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Derivações de uma sexta-feira
Maria Vitoria

3:12 da manhã. O sono não me invade, ao contrário, me mutila a mente, me castiga a carne. Penso nas atrocidades da vida, na personalidade e no egocentrismo das pessoas, em idas ao psicólogo, em porres de cerveja, em lâminas rasgando meus pulsos. Tudo, tudo agora gira em torno de meu egoísmo, desde as garrafas desalinhadas até as pequenas coisas escritas em papeis amassados dentro das gavetas de minha escrivaninha, tudo gira em torno de meu egoísmo de certa forma.

Há dias tento desvendar o indesvendável, tento a todo custo descobrir o que me causa insônia, raiva, medo do fracasso e depressão. Ainda não encontrei respostas, apenas hipóteses, suposições.

Repito para mim mesma diversas vezes durante a madrugada, enquanto rolo na cama de lá para cá: pense em mulher, pense em mulher, pense em mulher!!! Isto sempre funcionava comigo e eu acabava pegando no sono de forma rápida e indolor. Mas, não hoje, não agora, talvez não dessa vez.

Reluto então com as memórias, o passado vem à tona, as lembranças, boas e ruins vem e vão, e então, mas uma vez minha mente se vai...

Da minha janelo observo agora as luzes da cidade, ouço o quanto as ruas falam, o quanto o mundo grita. É ensurdecedor apenas!

Como será que deve ser viver a realidade todos os dias e se desprender de vez do imaginário? Penso todos os dias nisto, busco sempre uma forma de enfrentar a realidade perturbadora, mas em minha mente as coisas são um pouco mais amenas e bem mais confortáveis, mas nunca bonitas, apenas mais maleáveis.

Penso no peso que meus ombros carregam, sinto as pálpebras pesarem, as sobrancelhas envergarem, as costas doerem, a barriga urgir e uma pequena necessidade de sentir sangue escorrendo sobre minha pele.

Estranho, ainda sinto a necessidade de entorpecer-me como antigamente, sentindo a lâmina deslizar perante a pele de encontro a minhas veias pulsantes. Sinto raiva, fogo, frio. Sinto o mundo pesar toneladas forçando uma explosão devastadora sobre minha cabeça, não há como evitar, simplesmente é apenas mais uma madrugada confusa, derivada de um dia alternado e confuso, um nó que liga a outro nó, que se liga a outro nó, que se enrosca num conflito eminente entre a mente e o coração.


Biografia:
Fazendo da escrita minha válvula de escape desde, 1998 e bolinha...
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Crônicas O tempo é meu inimigo? Maria Vitoria

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