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Promessa
Visão singular do mundo!
Thai Honor

Resumo:
Conto de fantasia, amor, luta, traição, dor, orgulho e esperança contados por 5 personagens com suas próprias visões e problemas!

Capítulo 1 - Luz (Amor Sobrenatural)

Sangue...
muito sangue...
apenas isso me resta agora.. a morte...
Eu estou desaparecendo pouco a pouco

Dizem que quando está próxima do fim, você consegue ver os momentos mais importantes de sua vida, e na minha cabeça só passa o filme de quando nos conhecemos, foi a exatamente 9 meses atrás, nós éramos em 4.
Athos Greendom       - o Anão Barbaro implacável
Serges Slyftelt             - o Meio Elfo Ranger hábil
Terona Grendjer      - a Elfa Druida da Luz
e eu Alicia Prowdimore - a Clériga da Paz

     Eu particularmente tive uma vida pacata e feliz, nasci no ano 7 do 2º século e apesar de não ter conhecido meu pai minha mãe foi uma pessoa extraordinária e me criou cercada de atenção e carinho. Quando criança eu me sentia como protetora daqueles fracos e indefesos, adorava cuidar dos pássaros feridos e regar as plantas do nosso jardim. Sempre fui uma menina madura para minha idade e apesar de gostar de brincar como qualquer criança normal, sabia escolher muito bem os caminhos. Sobre fé? minha mãe era devota do deus Luminus que representava a justiça, e mesmo assim ela nunca me impôs adorá-lo. Pois é, vivíamos numa sociedade muito devota onde os deuses estavam presente com muita frequência entre nós. Não, nós não os víamos, mas podíamos senti-los e víamos suas maravilhas. E assim decidi servir a deusa Selerian, a deusa da vida. Quando completei 7 anos fui para o colégio de clérigos da cidade vizinha, afinal na minha cidade só havia conventos do deus Luminus. Na verdade eu nunca mudei, portanto não me lembro muito do que se passou no colégio, mas uma coisa me marcou naquele lugar, um garoto, não me lembro de seu nome e nem de seu rosto, mas me lembro que me sentia muito bem perto dele, é como se tivesse nascido pra estar do lado dele pra sempre, foi a minha paixonite de criança. Passei 11 anos naquele colégio até me formar, e quando sai de lá decidi que queria usar tudo que aprendi para ajudar as pessoas e proteger todos aqueles que estavam em dificuldades, e foi assim que sai procurando pessoas que precisassem de mim e na verdade acabei encontrando algumas pessoas que se juntaram a meu propósito, o meu Grupo.
     Nosso grupo era muito unido, apesar de algumas brigas, nos aventurávamos pela imensidão de Ember. Guerra, Conflitos, Massacres, Mortes, tudo nos levava ao mesmo lugar, nunca entendi porque tanta violência nessa terra, porque tanto derramamento de sangue, crianças eram mortas, mães separadas de seus filhos, pais mortos por tentar salvar aquilo que eles amam. Então nós, os "Cavaleiros da Paz" como nos intitulávamos, lutávamos contra todos que tentavam provocar situações como estas. Bem, sempre tentávamos resolver todos os problemas, mas nunca conseguimos resolver todos. Houve muitas batalhas que deixamos de lutar pois sempre algo atrapalhava nosso caminho, talvez o destino soubesse que estava na hora de alguém morrer, e dessa maneira foram-se 3 anos. Um