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O Profissional Invisível
Um Novo Horizonte de Eventos: O RH no Poder?
Luís Sérgio Lico

Resumo:
As Metas Corporativas e exigências para o "Sucesso" são alcançáveis? Quantos atingem os Modelos? A que custo? O que significa Gestão Humana? Perguntas por atacado que encontram respostas insossas e prontas no varejo. Como se orientar através da velocidade das mudanças?

Resumamos aqui e justifiquemos depois: Há uma enorme lacuna ética e regimental no universo do mercado trabalhista e que sequer é previsto na CLT anciã: Profissionais tornam-se invisíveis pelas práticas de gestão e "estratégias" delineadas pelos gestores de competências alheias. Experimente não "saber" da última frase de efeito ou da nova modalidade de gestão. O desespero grassa, as mudanças se atropelam, intercambiam dizeres e as relações saber-poder vão além do que Lebrun ou Foucault diagnosticaram. Se ainda enxergam você, agradeça ao guru, mas de qualquer modo, sempre dê uma olhada em torno e teste o ambiente. Vai que a doença já chegou por aí...

Antes bastava saber fazer, depois a PNL, veio o CHA, o servidor, o segredo, os gansos (ninguém leu Gibran...), agora temos as hipermultidisciplinariedades. Quem não entende, nunca vai realmente saber. O mercado reage a esta dependência da opinião dos que podem falar e ocupam espaço de discursos. Verifique-se a imensa gama de empresas de "career counseling", e a demanda desenfreada por lídimos programas de visibilidade... Notadamente isto ocorre pela extrema necessidade de um alto executivo se recolocar, mesmo pagando seu peso em ouro (sem garantias efetivas de que isto vá acontecer). São tantas as "técnicas", os procedimentos, as "receitas de bolo" para o sucesso, que trata-se mesmo de um florido mercado de posturas, planilhas mágicas e materialidade não discursiva. Nicho convenientemente explorado, claro.

Mas não é somente os aspirantes a Ceo's que sofrem da vitimação, mas a massa intermediária das gerências executivas e o desolado ambiente operacional também é vítima dos canibais do conceito-novo. Quem esteve do outro lado sabe o preço pelos modelos teóricos de uma administração que execra a metafísica, embora pretenda a busca pelo absoluto. A venda, em si, destes modelos não é o problema, mas sim a daninha influência destes pseudo-formadores de opinião, na rotina dos mitos corporativos. Cada hora um "novo sucesso", uma nova "revolução copernicana" ou, simplesmente um novo "você viu? temos que aplicar!" que pode modificar o aquecido mercado dos fogos-fátuos consultivos. Alguns são sinceros, outros carismáticos, há os artistas, mas na imensa maioria não dizem nada de novo. Apenas reinventam a roda e apertam o cerco sobre a combalida consciência humana. Outros, enquanto, isso se preparam para sangrar seu bolso em função de um oferecimento fantasma.

Mas estes golpes, que mudam apenas de logotipo não são realmente o grande problema. Sempre haverá canalhas. A economia de mercado ainda sustenta um desemprego “estrutural” que atinge índices sempre alarmantes e fomenta todo o tipo de estelionato: Caso de Polícia, Golpe do Emprego, Venda de Laudos, Consultoria de Carreira, Ministério Público, mas não é o ponto final. O que enfrentamos no bojo desta situação extrapola a malícia do malfeitor ou a incompetência de nosso modelo de sociedade. Lutamos hoje para saber quem decide os aspectos humanos nas empresas e qual o novo horizonte de eventos para a administração das organizações pelo viés dos Recursos Humanos. Talvez mais que um departamento francês de ultramar.

O que aqui demonstramos, invoca certa dose de omissão por parte de uma classe profissional importante, intelectualmente eclética, criativa, formadora de comportamentos. Vivem no mais, dentro de sua normatividade apática e filosofia utilitária, onde comandam importantes funções. Estes botos são os responsáveis - diretos ou indiretos - pelos panoramas conceituais dos processos de contratação, os mapeamentos de competências (metacompetências ninguém paga, mas é um diferencial) e as exigências sine qua non, de realização ou de sua validade e, deste modo, tornam-se extensivamente parte interessada no caso. Mas não querem se comprometer, pois as quedas de braço são perigosas e a estratégia sempre foi a do estar do lado do patrão.

