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À Espera
Widralino

À Espera

Lá eu dormia mais uma vez acordado, entorpecido, a pensar nas vezes que falei abertamente sobre o que sinto por ti mas reagiste no gozo, deixando visível até para olhos vendados que não acreditas em nada do que digo. O sono não era sono. Era mais uma desculpa para o meu "mau estar".

Estava eu cansado, como sempre sucedeu, de mandar mensagens e não obter respostas, ou sim, mas tardiamente. Tu disseste que eu havia sumido, então pensei que precisavas de conversar comigo, que batera uma saudade ou pelo menos uma vontade, que chamava a ansiedade, de pela primeira vez fazer questões que dessem início a algo interessante. Novidade não foi eu ter dado por conta que não era disso que se tratava, ou era, mas como sempre nunca foi fácil decifrar. O que eu sei é que tu me assistes a confessar amores e paixões por ti, de formas a fazer-me acreditar que tens também algum interesse. O problema é que já vivi muitas vidas e sei que no final virás com mais uma lábia que te custará ofensas morais, próprias para encostar na parede uma dama, assim como quando estou a sonhar alto penso em apertar-te num canto qualquer, teso e com tendências a tornar o momento mais quente que o verão luandense.

Tua reacção em relação ao assunto seria sempre visualizada pela positiva, até que um dia eu ousasse em propôr-te um romance eterno, e então dissesses que não estás minimamente interessada. Sou pessimista, eu sei, mas por que te pões a dar risadas quando digo que estou mesmo apaixonado por ti, que por mais estúpida e sem graça que a brincadeira pareça, é a verdade? Fazes tu ideia de quantas vezes por dia penso em ti? Agora mesmo está claro que um bom exemplo de morte diária é querer estar com quem sequer sabe onde está. Não que seja o teu caso, mas se porventura tenho agido como quem só quer brincar, fique claro que não sou desumano, do tipo que estraga amizades preciosas por amores passageiros. Quero amar-te, quero-te e desejo-te, tanto que em sonhos já te vi nua, já contemplei a beleza da tua vagina entre as contáveis maravilhas do universo, meu peito estremeceu ao ver-te, em sonhos, a tirares a tanga e o sutiã que segurava tuas tetas, para dares entrada das tuas pernas abertas à minha haste que não se abalava nem com os furacões da ejaculação.

O problema é que já não me sinto com forças para dar luta por alguém. O ser humano está sujeito a cair inúmeras vezes até conseguir o quer, e por isso é que prefiro ainda estar tímido do que enveredar por rasgar as tuas vestes a meio dum jantar à luz de velas e isso servir apenas para estragar a nossa já difícil amizade. Não me transmites segurança, por um lado, e por outro, não me acho mais o mesmo romântico paciente que atura de quase tudo para ter o afecto de quem ama. Ando cansado para estas coisas, e ainda que me sinta triste sozinho, é a minha felicidade. Não sou quem disse que felicidade não se encontra nos outros. Quero-te a ti, já disse e repito, pois afinal de contas tu tens traços da minha futura companheira. Quem sabe és mesmo ela! Mas a vida não vem com um catálogo, então é possível que a futura mulher não sirva para mim. Apenas não depende de eu estar a falar sério. O que sentes tu? O que queres tu? Tal como já disse, gostar não é caminho aberto para nada. E se por acaso eu não passar de quem sou?

Mas tanto faz. Espero que não penses que escrevi tudo isso apenas porque escrevo. Escrevo-lhe isso porque a coisa é séria. Não penses num segundo sequer que me vais magoar ao dizeres que o sentimento não é mútuo. Eu ainda preferiria o nada, só me diga o que, agora que procurei deixar as coisas mais claras, tens a dizer...


Biografia:
Sou um guardião do alheio, procuro por mim mesmo desde sempre...
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