amam e a defendem como se soubessem de fato o que ela é. Como bem abservou NIETZSCHE ao afirmar que tudo na verdade é aparência, e como bem sabemos, as aparências enganam, sempre enganam.

APOLOGIA AUTÓFAGA AO SUICÍDIO

“ Se pensarmos e avaliarmos a nossa vida em si, veremos que ela não tem nenhum sentido. Estudar, namorar, trabalhar, construir uma nova família, lutar por sucesso, “ viver para um Deus cheio de amor ” , tentar ser um vencedor, todas essa coisas são nossas formulações e objetivos que justamente criamos para preencher o vazio de sentido que é a nossa vida. Se a humanidade não existisse, a vida no Universo continuaria se biodiversificando espontaneamente, e se expandindo com até agora faz.
O homem não é essencial a natureza, nem ao mundo, e sequer a vida. Deus foi mais um artifício da invencionice humana, a fim de construir um sentido e um propósito para sua própria existência. Contudo eu afirmo que toda meta e toda finalidade é uma ficção que criamos para que tenhamos algo para lutar, para nos importar, para amar, enfim, para preencher o tempo de nossas vidas entediantes. Por tanto, é totalmente compreensível e aceitável o mergulho do homem ao suicídio. É covardia e loucura alguém se matar?   
Lembrem-se que não há sentido na vida como já foi dito acima, logo a loucura e a insensatez é digna de aceitação e apreciação.

O Homem criou conceitos sobre Deus para amenizar e aplacar seu terrível medo da morte. O homem não quer aceitar que sua existência insignificante irá acabar quando seu corpo físico deixa de funcionar. A partir desse medo e desse receio sobre a morte( e sobre o que ele fantasiou que há depois dela) o ser humano inventa todo tipo de mentiras e de idéias abstratas enganosas, a fim de se confortar e de se apaziguar. Você não quer admitir que você não passa de uma mera conseqüência resultante dos impulsos sexuais de teu pai e de tua mãe quando faziam sexo. Você existe hoje por uma simples casualidade do encontro de um espermatozóide em um óvulo. Teus pais pensavam em ti, em como seria teu rosto, qual seria a cor de teus cabelos, como seria o teu temperamento, enfim, teus pais pensavam em como você seria, enquanto eles trepavam a noite inteira?

Claro que não, eles só pensavam em si mesmos, em si saciarem e nada mais.
E por que as religiões condenam enfaticamente o suicídio? Porque simplesmente os padres, pastores, médiuns, e sacerdotes, precisam do seu dízimo, do seu tempo, de suas qualidades e inteligência, e de seu corpo para que eles continuem firmes no poder. Você é lucrativo, útil e indispensável para os planos egocêntricos deles enquanto você estiver vivo, respirando ainda, pois é vivo, com bastante saúde, que você se torna útil para o que eles querem conseguir.

Hoje em dia a raça humana está tão debilitada, tão anêmica de vontade própria, tão convalescente, que já não possuem forças em si para sequer morrer. Morrer é um verbo que indica ação, e é necessário um quantum específico de força para que uma ação seja realizada. O medo ridículo de uma punição divida atrofiou e paralisou dos pés à cabeça a consciência e a razão da raça humana. Milhares e milhares de pessoas enfermas nos hospitais com câncer, AIDS, tuberculose, lepra, com problemas cardíacos e renais, com diabetes, enfim, doentes que se tornam um peso incômodo e inútil para si mesmos, para a própria família, para o Governo Federativo que se vê desperdiçando dinheiro em tratamentos médicos para com doentes que não trazem lucro algum para as diversas camadas sociais. Um doente é um fardo infértil, improdutivo e inútil( isca perfeita para a corja religiosa tentar seduzi-lo para suas mentiras divinas).      
Um doente é um ser cheio de mágoas, de ódio, e de ressentimentos contra tudo na Vida, pois os tais não conseguem viver o queriam de verdade, e muitos se acham injustiçados pela miséria de vida que levam.



Não vamos morrer, na verdade já estamos morrendo. O ato da morte se inicia quando algo vem a ser, vem a ganhar existência. A morte coloca justamente as coisas em seus devidos lugares: ora, tudo o que vem a ser é porque antes não o era. A Morte vai então colocar o ser ao estágio que antes ele pertencia , isto é, na estante empoeirada do Nada, do não-ser.
A morte está entranhada em todo ser no momento em que ele passa a existir. Em cada átomo e em cada célula do organismo físico do ser a morte está inserida. Por tanto, enquanto permanecemos vivos o ser permanece incompleto, e sua totalidade só é finalizada e completa quando ele atinge aquilo para o qual veio a ser, isto é, sua morte, sua aniquilação. A Morte não é uma probabilidade futura, a Morte é uma possibilidade diária e inevitável. A Morte não é um caminho que pode ser evitado ou adiado, pois na verdade todos os seres caminham para a morte. A Morte é o arquiteto de todos os caminhos.
Ela está em nós, ela faz parte de cada um de nós. Negá-la é negar a si mesmo; negá-la é fechar os olhos para o que está dentro de nós. A Morte é o desmascaramento de todos os disfarces e mentiras com que o ser se veste.
Será que se nós soubéssemos antes de sermos concebidos no útero materno, de alguma forma é claro, se soubéssemos que a vida que cada um de nós teria fosse esta a qual a gente hoje vive e suporta, será que a gente não gritaria contra a Vida a seguinte frase:
_ Esqueça de mim, não quero andar nesse mundo podre e horrendo, não aceito de modo algum participar desse filme ridículo onde minha destruição será o desfecho inevitável. Escolha outro idiota pra se divertir.
Temos liberdade pra tudo nesse mundo. Nada te impede, se você quisesse realmente, de querer matar alguém, de roubar, de mentir ou dizer a verdade, você tem total liberdade pr fazer o que você quiser. E é justamente essa mesma liberdade que causa no homem sensações de angústias, pois sempre haverá uma outra opção que o ser poderia ter escolhido.

