26
Manuel segue com Gabriel até a porta do restaurante onde o rapaz o ajuda abrindo os cadeados.
- Obrigado.
Marcelo se aproxima deles.
- Manuel.
- Marcelo.
- Esta muito ocupado?
- Vamos abrir, entre.
- Obrigado.
O rapaz olha para Marcelo com certo repúdio.
Dentro da cozinha, Manuel coloca algumas panelas com água para a fervura e senta ali frente a Marcelo.
- E então?
- Estou sem rumo.
- Falou com eles?
- Como, você leu as mensagesn que lhe enviei?
- Sei, o momento esta pra lá de dificil entre vocês.
- Sim, eu nunca imaginaria que chegaríamos a isso.
- E agora?
- Vou trabalhar.
- Quando?
- Daqui ha dois dias.
- Para onde?
- Espanha e depois irei para França.
- Nossa que bom, mais como vai deixar as coisas aqui, o Rogério?
- Eu não estou com um pingo de vontade de enfrenta-lo.
- Não se trata de enfrentar e sim colocar a limpo e defender sua união.
- Estou cansado.
- Dá para ver, comeu algo?
- Sim.
- Esta mentindo, vou preparar algo para a gente enquanto isso você trate de colocar seus neurônios em ordem e traçar um novo alinho para suas vidas.
- Vidas?
- Se esqueceu, agora você é também responsável por aquela moça e família dela.
- Eu?
- OU vai deixar sua nova amiga para trás?
- Laysla?
- Quem mais, sei que gostou dela por que na real vocês dois se parecem e muito.
- Isso é verdade.
- Bem fique ai com seus pensamentos enquanto eu preparo nosso lanche.
- Obrigado.
- Sabe, acho que este teu jeito tão cortês é que nos deixa fascinados.
- Eu, cortês?
- Se você não for, corto meus pulsos.
- Sim eu sou, faço tudo que continue sendo meu melhor amigo e esse exímio cheff.
- Cozinheiro, me sinto melhor assim.
- Sim, cozinheiro.
Na porta, Gabriel assiste a cena de amizade entre seu love e o cara que ele sente, poderá tira-lo a qualquer momento.
Paty termina de arrumar suas malas quando Rogério bate á porta de seu quarto.
- Oi.
- Oi amiga.
- E a Amanda?
- Não me atende.
- Desse jeito, só posso dizer que o fim esta ás portas.
- O que faço?
- Bem, acho que esta na hora de Sofia sair da escolinha.
- Bem....... Rogério olha para Paty que lhe sorri e ele sai.
Laysla chega próximo ao portão da escola quando Ro lhe acena.
- Rogério.
- Posso?
- Lógico meu filho, quero que saiba não sou sua inimiga.
- Eu sei, sogrinha.
- Ah meu filho, tudo que mais quero é que vocês criem um tanto de juizo.
Toca o sinal e logo as crianças aparecem para o afago de seus pais e cuidadores, Sofia surge no portão e logo vê a vó e Ro ali.
- Ai que bom, o tio esta aqui.
Ela corre e os abraça, Laysla alisa os cabelos da neta, porém Sofia desvia o olhar para a esquina e ali vem Eduardo com um grande pacote nas mãos.
- Pai.
A menina sai deles e corre até o pai que lhe abre os braços e recebe a filha que salta nele.
- Minha querida.
- Papai.
Ro olha para Laysla que fica sem graça e olha para Eduardo.
- Eduardo.
- Me desculpe Laysla me deu uma saudade da minha filhota.
- Sim eu entendo.
- Oi Rogério.
- Oi Eduardo.
- Cadê a Amanda?
Laysla olha para Ro e logo responde para Eduardo.
- No trabalho ela esta no trabalho.
- Tem algum problema eu leva-las para um sorvete?
Laysla olha para Ro que se despede deles ali, Eduardo entrega o pacote para a filha que o rasga ali e fica alegrissima com a boneca e o tablet.
- Olha só vó o que o meu pai me deu. No carro Ro assiste a cena enquanto tenta mais uma vez contato com Amanda, sem sucesso.
Rogério escava o macarrão naquele molho bem preparado á puntanesca, Patricia olha a cena com certo pesar.
- E ai nada?
- Com o quê?
- Oras, Amanda, quem mais?
- Vai, fale de sua viagem.
- Não Ro, eu não vou desistir disso.
- Disso o quê Paty?
- Você sabe o quanto será ótimo para mim.
