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De uma tarde qualquer perdida nas lembranças de um sonhador que achava que a vida seria linda, que as pessoas em que tinha imenso apreço eram perfeitas e que o tempo com elas era tão longo que poderia exemplificar o infinito, desta doce ilusão infantil até aqui, onde os sábios se despedem frios e pessimistas, onde os iludidos insistem em se despedir sonhando, onde a felicidade são estrelas no céu tomado pelo escuro. De lá até aqui, uma queda de um penhasco, tão distante aqueles dias, tão rápido e estamos aqui.
- Tolo garoto, nem se quer imaginou que cada humano é constituído de inúmeros falsetes, infelizmente necessários para sobreviver em um mundo tão maldoso. Não seja tão estupido em julga-los! Aqui há um mundo onde a alegria é raridade diante de tantos desafios para se manter de pé.
A longa queda, acelerada a cada segundo de sua vida parece ter transformado vinte anos em dois.
- Sim! Foi rápido demais, mas não há tempo para sonhar ...corra, corra, corraaaa!!!... esta pressão que não me deixa respirar, cade aquela flor?
Agora, inconsciente após cair, ou seria ainda em queda livre? Não faz diferença! Agora ou depois, o final da queda, o momento, é indiferente e aqui estará, como todos rasgados por inúmeros espinhos do penhascos e com algumas raras flores que o acaso lhes proporcionou a chance de pegar. Uns caídos antes, outros depois, todos no limbo do porque de tudo isso.
- Seria esta colheita de flores, tão sofrida, tão, tão, tão... mas tão sem porque, a finalidade de viver?
Seria ótimo saber, quem sabe assim ao menos as ferida teriam uma explicação. A vida é uma longa queda onde cada vez tudo vai ficando mais rápido, cada vez mais ao fundo menos se sabe onde esta, mais se sabe que os espinhos não param de te rasgar e não há flores suficientes que possam te sustentar para não cair no final.
- Bobagem!! Junte o que puder de flores durante a queda pelo penhasco, é lindo sonhar, a ilusão pode ser a maior felicidade da vida, faça das flores a motivação de viver, tolo garoto!!
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