Contudo, em dois momentos importantíssimos de nossa vida, nossa liberdade não foi respeitada, não foi consultada, sequer foi ouvida. Isso se dá quando um ser nasce, e posteriormente vem a morrer. Nestes dois momentos cruciais nossa liberdade é totalmente castrada, violentada. Não nos perguntaram se queríamos ou não nascer para viver todo esse engano e essa dor que movimentam o mundo; e também não nos perguntarão se queremos ou não continuar a prosseguir nesse mundo, simplesmente nos desligarão por completo, eternamente.
E é com escrúpulos morais, éticos e virtuosos que devemos respeitar essa coisa que chamamos de Vida?

Ah meus amigos, prezada raça humilhada por vírus, bactérias, e por enfermidades, não há atitude mais inteligente, nobre, forte, intrépida, e digna de aplausos e louvor do que o vosso suicídio, pois já que Deus está sempre muito ocupado para vos dar descanso e um pouco de dignidade, vocês tem todo o direito de vos tornar o autor e consumador de vossa própria paz por intermédio da morte, e assim podereis mostrar um pouco de respeito a vós mesmos, dando de uma vez por todas um basta nessa dor e nessa vida desprezível que vocês tem suportado em vão. Vocês tem fé em promessas de felicidade e de paz depois da morte? Essas promessas enganosas são pura politicagem meus amigos, mentiras sórdidas para iludir crianças e pessoas supersticiosas.
Vocábulos como “ espírito”, ou “ alma”, ou ainda “ demônios”, não passam de palavras inventadas pela classe sacerdotal em seus devaneios místicos, pois tais palavras unicamente nos revelam a falsidade e a mentira com que tais sujeitos tentam nos seduzir, nos lubridiar a fim de controlar nossa maneira de ser, agir e de pensar.     

A milhares e milhares de anos que a morte faz parte de nossa existência, de nosso dia-a-dia. Então, por que temer algo que já faz parte de nosso convívio desde o princípio?
Desde que existimos conhecemos a morte, desde a origem de nossa formação orgânica a Morte vive e anda ao nosso lado. Por que se render a mentiras religiosas que não provam nada de concreto? Deus não existe meus amigos, de modo que tudo é permitido ao homem nesta Vida.
Pensem bem comigo: na maior parte de nosso tempo tão breve nunca conseguimos criar nada de verdadeiro, de interessante para nós mesmos. Ao menos uma vez nesse mundo temos a chance de sermos autor de alguma coisa nesta vida, isto é, autor de nossa própria morte, pois eu afirmo que vejo e encontro mais coragem, dignidade, honra e brilho em alguém que de modo lúcido e consciente se mata, do que vê milhões e milhões de pessoas sendo fantoches assassinados lentamente em mãos alheias: mortas pelas mãos de vírus, doenças, cigarros e bebidas, mortos por criminosos estúpidos, doentes pelo excesso de trabalho que nunca lhes proporcionou verdadeiras alegrias, etc. Chegar a velhice não prova que uma vida sublime e verdadeira foi realmente vivida.
Os fracos e os covardes se rendem diante de seus inimigos, nem que para isso tenham que viver o resto de seus dias encarcerados, mendigando, pedindo por favor, suplicando por ajuda, por perdão, por outras chances, sem um pingo de respeito e estima por si mesmos.
Os fortes e os destemidos jamais beijam os pés de coisa alguma, e preferem mergulhar por conta própria no abismo da morte, contentes e satisfeitos em ser autores de seu próprio crescimento, desenvolvimento e destruição.

Onde cada um de nós estávamos antes de nossos pais nos conceberem?
Em parte alguma. Não existíamos, não éramos, pertencíamos ao Nada e a inconsciência de tudo.
Por tanto, do Nada nós viemos, e para o Nada haveremos de retornar.
Então lembrem-se: é melhor queimar-se de uma vez por todas, do que se apagar aos poucos.”


                                                                                                                    


                                                                                                                    Gilliard Alves Rodrigues


Biografia:
sou formando no curso superior de letras, tenho vinte e sete anos, trabalho numa loja de informática, sou um estudioso da filosofia, literatura e do rock.
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