dia numa de nossas idas a vindas da cidade de Azeru, ouvimos boatos que havia um pequeno conflito de monstros numa noite na cidade, então sem demora fomos ao local verificar, quando chegamos algo havia acontecido, os monstros estavam mortos!!. Alguém evitou que ele matasse muitas pessoas, mas quem era esse? quem teria feito isso?, as pessoas salvas ficavam pronunciando o nome de "Sem Alma". Não entendi nada, eu sempre me perguntava: será mesmo que apenas 1 homem poderia derrotar todos esses monstros, deveria ser um semi-deus ou algo do tipo. Naquela noite mesmo saímos de Azeru, para nós a cidade estava bem protegida.
     Em todo nosso caminho conhecemos muitos heróis, mas nenhum nos deixou tão intrigados quanto esse, mas acabamos esquecendo disso rapidamente. 4 meses depois, uma nova ameaça estava se formava novamente nas proximidades de Azeru, depois do ultimo ataque os líderes dessa grande cidade construíram uma muralha de metal e barro e embora ainda inacabada, muitos sentinelas ficavam em sua extensão, então como uma milícia de criaturas se instalava naquele local?, como uma milícia com aproximadamente cinquenta monstros seria capaz de passar por Ironsgate sem que um dos sentinelas a visse? Não entendemos isso, durante nossa viajem ate lá pensamos muito sobre isso, mas isso não nos atrapalhou, chegamos a tempo, e, acabamos literalmente com todos eles. Também nosso grupo era excelente, Athos nos mostrou toda sua Sagacidade e Força, Serges Veloz como uma bala e astuto como uma raposa, Terona ou melhor o Grande Dragão Negro de Greenleaf novamente nos mostrou a verdadeira força da floresta e eu a humilde menina orgulhosa nascida na capital Brizza, a batalha não durou trinta minutos e todos os monstros estavam no chão, foi um massacre, estávamos muito felizes pois naquela noite nós evitamos que crianças e velhos morressem, resolvemos comemorar numa taverna em Azeru. Em meio as nossas comemorações eu o vi pela primeira vez!, era uma homem de aproximadamente vinte e poucos anos, uma pele bem morena de cabelos longos mal cortados e negros, tinha olhos azuis profundos, dava para ver o céu de dia e ao mesmo tempo de noite em seus olhos, parecia que estava triste e feliz ao mesmo tempo seu rosto não demonstrava expressão nenhuma, era um enigma, mas aquilo me fascinou, algo me puxava para perto dele era uma coisa que não dava para explicar, parecia que o conhecia e o amava a muito tempo, como se nossas vidas ultrapassassem os limites do possível e do impossível. Cheguei perto e puxei um assunto, ele virou para mim e deu um sorriso, uma coisa angelical mas diabólica algo que quanto mais ele sorria mais apaixonada eu ficava, então perguntei-lhe o seu nome e ele rapidamente respondeu Aaron Thunder mas todos me chamam de Sem Alma, na mesmo hora que ouvi isso me lembrei de 4 meses atrás quando um homem conseguiu derrotar sozinho a força de três monstros de nível Alfa, é necessário saber que um monstro de nível alfa é equivalente a vinte monstros do nível que derrotamos antes de chegarmos lá, percebendo isso imediatamente o convidei para entrar em nosso grupo de aventureiros, um guerreiro como ele teria credito em qualquer grupo de Ember.
     
