5
O caminhão é coberto pela lona amarela, Adrian ali no carro que fora emprestado por um amigo, ao lado Sandra, no banco de trás Priscila e os filhos, ainda a dividir o espaço com uma tv de 20 polegadas.
- Vamos filho.
- Sim mãe.
Em outra cidade, recomeço, 1 mês depois Adrian parte para a Espanha com 2 amigos, Priscila arruma emprego em uma clinica como enfermeira, aos poucos a vida vai se concertando, Sandra faz bolos, salgados nos momentos que os bebês dormem, logo conseguem vaga para eles na creche.
Aos fins de semana, Priscila e mãe levam os filhos para um parque onde sempre Pri retorna ao inicia da noite para casa já embriagada.
Certo dia após lavar a louça do almoço, Sandra ouve o bater de palmas, vai atender e ali no portão, Márcio com 3 malas.
- Amor.
- Como soube que eu estou aqui?
- Não vai me convidar para entrar?
- Me desculpe.
Ela sai da porta e logo retorna com as chaves, abre o portão e ali mesmo recebe beijos e abraços.
Malas na sala, roupas pelo caminho e Sandra se entrega ao prazer do corpo com seu homem.
- Fala logo que estava morrendo sem mim.
- Seu cafajeste, você desapareceu.
- Estive no Paraná.
- Sei...
- Sério, Ponta Grossa.
- Fazendo...
- Uma viagem.
- Sério?
- Te amo mulher, olha eu aqui.
- Sei, mais e agora, Pri mora aqui.
- Tô sabendo, melhor a gente arrumar um canto para a gente.
- Tá falando sério Márcio?
- Cara, o que mais tenho de fazer, olha eu aqui.
- Não tô acreditando. O homem cobre Sandra ali de beijos pelo corpo da mulher que se descontrola, mais uma sessão de transa, ali deitados nús, ela mexe nos cachos do cabelo dele.
- E agora Márcio?
- Fica tranquila, vai dar tudo certo, amor.
- Será?
- Trouxe uma grana. Ele tira de uma sacolinha plástica preta 3 maços de dinheiro e entrega para ela, despejando no corpo de sua amada que vibra em felicidade.
- Corre vamos logo comprar umas coisa para nossa nova casa.
- Tá bom.
Sandra caminha com Márcio pelo centro comercial, faz compras inclusive de mercado.
No retorno passa na creche e ali avisam que prisicla já os levou.
Ali na área, Pri sentadam um dos filhos a chorar.
- Filha.chão.
- Onde você foi mãe?
- Fomos bem....
Priscila vê Márcio ali na frente.
- O que esse cara tá fazendo aqui?
- Ele veio morar comigo.
- Morar?
- Olhe Pri, sou mulher, preciso de um companheiro, Márcio é o cara, o cara que eu quero, entende.
- Tudo bem vou alugar um lugar para mim e os meninos.
- Não precisa, a gente fica junto, vai dar certo, filha.
- Não mãe, com este cara, não.
- O que você tem contra o Márcio, vai fale logo.
Pri ali em silêncio lhe passa um filme de certo momento que lhe causara certo horror.
- Olhe vou deixar os meninos com a senhora, já eu venho.
- Onde você vai filha?
- Logo eu venho. Ela entrega um para Sandra enquanto o outro dorme ali na coberta no chão.
- Pronto, o problema sou eu, eu saio.
Ela passa por Márcio que diz aquilo e permanece o silêncio.
Quase 2 horas depois ela chega com algumas sacolas.
- Onde você vai filha?
- Amanhã eu me mudo com meus filhos.
- Filha.
- Já esta certo mãe.
- Você fica, o Márcio foi embora.
- O quê?
- Tem uns 20 minutos, ele foi de táxi.
Pri sai dali jogando as sacolas no tapete, em alguns minutos esta na rodoviária.
- Márcio.
- Sabia que ia vir atrás de mim.
- Seu canalha. Ela esbofeteia ele ali, alguns passageiros veem aquilo porém não interferem.
