A realidade que morre
no início da saudade
torna-se vida de solidão.
E na solidão,
no embaraço da vida,
profundas reflexões vem à tona.
Surgem as solenes
queixas, as lamentações.
Mas por que reclamar de minhas ânsias
se seu espírito anda atachado delas?
Não há do que reclamar...
Há vida entre o céu e a terra.
Minha vida também está lá.
Meio romana é verdade,
sem chance de ali sobreviver,
por ser assim,
justamente por ser assim.
Mas por que reclamar?
Se erguemos paredes
e deixamos que momentos
especiais de encontro de emoção
se percam nas horas do tempo
entre o ir e vir,
por que reclamar?
Em minha vida é realmente assim.
Não porque quero,
mas deram-me esta sina.
O sol destinou-me assim:
Um abrir e fechar de portas,
onde o sol parece nunca nascer
e a lua sempre presa
entre duas paredes.
Não há mais o que marcar.
Não há mais o que
levar para casa.
Deixa assim.
Dói falar,
dói outra vez demais,
mas,
deixa prá lá.
Já estou acostumada
a viver assim.,
sozinha,
dentro de mim.
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