     Todos os aceitaram muito bem menos Athos, eu o conheci quando ainda era uma menininha e ele era super protetor em função disso, mas depois de alguns dias ele aceitou, participamos de inúmeras batalhas juntos durante mais três meses, e Aaron sempre continuava enigmático, mas meu amor por ele crescia mais e mais, nunca tive coragem de dizer a ele o quanto eu o amava, mas sempre tive esperança de ser correspondida, numa noite que estávamos em uma estalagem na capital Brizza a minha cidade natal, resolvi ficar observando a lua, naquela noite ela estava brilhante e comandava o céu, todos foram pra seus quartos, bom era isso que eu pensava, alguns minutos depois senti uma mão em meu ombro, uma mão grande e calorosa, curvei minha cabeça para cima e me deparei com ele, Aaron também estava ali, bom Aaron tinha o costume de sempre ser o primeiro a dormir ele sempre parecia se dar melhor com o dia do que com a noite, mas sempre nas noites de lua cheia ele ficava diferente e não dormia, parecia que também se fascinava com a lua e ficava observando. Depois de muito tempo conversando o momento tão esperado para mim aconteceu, foi o momento mais significativo da minha vida, e, pela primeira vez eu descobri mais uma razão para viver, naquele momento Aaron libertava o que a muito estava tentando sair, o meu amor por ele. A noite parecia que não ia ter fim, eu sentia seu corpo quente no meu e sua mão deslizava em todo meu corpo, ele me beijava e eu o olhava desejando que aquele momento durasse eternamente, e então no ápice de nossos sentimentos alguém bateu na porta. Aaron abriu a porta, e era Serges segurando uma criança muito ferida em seus braços, a criança antes de desmaiar conseguiu dizer suas ultimas palavras "monstro cortando cabeças...", Aaron depois de ouvir mudou totalmente sua expressão e rapidamente mudou suas vestimentas e saiu ao encalce desse inimigo. Demoramos um tempo para achá-los, mas conseguimos encontrar, Aaron estava lutando contra algo maligno, cheguei mais perto e vi a criatura, era como a morte uma grande Capa negra cobrindo todo o corpo, grandes olhos vermelhos em sua face escura e uma Foice Negra com a lâmina coberta de sangue que emanava trevas e sofrimento, ele literalmente era o Anjo da Morte, eu podia escutar alto e claro cada vez que ele atacava Aaron com sua foice o grito de todas as pessoas que aquela foice matou, parecia que estavam pedindo libertação, e então Aaron mais uma vez liderou nosso grupo, a luta foi intensa, depois que recebi um forte golpe na cabeça apaguei, depois de uma tempo sentia minha vida indo embora, ainda tive forças para levantar a cabeça, mas o que vi foi atormentador. Athos e Serges mortos sem cabeça, e Terona morta encostada em uma arvore, ainda consegui olhar pra frente e ver Aaron muito ferido mas ainda vivo, e o anjo da morte estava no chão, por um momento fiquei feliz, mas depois vi também Aaron pegar a Foice e, ao encostar naquela foice negra ele se tornou diferente, a foice estava dominando-o, estava transferindo toda sua fúria para o corpo de meu amado, tentei gritá-lo mas minha voz estava fraca demais. E naquele momento senti que estava morrendo.   