- Por que tinha de vir?
- Sabe uma pena, os garotos não são meus?
- Cafajeste.
- Fique calma, olha o papelão que esta fazendo, não é do seu feitio.
- Seu desgraçado.
Ao longe, Sandra observa aquilo, lágrimas descem de seus olhos.
- Eu espero, de coração, que você seja homem suficiente para nunca mais perturbar a minha mãe, minha família, entendeu.
- Não entendo o por que de tanto ódio, afinal, se aconteceu, fooi por que os dois quiseram. Outro tapa e pri sai dali, após andar alguns metros ali encostada a um poste, Sandra chora.
- Mãe.
- Vai diz, diz logo que você saiu com ele.
- Mãe, por favor.
- Sua puta, vagabunda, teve coragem disso.
- Eu não quis....
- Não quis, o quê, filha ingrata, maldita.
- Mãe.
- Como pôde Pri, como pôde, tanto homem, tanto macho, mais tinha que ser com o meu, tinha que ser com o Márcio....
- Ele me violentou. Sandra cai no chão, leva as mãos a face, Pri abraça a mãe ali no chão.
- Não, não pode ser, você mente, você é mentirosa, sempre foi assim, mentirosa.
- Mãe.
- Cale a boca, cala essa maldita boca.
- Ele me estrupou.
- Não. Grita Sandra.
Sandra dá um tapa na cara da filha que cai e ali as 2 iniciam uma briga, logo uma viatura pára ali.
6
Na viatura, nenhuma palavra, na delegacia ambas assinam um termo e são dispensadas.
Kauã e Kauê ali ao choro, sob o cuidado de Pietra, filha do dono do bar da esquina.
- Enfim chegaram, eles estão com fome.
- Obrigado. Agradece Pri a garota, Sandra entra no quarto e logo retorna dando 20 reais para a garota.
- Obrigado D. Sandra.
- Eu que agradeço filha.
A moça sai dali, minutos depois Pri vem com 2 mamadeiras e entrega uma para a mãe que alimenta Kauê, Kauã ali acaricia o rosto de Pri enquanto recebe sustento lácteo.
- Quando foi?
- Quer mesmo saber?
- Quando?
- Poucos dias depois daquela festa, daquele churrasco em casa.
- Filho da puta, como não percebi.
- Eu estava vindo do serviço, ele me parou naquele beco.
- Cafajeste.
- Tentei gritar, ele me disse que te faria mau...
- Como ele pôde...
- Mãe, foi você mesma que disse, homens são sempre animais selvagens se tratando de aguns assuntos.
- Me perdoe.
- Eu que tenho de lhe pedir...
- Por favor, já basta aquela cena. Risos ali delas.
Os meninos dormem ali, Sandra toma cerveja sentada á porta da cozinha, escorada no batente, Pri traz uma porção de linguiça frita, acende um cigarro que elas dividem os tragos.
- Já cansei de te dizer, pare com este cigarro, você ainda amamenta.
- Coisa mais dificil, eles quase não querem meu leite mais.
- Por que será?
- Tá bom. Ela apaga o cigarro, bate á porta, Sandra diz estar aberta, entra ali um senhor alto, magro, negro.
- Fala Moisés.
- Trouxe mais algumas cervejas.
- Nossa, melhor do dia. Risos.
As duas pegam as bebidas e colocam no congelador do refrigerador, Pri abre uma, copo e lá estão os 3 a beber na área externa dos fundos, logo ele se intera dos ultimos acontecimentos.
- Gente, família, ás vezes é um saco.
- Beleza Moi, já entendemos.
- Não cara, vocês duas são muito legais.
Mais algumas cervejas e logo percebem que Moi já esta um tanto alto.
- Vai lá no bar e avisa a Pri que ele dorme aqui.
- Tá certo. Pri sai e logo retorna.
- Ela já até fechou o bar.
- Garota esperta.
- Por que você não admite que esta gostando dele.
- Ainda quero o conhecer melhor.
- Tá, sei.
