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Feliz Solidão.
Gustavo Soares Neri (Ramal138)

23 de março de 2018
02:14, sexta-feira
São Paulo, Ventos do quarto leste
Meu querido amigo,
Estamos todos completamente sozinhos, fadados à nossa própria loucura desde o nascimento e até a breve morte. Então morramos.
Me vejo sempre sozinho desde não ter amigos aos amores juvenis. Nunca tive muito saco para alimentar e segurar amizades, mas sempre amei com muito fulgor. Costumo me imaginar com uma só pessoa sempre, já considerei pensamentos de convivência com muitos amigos e casa cheia, mas sempre com um final solitário e pensativo.
Eu gostaria de saber se sou uma pessoa difícil de lidar, muitas das pessoas que eu considero amigas e amigos, dizem que sou (com essas palavras) "incrível e diferente". Preferiria um texto com tudo o que elas acham sobre mim, citando todas minhas idiossincrasias e opiniões, afinal de contas é isso que fez alguém. Além do físico, é claro.
Eu disse para mim mesmo, hoje, "vou deitar, estou deprimido". Agora eu paro pra pensar na minha atual situação, como pessoa cidadã e como ser humano. Eu tenho bons motivos para estar deprimido, compreendo todos meus motivos e sei que ou são passageiros ou são inevitáveis. Que não são por minha culpa. Mas tudo isso está ligado à mim e afeta à minha realidade, me desloca da minha zona de conforto onde eu sorrio tanto e me sinto tão bem. Todos esses problemas e essas questões, são parte de um vinculo, quase que imaginário, que eu criei com uma só pessoa, Alana ainda é parte central dos meus pensamentos e é nela que eu penso quando vou fazer algo relacionado a mudanças.
Esse sistema de sociedade que tem como presidente Ela, Alana, está sofrendo de uma má distribuição de importância. Onde aquilo que é essencial no agora, que eu preciso para um futuro viável, e com viável eu quero dizer próximo, é sobreposto por pensamentos e ações direcionados a Ela. Todos meus significados são direcionados ou relacionados aos meus sentimentos com Ela, e isso me preocupa, pois nada mais vulnerável do que um homem apaixonado.
Não posso dizer que a culpa é dela, mas posso dizer que ela alimentou um sentimento que ela sabia não ser recíproco, talvez ela não saiba da profundidade do gostar. Não saiba do PIB anual dessa sociedade que ela preside. Eu tento ter raiva dela, achar ela uma escrota ou pensar que ela esteja nos braços de outro alguém, mas eu compreendo que é só um curativo e que se ele for molhado, vai sair como se nem tivesse sido colado.
Falho com a franqueza comigo mesmo, vivo iludindo a mim mesmo. Vivendo a mercê do acaso e das atitudes externas. Estou acomodado na minha existência, na minha realidade monótona e sem riscos. Mas também sem variáveis, sem vida e aventuras. Sem revolução.
Vivo da fantástica fábrica de imaginações que é a minha mente, onde tudo que é causador de bons sentimentos é fantasiado, onde tudo que eu preciso é de silêncio para viver uma outra vida. Eu tenho medo disso, de viver sonhando e me esquecer de sair para a vida. Tenho medo da minha mente.
Feliz é a inocente vestal!
Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças
Toda prece é ouvida, toda graça se alcança.
Meu otimismo é só uma mera lembrança, minha sapiência e intelectualidade é resumida à citações de coisas que ouvi. O que foi que eu me tornei ?
Um exímio adolescente problemático ou só mais um num mundo de incerteza ? Talvez os dois.
Temo não só minha mente, mas temo também o desconhecido futuro e suas probabilidades infinitas. Temo minha inclinação da baixa auto estima e da comparação de realidade, que me desmotiva para a vida e me torna mais triste. Temo nunca sair daqui e me tornar um inválido sentimental. Um desalmado e desiludido.
Terminaremos essa vida sozinhos e todo o sofrimento será para nós mesmos, em vão. O ser humano é um lobo solitário, deveríamos nos rebaixar às meras reações químicas que afinal, é o amor. Parar de nos auto flagelar com paixões platônicas e simplesmente aceitar que somos animais que constroem armas e fodem a torto e a direita. Isso evitaria complexos de inferioridade e desilusões amorosas. Assim como o uso desenfreado de álcool de cigarros.
Eu tenho a alma rasa, eu digo fo$#-2$
Com todo fascínio,
Gustavo Soares.


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