Sangue... Eu queria estar com ele para sempre
muito sangue... Minha vida não pode acabar assim
apenas isso me resta agora.. a morte... eu estou partindo
Vou morrer sem ao menos dizer a ele o quanto eu o amo...
mas pelo menos vou morrer tranqüila, porque ele ainda vive...
     Algumas semanas depois outro grupo de aventureiros jovens entrou naquela floresta, eles acharam os corpos de todos os quatro, Athos, Serges, Terona e Alicia, mas uma coisa os intrigou, todos os outros três estavam com seus corpos deteriorados, podres em decomposição pelo tempo, mas o de Alicia ainda se mantia intacto, eles se impressionaram com aquilo. Que poder a protegia, o que estava acontecendo. Ninguém soube responder.   


Capítulo 2 - Trevas (Dor Incondicional)

Sangue...
muito sangue...
só vejo isso em minhas mãos, porque?
porque o sangue continua quente e vermelho? porque?

     Porque eu não consigo chorar?? Naquele dia eu não chorei, eu era uma criança feliz. Sempre estava sorrindo e de bem com a vida.
     Meu nome é Aaron Minnus e eu tinha uma família maravilhosa e uma vida tranquila. Meu pai Icarus Minnus era o Paladino mais próximo da deusa da vida Selerian, e minha mãe era uma simples e bela camponesa, nascida nos arredores de Brizza, eles sempre me tratavam com muito carinho e paciência, era a melhor coisa do mundo, e eu era muito feliz. Eu sempre estava sorrindo, minha alegria por estar perto deles era tão grande que contagiava outras pessoas, por esses motivos que decidi ir para ao lado que fui. Como to menino eu queria ser o melhor e pedi a meus pais que me colocassem em uma escola de treinamentos para guerreiros, ser guerreiro sempre foi meu sonho e de qual criança não seria?, mas, eles não queriam que eu me tornasse um guerreiro, porque eu teria que viver e treinar no monte Thunder, a área mais terrível e temida de Ember. Algumas pessoas nunca ouviram falar do Monte, talvez porque seus pais não quisessem que soubessem ou talvez porque as pessoas da minha pequena cidade fingissem que ela não estava lá, mas estava. Sua Cidadela era um lugar horrível que exalava morte e desespero, e como minha cidadezinha ficava nas encostas da montanha ele estava muito perto de nós. Diziam que quem entrasse na cidadela de Randoll, quando retornasse nunca mais era a mesma pessoa, eles voltavam completamente mudados, verdadeiras maquinas de batalha, bom eu era persistente e sempre queria estar enfrentando desafios. Ficamos 5 meses para decidir o que caminho seguiria, se a de um Guerreiro forte e indomável como eu queria, ou um pobre pastor para cuidar das ovelhas de minha mãe. Bom nenhum nem outro, as circunstancia nos levaram para outro caminho e quando dei por mim estava numa escola para aprendiz de Clérigos da deusa Selerian, já que meu pai era um fiel e muito devoto a deusa. Bom fiquei 3 anos nessa escola fiz muitos amigos,e até uma namoradinha, não se espante mais é a mais pura verdade, a minha namoradinha era uma menina muito doce e tranquila, por ser pequena e branquinha tinha o apelido de "grão de arroz", mais eu a chamava assim porque arroz era a comida que minha mãe fazia melhor, é, eu gostava dela. Eu ja estava a muito tempo no convento e desejava mais que qualquer coisa voltar para casa, porém mesmo tempo que queria sair eu também queria ficar, aquilo se apertava dentro de mim, estava com saudades de meus pais, mas se eu saísse sentiria saudades da escola e de todos, ir ou ficar. No final das contas decidi por ir, os momentos que vivi com meus pais eram maior do que qualquer outra coisa, naquela mesma noite fugi, e sem me despedir dos amigos, talvez fosse melhor assim, vivi bastante com eles para fazer diferença. A única que sabia do meu plano era a grão de arroz que apenas me abraçou e sorriu como sempre fazia. ELA SORRIA!
