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Como é ter ânsia(edade)
R. Nunes


É o frio na pele que me diz o que virá pela frente. Eu me seguro firme, e tento sentir os meus dedos em minha pele, tento sentir a pressão do meu sangue nos meus braços antes que tudo comece. Vem lenta, como se se cassoasse de mim enquanto me encara aos olhos frios e sem piedade. Eu vejo sua risada me eletrocutar, posso sentir o gosto de sangue na minha boca. Mais perto cada vez mais, eu o vejo se rastejando mais rápido, eu não posso evitar, eu já aceitei a condição de ser seu alvo periodicamente. Me mantenho firme com os pés ao chão, e já sei exatamente o que vou sentir, mas nunca vou estar preparada para isso. O toque dos seus vermes em formato de dedos já deixam minhas pernas vermelhas de sangue, o impulso é súbito em minha direção, é ai então que prendo a respiração. É tão profundo e tão escuro, não resisto mais e já estou me engasgando com água que me joga para todos os lados, meu nariz arde, queima, os meus pés se batem em vão, minhas mãos não lutam mais… A sua sombra gigantesca me mostrou que eu não venceria. É eterno a minha angústia, a inconsciência me toma, e então que tudo piora pois cada veia do meu corpo parece estar vazia, meu coração não tem sangue pra ser bombeado, a sensação de sucção estilhaça a minha mente. Estou flutuando no vazio, e é tudo tão negro. Não sinto meu corpo, e não sei se ele ainda existi. Me sinto aliviada, por não ser nada finalmente, por não haver mais nada que possa ser destruído, e é aí então que sou tomada por um ventania como em um furacão, que me joga na realidade, estou parada segurando meus braços, os olhos fixos no nada. Acabou… Para poder começar novamente.


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