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Para o homem de 26 de maio de 1981
Gabriela

Eu já esperava o momento de ontem, já esperava essa nossa conversa, talvez evitamos o inevitável, adiamos o que os dois já sabiam. Ao mesmo tempo fomos tão maduros um com o outro. De todas as paixões que tive você foi a única que não esperei nenhum tipo de contato físico, nenhum beijo, nenhum carinho, eu sabia das suas condições, dos seus limites, mas algo muito maior que todos esses bloqueios se sobressaia por muitas vezes, porém nunca deixei te de respeitar.
O desejo que havia dentro de mim também começou a queimar dentro de você, percebíamos isso a cada olhar que consumia o nosso ser, a cada toque que por acaso acontecia, as nossas pernas se procurando por debaixo da mesa em quase todos os momentos juntos. E de repente as nossas mãos já se entrelaçavam de uma forma tão natural, nossos olhares viviam se cruzando e não era mais por acaso, era vontade, era desejo, paixão, que mais uma vez preciso dizer: c o n s u m i a, inteiramente você, eu, você e eu. Lembro de todas as vezes que você me olhava e eu sabia que queria dizer algo, algo que eu queria ouvir. Você nunca economizou a palavra linda, vivia me elogiando de uma forma tão doce, amava desde o preto tradicional semanal até as raras vezes que eu usava um vestido. Era doce, tão amável, gentil, protetor, e é claro, mas claro, tão claro o quanto eu queria você. Inteiro, dentro de mim, me tocando, me beijando, daquela forma que eu tinha tanta curiosidade em saber, e soube, e guardo. Você foi o único que cheirava a minha mão enquanto fazia carinho no seu rosto, o primeiro que mostrou que o lugar mais propício para guardar presentes no carro se chama: porta luvas. Do seu lado eu era A mulher, a mulher que eu sempre quis ser, uma sensação tão incrível que não sei explicar, um pouco de vaidade, um pouco e ao mesmo tempo muito de ego, da minha parte é claro, você fazia com que me sentisse desejada o tempo todo, e claro que do meu jeito, eu te desejava também, com limites e ilimitada, queria que você fosse o meu homem, e que h o m e m. Até hoje me custo a acreditar que você se apaixonou por mim, logo você, o meu oposto, completamente o meu oposto, como isso pode acontecer!? A sua inteligência sempre foi o meu ponto fraco até provar os seus beijos, seu toque, até sentir aquele mistura gentil e maliciosa que era você chegando por trás para me abraçar. Você é tão etiquetado, sofisticado, tem classe, vigor, nome, posso perguntar de novo como se apaixonou por mim? Lembro da primeira vez que tive ciúmes, não soube disfarçar, não sei disfarçar até hoje, e como disse ontem: você é o sonho de consumo de muitas pessoas, inclusive o meu. Você esteve presente no melhor dia do meu ano e esteve presente nos piores também. Fomos um do outro de tantas formas, né? Você se tornou o vício que nunca tive coragem de chamar de meu. Eu fui covarde até hoje em não assumir nada com você. Eu sou covarde, e você sabe o porquê! Eu queria estar livre. Queria ser sua da forma que você sempre esperou. Como eu queria. Perdê-lo machuca a parte mais profunda do meu ser, mexe com o meu ego, meu coração, minha consciência. Mas eu entendo. Juro que entendo. Saudades? Já estou. De tudo. De nós. Você foi corajoso. Eu te admiro, sempre vou. Obrigada. Eu te amo, meu eterno lorde Geminiano.

E apesar de tudo, eu acho que isso não é um fim e sim um: até logo.




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