     Resolvi que era hora de madrugada enquanto o sol ainda não nascia, a caminhada durou um dia inteiro e ao anoitecer, enquanto a maior lua do ano se erguia no céu eu pude ver minha casa de longe. Chegando em casa percebi que as luzes estavam acesas, olhei para o céu e a lua imensa ainda estava lá, algo incomparável, parecia que estava me vigiando dali, me aproximei mais da porta e vi que a espada do meu pai estava no chão, assustado olhei e entrei bem devagar, a porta estava muito aberta , aquilo cada vez mais me deixava intrigado, porque eles deixariam tudo aberto? a essa hora da noite, porque? Quando estava me aproximando do meu quarto a luz estava acesa também, será que tem alguém dormindo ali?, eu me perguntei. Me aproximei e percebi dois vultos ao chão olhei bem e... decapitados??!!... Não, não... Não... Aquela foi a noite mais devastadora da minha vida, e eu, fiquei paralisado por horas, dizem que quando pessoas passam por traumas terríveis eles mudam, e a minha mudança foi instantânea, mesmo com os olhos fixados nos corpos dos meus pais, nenhuma lágrima saiu dos meus olhos e no meu coração só havia o sentimento de vazio, e então eu decidi sair daquele lugar que fedia. Porém antes dei um enterro digno aos meus amados pais, a cabeça de meu pai estava em baixo da minha cama, enquanto que a da minha mãe eu não encontrei. Sem comer nada, sem dormir, descalço e com roupas rasgadas fiquei uma semana procurando a cabeça da minha mãe em todo o canto da cidade, mas eu nunca encontrei. Então voltei pra casa e terminei de realizar todos os dogmas de nossa religião, mesmo ainda não tendo encontrado a cabeça de minha mãe. Desde então essas memórias me atormentam...
Sangue... Meus pais estão mortos
muito sangue... a razão da minha vida, da minha fuga e acima de tudo da minha alegria
só vejo isso em minhas mãos, porque? Eu não sei mais o que fazer!
porque o sangue continua quente e vermelho? porque? Minha vida não tem mais sentido.
     Mortos... quem fez isso, pai e mãe, quem foi capaz de fazer isso com vocês, me digam, perguntava eu toda noite olhando para o céu, eu jurei que iria descobri quem fez isso com vocês. Desde aquele dia a minha vida mudou totalmente, decidi que para vingar minha familia teria que enfrentar e sobreviver no monte Thunder dentro da Cidadela de Randoll, e para lá eu parti. No caminho para lá tive que passar por alguns desafios e eu não lutava tão bem assim, já que vivi 3 anos numa escola para jovens Clérigos. Quando cheguei no topo havia um imenso forte com torres altas, guardas com roupas negras, e com grandes elmos que impediam de olhar seus rostos, eu pedi para falar com o lider de Randoll, seu nome Lorde Shandu o líder máximo da Cidadela ou o carcereiro se preferir, dizem que ele vendeu sua alma ao deus da morte Ragnar para se tornar imortal, mas isso não importava agora, eu queria apenas vingança. Fui recebido depois de passar num teste super difícil onde entrei numa arena com outras 4 crianças onde apenas 1 sairia viva, além de ter que renunciar a minha fé na deusa da paz para receber o toque do Deus da Morte, aprendi a ter fé e a confiar com meu pai e hoje eu abandono isso para jurar lealdade ao deus da morte pois a deusa que meu pai sempre adorou virou as costas pra ele. Como o único ex clérigo no meio tive muitas dificuldades no inicio, mas minha vontade de superar aquilo era gigante e pouco a pouco fui me soltando e me tornando um deles. Todos daquele lugar não conversavam, não choravam e não riam e lá eu fiquei por cinco anos, até que a porta da Cidadela se abriu novamente, o menino que entrou lá era fraco, tímido e gostava de sorrisos o homem que saiu naquele dia era seco, não sentia mais dor e apenas conhecia a vingança. Quando senti o sol novamente parecia que queimava minha pele, todos lá dentro me chamavam de "Sem Alma" ou “O aldeão que conhecia o Thunder” , Sem Alma porque abandonei a deusa da vida Selerian e Thunder por causa do Monte ao lado da minha cidadezinha.
