Seis meses depois - Bruno já famoso no circulo pornô, recebendo mais propostas e até tendo idéia de montar seu próprio site tendo no casting novos atores.
- Você acha legal isso?
- O que foi Murilo, só vou ajudar a tantos que estão ai procurando por uma oportunidade.
- Oportunidade para mim é emprego digno.
- E o que tem de indigno em ser ator pornô?
- Tudo, vai Bruno, o cara tem de fazer por grana.
- A mulher também e daí?
- Olhe faça o que você quiser, só me deixe fora, tudo bem?
Toca o celular de Bruno, ele conversa e desliga um tanto preocupado.
- Murilo você pode ir comigo em um lugar?
- Onde?
- Na clinica onde fiz os exames para o novo filme.
- O que houve?
- Sei lá, me ligaram da produtora, me disseram que fosse lá pois o dr responsável quer falar comigo.
- O que você aprontou dessa vez?
- Você pode me levar?
- Claro, só avisar na agência que vou chegar mais tarde.
- Vai falar com aquela gostosa da sua chefe, a Cláudia?
- Vá se arrumar pra gente ir.
- Mais que ela é gostosa, ah mano ela é e demais.
- Sei.
- Imagina só, ela de 4 e eu socando nela até os ovos.
- Vai logo. Risos.
Bruno segue para o quarto, Murilo liga para sua chefe que atende e lhe dispensa para ir junto do amigo.
Cláudia desliga o o celular, Vanessa entra ali.
- Trouxe o projeto para a conta do sabão.
- A sim, o fofura, quero ver o que ja tem.
- Esta bem crú ainda.
- Me deixe ver.
- Sim.
Cláudia olha e fica ali a observar Vanessa.
- E ai Cláudia, esta ruim?
- Acho que perdi minha auxiliar.
- Como assim?
- A conta é sua, ficou ótimo até aqui.
- Sério?
- Vai fundo garota.
Vanessa não se aguenta em tanta felicidade e pula de alegria, recebe um abraço de sua chefe e sai dali toda radiante.
Guilherme termina de estender as roupas, bate o tapete em uma mureta o estendo, a campainha toca.
- Oi.
- Ei homem, o que te fizeram, você esta um trapo que só?
- O que você quer Gislene?
- Tô com umas colegas ai, tudo de primeira, daquele jeito que você aprecia, tem pó do bom também.
- Não tenho grana.
- Qual é Gui, você nunca foi assim, tá virando o jogo é?
- Me respeite, sou homem e você sabe muito bem.
- É, mais agora ai de avental, espanador na mão, sei não, acho que esta mudando o time, tá mais para Adelaide.
- Qual é Gislene, se era só isso, mete o pé.
- Tá, mais me ouve, você não nasceu para isso, o que aquela tua namorada esta fazendo contigo?
- Tentando me recuperar.
- Ih, olha só, porra, mais fácil domar leão, com certeza ela tem algo podre sobre ti, por que o Gui que eu conheço não se rende tão fácil assim.
- Só quero ficar na boa com ela.
- Tá bom.
- Mais vai, deixa um pouco ai para mim.
- Ai sim, mano de fé, soldado nosso, é assim que se faz.
Gislene entrega 2 saquinhos para ele e se despede.
- Depois eu dou a grana.
- Falou parça.
Minutos depois, Gui faz uso de um dos saquinhos, ingere alguns goles de bebida, liga o som e fica a dançar ali.
Murilo estaciona o carro, eles descem, Bruno esta meio aos nervos a tremer as mãos.
Na recepção da clinica, ele é orientado a aguardar até que o responsável possa recebe-lo, logo ele é chamado, na sala, o doutor de seus 50 anos, cabelos grisalhos, alto, branco.
- E então dr, o que houve, deu algo em meu exame?
Cerca de 40 minutos ele sai cabisbaixo, Murilo ali a folhear uma revista, nem percebe até ele pedir ao amigo para possam ir.
No carro, Bruno desaba em lágrimas.
- O que foi Bruno?
- HIV, isso, o dr disse que estou com o virus maldito.
- O quê, não pode ser, você se preveniu naqueles filmes, não foi?
- Vou refazer os exames daqui 2 semanas e depois de dois meses, mais é quase certo.
- Bruno.
- E agora Murilo, o que faço?
O amigo lhe abraça enquanto Bruno despeja suas lágrimas no ombro deste.
Vanessa entra em casa e encontra ali caído no sofá só de cuecas, Gui, de sua boca sai uma espuma.
- Gui, Gui acorda, o meu Deus, o que este idiota fez?
15102019....................
Guilherme é levado por uma ambulância e dado entrada em um hospital particular, Vanessa assina a ficha dele que passa por uma lavagem acompanhada por médicos.
- E então dr?
- Ele andou exagerando no uso de entorpecentes.
- Então foi isso, bem que eu deveria ter percebido.
- Por sorte o trouxe a tempo.
- Ele vai ficar bem?
- Sim, vai ficar por mais algumas horas em um soro para fortalecer o organismo e depois será liberado.
- Obrigado dr.
- Sim.
O dr se despede saindo, ela senta no sofá do salão de espera, ali algumas pessoas, ela leva a mão á cabeça e apoiando-se ao encosto se entrega ao choro.
Guilherme dorme enquanto recebe um soro, Vanessa atende seu celular, fala um pouco e logo desliga.
Bruno toma mais uma dose de wisky, na mesinha já são 4 copos, gelos, 1 garrafa vazia e outra pela metade, Murilo chega.
- Ficou louco, o que pretende com isso?
- Morrer, isso, morrer, para que ficar nesta vida, não há mais vida para mim.
- Ter o vírus não é morte, agora ser infantil a ponto de se entregar por isso, ai sim isso é digno de morte.
- Eu não presto. Bruno tira do bolso um canivete e leva ao pescoço, Murilo em rápido gesto avança jogando a arma para longe.
- Pare com isso, este não é o amigo que conheço.
- E qual é este, um aidético que esta preste a ficar inválido?
- Chega. Murilo lhe dá um tapa e joga as garrafas para longe deles.
- O que eu vou fazer da minha podre vida?
- Eu não sei, ainda, mais vamos achar o melhor caminho, juntos, irmão.
- Você não vai me abandonar?
- Cara, você é minha família, ruim ou bom, você é tudo para mim, sim, vou ficar contigo até o fim.
Ali aos choros eles se abraçam, Bruno soluça diante aos novos rumos em seu caminhar.
Gui acorda, Vanessa ali a segurar sua mão.
- Va.
- O que foi, quer morrer?
- Me desculpe.
- Não quero mais drogas em casa, ouviu bem?
- Você me perdoa?
- O que mais eu faço nesta vida hein.
- Foi mau.
- Você é forte, jovem, bonito, já chega de brincar de ser infantil.
- Chega. Ele puxa a mão dela para si e a beija, Vanessa não demonstra carinho ali, eles se olham, até que o celular dela toca, ela o desliga.
- Não vai atender?
- Não vale a pena.
- Esta me escondendo algo?
- O que foi Gui, pelo que sei, você não esta em posição alguma de me cobrar qualquer tipo de explicação.
- Sério, tem outro na sua vida?
- E se tiver?
- Va, eu te amo e muito, mais preciso saber.
- Agora descanse, logo iremos.
- Nossa, como você mudou.
- De que jeito?
- Sei lá, autoritária, dona de si.
- Só me cansei de fingir a boazinha, sabe isso cansa e muito.
- Gosto de você, assim.
- Que bom, bom saber. Risos.
17102019....................
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