Mas, me corrijam se eu estiver errado, em um panorama abrangente a economia não é tudo, conhecimento, atuação e postura sim! Ao incorporarem os paradigmas (Platão is not dead) e o discurso criado pelos seus expoentes, os novos sofistas que lhes copiam as denominações, laudos e testes, apenas atuam no vácuo de sua ausência. Resumo da ópera: Falar de estratégia implica em apenas alinhar-se a um discurso de "mais por menos", "redução", trazendo-se para esta área a ditadura dos indicadores. Não pela relevância das Kpis, mas para punir e estratificar. Sem essa que empresas escolhem os melhores e toda a ladainha da subserviência. Há algo que pode ser feito e redunde em progresso e traga dignidade.

Desde a antiguidade que se postulam aos mais sábios, preparados e ativos que tomem e mantenham o poder. Mas algo ocorre e não conseguem colocar em prática as “vivências”, os discursos, os congressos e toda a parafernália adquirida ou crenças aceitas. Na realidade os especialistas de RH temem intervir na administração das empresas, quando deveriam – sim – buscar maior influência e dividir co-responsavelmente a sua direção executiva e operacional. A ausência é por criarem entes em demasia, critérios indutivos formatando esquemas justapostos, que nunca serão factíveis, embora possam ser apropriados como verdade. Em não o fazendo deixam espaço para os lobos lucrarem com as receitas de bolo e apesar de possuírem conhecimentos, habilidades não há muita atitude...

Recuam frente aos financistas e suas notáveis planilhas de custos ou calam-se quando o diretor grita suas impertinências sem sentido. No dia-a-dia não estão presentes onde é necessário e no mais das vezes, por não conseguirem gerir o conhecimento, voltam-se a esoterismos, jogos, sistemáticas e tabulações organizacionais. Terminam sempre por dizer que assim são as coisas e, então, chamam a rotina de “processo”, sublocando as delimitações e indicando tendências. E com isso, ao invés de desenvolver, acabam por formatar na realidade externa uma geografia competitiva, terra média desconhecida e cuja situação a quem nela se inscreve, fornece mais motivos de ansiedade e de insegurança, do que propriamente um “desafio”, tornando-se, portanto, cada etapa numa arena onde se deverá travar um combate mortal...onde somente restará um!

É importante verificar que o intuito aqui é registrar o anátema das modernas práticas de contratação e quais os impactos que os mecanismos, instrumentos, visões e técnicas aceitas têm nos indivíduos. Gerir pessoas deve pressupor algo mais do que a aridez dos perfis e denominações como “capital humano”, metáfora algo infeliz que se aproxima perigosamente do modus operandi, daqueles cujo único valor é o lucro e cuja maior preocupação é aumentar a extração, produção, conquistar mercados e baixar os custos, seja a que custo legal, ético, social ou ecológico for. Só que não temos mais tempo ou planeta para isso. É preciso mudar logo o morubixaba.

Extraído do Livro: O Profissional Invisível
Novo Lançamento de Luís Sérgio Lico
www.editoraexlibris.com.br


Biografia:
Luís Sérgio Lico é graduado em Filosofia e Mestre em Epistemologia pela Universidade São Judas Tadeu. Escritor e Consultor Empresarial é Especialista em Modelos da Excelência Profissional e Gestão de Mudanças. Professor Universitário e Diretor de Pesquisa & Desenvolvimento de Cursos da Consultive Labs, tem atuação destacada como palestrante nas áreas de: • Gestão da Excelência Estratégica, Motivação de Resultados, Inteligência e Intuição, Vendas e Posturas Consultivas, Liderança e Relacionamento, Ética, Coaching Ontológico, Motores da Subjetividade, Filosofias Relacionais, Metafísica e Teoria do Conhecimento. Autor do Livro: O PROFISSIONAL INVISÍVEL - Um Manual Prático para Desempregados ola@consultivelabs.com.br http://www.consultivelabs.com.br
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