     Desde aquele dia eu vago pela terra a procura da pessoa que matou meus pais, hoje eu sou uma pessoa diferente, hoje sorriso para mim é uma coisa fútil e sem fundamento, hoje a única razão da minha vida é matar. Matei homens e outras criaturas sem pesar ou receio, matei velhos e crianças, estava cego pela vingança e insensível pelo meu coração gelado. Vivi com isso por muito tempo até que em uma das minhas passagens por Azeru conheci uma pessoa numa taverna, que daquele momento em diante mudaria minha vida para sempre. Seu nome era Alicia Prowdimore, e antes de falar alguma coisa para mim ela se aproximou e sorriu, naquele momento senti que podia voltar a sorrir novamente, senti que naquele momento minha vida estava recomeçando, parecia que aquele sorriso me perdoava dos meus pecados. Não sei o que me deu mas no momento que ela falou comigo, meu coração ficou mais rápido, não entendi porque, como uma garota franzina, branquela e estranha daquele jeito poderia mexer tanto assim comigo? Parecia que já a conhecia a muito tempo, e quando ela me convidou para participar do grupo que ela liderava, não consegui dizer não, de alguma forma aquele sorriso me hipnotizou, ele fazia eu me sentir em casa quando olhava pra ela, e então decidi entrar para equipe. Como o tempo ia passando eu ia voltando a me tornar mais "humano" e pouco a pouco desprendendo de toda frieza do meu coração, mas nunca sem desviar de meus objetivos, por muitas vezes tentei contar a Alicia o meu objetivo e por muitas vezes tentei esquecer tudo e ficar pra sempre com ela, mas a cena de meus pais mortos sem cabeça me atormentava pra sempre e eu não conseguia desprende-la de mim, nas noites de lua cheia eu vagava pelas ruas, porque não conseguia dormir, algo falava comigo, se vingue você é o único que pode, e eu sempre seguia essa voz. Na noite em que as vozes da minha consciência me atormentavam com mais força sai, e naquela noite decidi da uma volta pela estalagem no qual eu e meus companheiros estávamos. Andando pelo corredor percebi que havia alguém olhando pela janela, era Alicia e estava apreciando a lua, me aproximei coloquei minhas mãos em seus ombros, e a abracei, eu estava totalmente paralisado quando senti o corpo dela, ela era incrível, apenas por um minuto enquanto eu a abraçava ela sorriu novamente e disse "eu estou com você", então ela se virou e eu a beijei, as vozes que antes gritavam estridente em minha cabeça, agora paravam e todo aquele barulho se tornou paz, então fomos para meu quarto. Durante 2 horas de amor incontrolável me esqueci completamente do que havia passado, até que algo aconteceu, um de nossos amigos apareceu em nossa porta com uma menina quase morta. Que antes de morrer sussurrou as palavras "Monstro cortando cabeças", fiquei perturbado com aquilo.
     Aquilo me fez ver o que estava fazendo e retornar a mim novamente, então parti atrás da pessoa que fez isso, a menina indicou o local e parti sem mesmo saber sobre as condições dela, quando cheguei no local era uma criatura com uma capuz negro cobrindo a sua face e seu corpo, grandes olhos vermelhos que se destacavam sobre o capuz e uma foice Negra amedrontadora que exalava um frio da morte, mas a minha fúria era tão grande que não pensei muito nisso, só pensava na vingança e acabar com essa criatura, a luta foi muito sangrenta e pelo fato da ira ter me possuído por completo, não percebi que meus amigos iam caindo um a um, e quando dei por mim todos estavam mortos, olhei e vi Alicia sangrando, como meus pais. Nesse momento percebi que a vingança é a pior arma de todas, você nunca tem certeza do fim e sempre acaba perdendo algo ou alguém muito importante para você , Alicia estava morta e eu era culpado, porque só vejo sangue, porque???
Sangue... Não pode ser
muito sangue... A Pessoa que me trouxe de volta o sorriso
só vejo isso em minhas mãos, porque? não consegui defender o que realmente era importante pra mim
porque o sangue continua quente e vermelho? porque? Ela morreu sem ao menos eu dizer a ela o quanto eu a amo...
Algumas pessoas que viram de longe o acontecido relatam que o "Sem Alma" derrotou um demônio negro, tomou sua foice pra si e com um grito alto de lamento desapareceu na neblina do alvorecer.