- Alguém esta te segurando?
- Tudo bem, eu peço a conta.
- Como queira. Ela faz sinal e logo Gabriel vem á mesa deles, Paty sempre sorridente lhe faz uma brincadeira e o rapaz lhe retribui com um leve agradecimento.
- Aqui. Depois de passar o cartão e comprovante em mãos eles saem do restaurante, Manuel os observa pela janela da cozinha enquanto Brenda lhe traz mais pedidos.
- Pai.
- Sim filha.
- Aqui, mais trabalho.
- Obrigado. Manuel pega as anotações e já inicia os preparos, ela vem ao lado dele.
- Quer ajuda?
- Hoje eu vou aceitar.
- Fique tranquilo vai dar tudo certo, afinal aprendi isso com um grande mestre.
- É filha, mais ás vezes até os grandes mestres erram.
- Será?
- Acredite, pode sim. Gabriel chega ali com um sorriso e os abraça.
- Agora vamos trabalhar senão vou ter de mudar de restaurante para a seita do abraço. Risos.
De olho no telefone Marcelo fica a fazer planilhas e resolver alguns problemas já averiguados em primeira visita ao escritório de Madri.
- Ele não vai me ligar. Leve bater a porta, ele atende, ali á sua frente a funcionária do hotel com o serviço de quarto.
Ele agradece e a moça entra deixando ali o jantar e logo sai recebendo algum valor de Marcelo.
Ao olhar para aquele mini banquete, seus olhos marejam, as lembranças de jantares e outros lanches ao lado de todos vem em sua mente.
Eduardo termina o hot dog em um carrinho próximo a pensão onde se instalara, paga ao homem e sai em passos lentos até um ponto de ônibus onde senta e expira o ar.
- Boa noite.
- Oi, acho que te conheço....
- Sou Paty, amiga dos rapazes, Ro e Marcelo.
- Ah sim, deles, bem sabia que te conhecia.
- Pois é, posso falar contigo?
- Acho que já estamos bem....
- Sim, vou ser direta, qual a sua real intenção depois de tanto tempo longe delas?
- Tá, então tá, só que também quero saber o por quê desse interrogatório?
- Como assim?
- Olhe senhorita, eu vivi por poucos meses mais vivi com a Amanda, trabalhava em uma quitanda daí ela me disse numa bela noite que havia algo a mais entre a gente.
Os olhos de paty se tornam mais vividos.
- Ela estava grávida.
- Sim, acho que com poucas semanas, meu tio quando soube o que pode fazer e me dizer era que teria de fechar o comércio, eu fiquei sem chão.
- Nossa.
- Sim, sai á procura de trabalho, porém não tive coragem de dizer para ela que estava desempregado, quando conheci uns colegas em um bar e eles me disseram de um serviço numa mineradora lá para o norte, eu ali naquela situação fui.
- Te entendo.
- Não quero ser vitimado tampouco herói, mais a vida me fez transpassar várias fases naquele momento.
- Imagino.
- Se gosto de Amanda, sim, mais sei que ela não vai voltar para mim.
- Porém vai continuar na disputa?
- Acabou virando um jogo, só o tempo vai dizer quem será....
- O vencedor ou perdedor.
- É a vida....
- Sei, mais também acredito que essa vida pode melhorar quando a gente acorda para a realidade e entende que há novos caminhos, novos rumos.
- Você realmente acredita nisso?
- Sim, eu prefiro acreditar, sabe ppor que, eu agora estou sendo beneficiada por ter tido esta opção e toma-la para mim.
- Boa noite.
- Não vou te desejar isso, por que essa sorte que tanto almeja pode custar a felicidade de outras pessoas.
Eduardo a olha profundamente.
- Então você apóia esse relacionamento á 3?
- Sim, por que não, quem fez esta tola regra que temos de ser dois?
- Eu não sei, mais será o melhor para minha filha, Sofia?
- Sabe Eduardo, não quero conceber em minha mente a idéia de que você é um canalha.
- Sua opinião, só sua.
- Acho que não temos mais o que falar.
- Sim, com certeza. Paty sai dali, ele a segue com os olhos até ela entrar em um carro.
- E então, ele foi cortês?
- Como um verdadeiro jogador daqueles cassinos clandestinos que a gente entra e acaba por perder a alma.
- Vamos para onde?
- Olhe Roberto, me pague uma bebida e depois me deixe em minha casa por favor.
- É para já.
12022019................................
|