Em uma discussão com meu pai sobre as responsabilidades de casa, acabamos chegando a um ponto no qual perguntei a ele:
- Mas eu não posso fazer outras coisas como me divertir?
E logo ele respondeu com firme voz e semblante opaco:
- Claro que você pode. Agora se pergunte se você DEVE fazer essas coisas. Poder você pode tudo e qualquer coisa. Mas não é essa a questão.
E acabou aí nossa discussão.
Desse dia em diante preferi pensar nas minhas ações à partir da mesma lógica que meu pai me revelou.
Quando considerei que "poder" se trata do fato de termos a possibilidade e capacidade de escolha, mas que "dever" se trata de avaliar quando, onde, como e porquê executar a ação planejada, observei que "dever" é uma questão de responsabilidade, uma questão de entender se uma ação é válida ou não, e não somente se somos capazes de colocá-la em prática, isso é radicalmente superficial e pouco racional.
Dever é cumprir com uma missão, com um propósito que necessita de um ente que considere suas variáveis e consequências.
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