Eu levantei a barra de minha calça,
Eu pus meus pés sobre aquele chão molhado
E me aproximei do que me aparentava ser um rio
Mas meus olhos estavam vendados e nada encontrei
Por fim, não pude molhar meus pés.
Mas eu estava pronta para atravessar
Apenas deixar a água fluir e banhar meus cansados pés
Mas os meus olhos estavam vendados;
Vendados a ponto de ilusionar um rio.
Esse rio nunca chegou até mim
Pisei em um solo terroso e meus pés choraram
Foi uma dor profunda e inexplicável.
Meus joelhos se dobraram perante o poço vazio
E ainda assim, eu não encontrei água.
Cansada e dilacerada, preenchi o poço com minhas lágrimas
Ao fim de tudo, percebi que eu era minha própria água.
Minha venda caiu e pude olhar ao meu redor.
O sol que chegava aos meus olhos queimava minha alma
Ele ardia, mas me mostrava aquele rio
Em um suspiro, peguei minha venda e atirei-a rio abaixo.
Percebi, por fim, que eu era o rio.
Nunca mais esquecerei que eu sou minha própria água.
Repleta de mim, nunca mais sentirei sede de você.
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