Amanhece e a rotina ali é de sempre, trabalho para Pri, Sandra a cuidar da casa, fazer bolos, agora tendo sempre mais presente Moi naquela casa.
Os preparativos para a festinha de 1 ano dos meninos traz mais alegria para elas.
Adrian já começara a mandar dinheiro na conta de Sandra, ela usa muito pouco deste, já tendo em mente de comprar a casa própria.
Parabéns ali cantando, alguns vizinhos, Pietra a brincar com os bebês, Pri esta muito bonita em vestido leve, costas nuas, make e biju, fizera um penteado já que esta fazendo curso para cabelereira.
- Você esta muito bonita.
- Obrigado.
Ali com ela um sargento da PM, branco, alto, corpo atlético.
Daquele assunto surge outros que termina por após o ultimo convidado saindo, eles irem para o quarto dela.
- Sabia que eu a teria hoje.
- Casado?
- Não, noivo.
- Problema.
- Quer para por aqui?
- Eu, não estou procurando compromisso, não no momento.
- Linda.
No outro quarto, Sandra faz amor com Moi, os meninos dormem no berço na lateral daquela cama de casal.
Aguns anos depois....
7
Terminado de abrir a ultima caixa, em um apartamento de 2 quartos, Priscila coloca os jogos do game dos filhos agora prestes a entrar na casa dos 20 anos.
Kauã, já as vésperas do término do curso de mecânico, tem trabalhado nesta área há uns 4 anos.
Kauê acabara de finalizar o primeiro ano de enfermagem, ali seguindo os passos de Pri, ela coloca em seu quarto o porta retrato com os filhos e Alessandro.
- Nossa, não é que ficou bom.
- Te falei mãe.
- Minha nossa, Santa mãe de Deus nem tô acreditando que você vai ter seu canto.
- Pois é, foi um pouco demorado, bem mais do que eu havia planejado.
- Filha, você tem de levantar as mãos ao céu.
- É, o Alessandro prometeu e cumpriu.
- Ainda sente falta?
- Dele, muitas.
- E pensar que há 1 ano atrás a gente estava festejando a subida dele para um outro grau.
- É verdade, quem ia saber que naquela noite morreria em trabalho.
- Foi ver sua sogra?
- Aquela mulher me odeia, você sabe muito bem.
- Achei que ela melhoraria.
- Não, ficou pior, ainda mais depois da apólice.
- Sabe, as pessoas são mesquinhas ela também teve a dela.
- Mais ela queria tudo, na verdade ela nunca gostou de mim, o filho único dela sargento, policial, estar comigo.
- Pelo que sei, nem contigo e nem com ninguém.
- Agora ela fica todos os dias no cemitério, lavando o túmulo recolocando as flores.
- Amor de mãe, não brinque com isso.
- Eu sei mãe, e ai Moi, a Pri?
- Estão bem, aquele homem como sempre me deixando louca.
- Sei.
- Verdade, agora quer reformar a cozinha a todo custo.
- E você nem gosta.
- Que mulher não gosta de ver novidades na casa.
- Verdade, vou passar um café.
- Não tem uma cervejinha, não?
- Mãe, olhe a sua saúde, o Moi pediu....
- O Moi, Moi, Moi, deixe aquele chato, sabe que sua mãe sempre gostou de uma bebidas.
- Tá bom. Priscila traz cerveja e 1 copo.
- Ué e você?
- Não, vou preparar o almoço, logo os rapazes chegam.
- Quem diria hein você com dois homens lindos te ajudando.
- É, tem hora que eu me pego pensando nisso, vamos combinar mãe, meus filhos são lindos não é?
- Lindos, muito mais que isso, capazes, responsáveis, valentes, trabalhadores, honestos.
- É. Pri se enche de orgulho.
- Nem parecem filhos daquele calhorda, sem vergonha.
- Mãe, aquele cara não existe, esquece.
- É, melhor coisa a se fazer.
- O desgraçado só depositou por 5 anos e ainda vez ou outra.
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