Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
A carta
adjane maia uchoa

Resumo:
carta destinada a alguem

A carta
Foram alguns dias e também muitas noites em que pude te conhecer admirar, amar e desconfiar. Esperar por um telefonema seu era como esperar por um presente diferente a cada dia. A sua doce voz soava como uma singela orquestra de violinos e me fazia dormir tranquila e acordar feliz. Aquele era o nosso mundo, cheio de planos, sonhos e proibições.
De repente um encontro. Nossos olhares, um abraço; deixei - me ficar e um beijo, sim um beijo, dentre todos o mais simples e o melhor. Até mesmo as árvores puderam se alegrar e um meio de transporte era nosso aliado.
Nem tudo dura para sempre, e o nosso mundo já não era mais tão nosso, olhos e vozes ao nosso redor começaram a surgir.
Sua insistência era como espinhos em meu peito, o que eu mais queria era dizer sim. Eu te conhecia de mais para um sim e já te amava demais para um não. Naquela tarde as águas testemunharam e eu pude ver no seu olhar a expressão de um sentimento que jamais alguém demonstrara por mim, e a noite faltou-lhe palavras para expressar o que dizia o seu olhar. Eu então me via em um deserto onde você era fonte e miragem.
Lembro- me bem aqueles dias em que deveríamos nos revelar ao mundo, porém mais uma vez foi adiado. Aquele abraço molhado anseio novamente e aquela promessa feita ainda espero ser cumprida.
Infelizmente nosso mundo estava manchado, o telefone já não tocava, mas seus olhares ainda eram meus até seus passos mudarem a direção, seus olhos agora com “pena” observaram a minha dor e não se importaram ao ver minha decadência. Um dia, uma noticia e a noite a minha janela aberta esperava a chuva cair, madrugada adentro e até ao amanhecer nem uma gota caiu, então saí pela rua com uma faca no peito e um nó na garganta, procurei quem pudesse me ajudar apenas um ombro amigo encontrei, pra você não mais olhava e o desprezo era o que me restava. Quinta-feira e finalmente a chuva caiu. Recomeçar, agora sem você. Olhava para o céu e meu coração rogava por ti. Minha alma clamava por ti.
O seu olhar foi como remédio e o seu abraço como resposta, tudo não passou de um pesadelo e agora mais uma vez me permitia ficar, agora já não era mais segredo.
Um dia uma nuvem, outro dia tempestade e todos ao redor com suas apostas e suposições. Com o tempo, a distância, quilômetros de distração e falta de atenção. Um lago, uma manhã e um sonho. Motivos para um fim, um ultimo eu te amo e um coração partido, madrugadas perdidas em oração, pedi a Deus que tirasse você de mim. Duro era o meu coração, tão duro que petrificou você, o querendo só para si. O que me separou de você não era problema para sua nova vítima. Uma máscara sorridente eu coloquei. Agora eu era como um livro onde a capa era a de um conto de fadas e o conteúdo um conto de terror. Cartas escritas era uma terapia que eu mesma me diagnostiquei. Lembranças em uma caixa eu guardei e até o meu coração sangrando estava lá.
E mais uma vez o acaso te trouxe, pra mim? Você fez a sua escolha. Perto, tão perto e ainda a quilômetros de distância. Agora a amarga surpresa e o pranto das árvores um meio de transporte e a humilhação. Mas uma vez com janelas abertas agora o vento me falava e continuava a dizer...
Três dias de fuga, na chegada o seu olhar não passou de ilusões que eu não gostaria de experimentar. Os fogos de artificio e suas variadas cores, um abraço, mas um ano onde o travesseiro era um amigo, sempre umedecido, dolorido e calado ao apanhar. Joelhos marcados na madrugada, em três semanas meu sofrimento acabara, então pude agradecer aos céus ainda na madrugada. Sim, meu coração agora aliviado, ainda carregava aquela que brigava pela vida. Pude ainda testemunhar sua louca indecisão e o sofrimento a aumentar em todas as ocasiões.
Finalmente a noticia de que você agora iria modificar a sua vida, bem distante estaria e eu me libertaria da minha maior inimiga que sempre repetia que você ainda iria aos meus braços retornar. Mais uma noite, agora cheia de brincadeiras, historias, conversas, descobertas e decepções. A verdade agora recebida me libertaria. Sorria durante meu luto, naquela manhã sepultava aquela que tanto me enganava. E você já bem distante agora já não me importava, nem amigo seu seria, porém por pouco tempo duraria. Mudanças aconteceram, e aprendi a esquecer que você está aqui...



Biografia:
Número de vezes que este texto foi lido: 52806


Outros títulos do mesmo autor

Discursos A carta adjane maia uchoa


Publicações de número 1 até 1 de um total de 1.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Vida - Ivone Boechat 53187 Visitas
ZIP! ZAP! ZUM! - Saulo Piva Romero 53186 Visitas
Dança Sem Corpo - José Ernesto Kappel 53186 Visitas
Meu canto - Ivone Boechat 53186 Visitas
Origens da Bandeira do Brasil - Marco Antonio Cruz Filho 53185 Visitas
Caminho do Tempo - José Ernesto Kappel 53185 Visitas
Não digo mais que não tenho tempo - Ana Mello 53184 Visitas
FERDINANDO - Alexsandre Soares de Lima 53183 Visitas
Discurso de Formatura do 3º ano, 2003 - Aquiles Rapassi 53183 Visitas
Batido de Terra - José Ernesto Kappel 53183 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última