Ana levantará com sono, confusa em seu dejávu. Dirá que é mais um dia sem fim.
Igual e gêmeo.
Horas ininterruptas num relógio parado. Ida até o banheiro, água no rosto, escova na boca. Privada entupida, banho gelado.
No espelho, um rosto sem face. Verá pela basculante quebrada situação nunca vista. Berros e depressão por não ser ouvida. Num arremesso joga o que tem na mão pelo espaço sem vidro. Acertar o que não pode ser acertado.
Sairá do banheiro, indo pela casa, de um lado pro outro. Vai até a rua. Lá, tudo não passará de um sonho não sonhado. Memórias não lembradas, lembranças que não terá.
Estará ainda na cama dormindo. Acorda e tudo a mesma coisa, como uma roda rodando sempre. Idêntico e igual. Da basculante quebrada, ela mesma lá na rua.
Gritos e tristeza por não ser ouvida.
|