Capítulo 3 - Legado (Sob a pata do Dragão)

Ouço um coração batendo...
Vejo um Espírito...
Sinto uma energia...

     Não há muito o que dizer, não há historias para contar. Vivemos por nossos sonhos e objetivos, e esses nem sempre são os caminhos certos a se seguir. Eu me Chamo Teronaien Ariel Grendjer, ou mesmo Terona Grendjer. Sou uma Elfa, não sei de onde eu sou, ou para onde vou, só sei que estou aqui. Eu não tive uma infância feliz, pois nunca soube o que é amar ou ser amada, por isso nunca tive um objetivo nessa minha vida, dizem que a solidão ofusca os sonhos, e eu, apenas vivia por viver. Pouco eu sei sobre as pessoas que me botaram nesse mundo, e nunca quis saber a respeito, pais que jogam seus filho aos lobos para que possa servir de alimento para os mesmos, não merecem piedade nem compaixão. Essa era minha opinião...
     No lugar onde cresci coisas estranhas aconteciam a noite, pessoas somem, gritos ecoam, eu cresci sozinha, vendo e enfrentando todo tipo de crueldade e anarquia daquele lugar. Eu roubava para me alimentar e matava para sobreviver, poucas crianças eram tão astutas como eu, nunca senti piedade, nem nunca tive clemência de algum ser vivo se quer. Isso parece demais para uma criança não é? Em uma dessas noites entrei em uma casa para roubar, mas haviam armado uma emboscada para mim, me prenderam, abusaram de mim e me torturaram, o motivo? eu nunca soube. Só sei que naquele dia eu quase morri, se não fosse por um elfo chamado Ian Ignis, acordei ao lado de um lobo gigante e fiquei assustada, mas ele me tratou com toda sua paciência e educação, um elfo belo com uma voz celestial. Foi nesse dia que conheci o salvador da minha vida.
     Durante 3 meses ele cuidou de mim, e depois disso, eu não quis mais sair de sua casa, queria ser como ele, calmo, paciente e acima de tudo, forte, pois queria me vingar. De tanto pedir, ele aceitou me mostrar e me passar seu contato com a natureza, foi assim que fiquei serena e tranquila. Aprendi a lidar com os animais e a escutar a voz dos espíritos da Natureza, aprendi a usar a magia e com isso eu havia realmente me tornado Forte. Ian vivia dizendo que dentro da minha face severa e machucada havia um coração de Luz, ele me provou isso, e eu aceitei esse legado, havia encontrado uma razão para minha vida, eu tinha nascido para ser a Druida da Luz, nome que ele mesmo me deu. Nos anos que fiquei com ele eu aprendi muito com ele e aprendi muito sobre ele, toda a noite ele chorava pela família que tinha perdido e a sua confiança e sua tristeza me fizeram mais motivada a lutar por um mundo melhor, e dessa forma vivemos por alguns anos, eu, ele e seu lobo Dragus. Dentre todas as habilidades que ele me ensinou, a que eu mais prezava era a transformação Homem-Animal, na verdade eu conseguia alterar as moléculas de minha carne e me tornar uma criatura qualquer.
     E em uma noite quando estávamos tranquilos, algumas pessoas invadiram nossa casa no meio da floresta, eles nos atacaram e roubaram nossas coisas, Ian ainda tentou lutar, mas foi em vão, aqueles caras já sabiam como Ian lutava e eles o mataram, bem na minha frente, naquele momento eu senti uma coisa que nunca havia sentido antes em meu coração, mesmo tendo apanhado, mesmo tendo sentido dores absurdas mesmo assim, para mim, Ian era como um Pai, ele me ensinou a ser alguém que valesse a pena. Mas eles tiraram ele de mim, antes mesmo que eu me tornasse como ele, mas antes deles irem embora, eu olhei bem para eles e vi o que parecia ser o líder, era a mesma pessoa que estava entro os homens que sequestraram anos atrás, o que eu tinha perdido havia voltado ao meu coração. Meu ódio cresceu, e eu me tornei um demônio, usando as técnicas que Ian havia me ensinado, e com o coração repleto de ódio e rancor. Eu havia perdido o controle de mim, e quando dei por mim, todos os ladinos estavam mortos. Eu realmente não nasci para amar ninguém, eu carrego uma grande maldição de morte para as pessoas que se aproximam de mim, e foi com esse pensamento que vivi os anos posteriores. Ninguém era meu amigo e eu amiga de ninguém, por isso, para seguir o legado de Ian resolvi correr pelo mundo, aprender mais e ajudar os que são bons de coração mesmo que de longe.
     A primeira cidade que salvei, estava sendo atacada por um lobisomem toda a noite, eu lutei com toda força e vontade para derrotar aquela ameaça, esse lobisomem não me deu trabalho algum, por isso durante a noite enquanto a cidade dormia mais 4 deles atacaram as casas, mas por azar deles eu estava numa estalagem por perto e vi tudo o que eles estavam fazendo. Não me emocionei quando os vi matando crianças e velhos, e naquele momento eu ouvi a voz de Ian e ele me perguntou se eu realmente queria ser como ele, e eu disse sim, então sua voz em meus ouvidos disseram serenamente, "Eu não ficaria olhando uma cena dessas, nunca". Não sei porque mais naquele momento, eu sai de meu corpo, e vi através dos olhos dos espíritos, um dragão negro gigante, sair voando e quebrando a janela de uma taverna, esse Dragão Negro devorou todos os Lobisomens, num massacre sanguinário e maligno, eu vi tudo isso, mas não entendi o significado daquele momento. Depois de devorar friamente cada um, aquele ser maligno estava indo em direção as pessoas, ele realmente queria devorá-las. Por mais incrível que fosse eu conseguia entender o coração do Dragão e conseguia ouvir a voz dentro do meu, ela ecoava bem fraca dizendo: "Eu sou Teronaien, a Druida das luz" ao mesmo tempo que tentava devorar aquelas pessoas.
     Porque um Dragão Maligno estava dizendo meu nome, por que ele dizia que era eu??
     Depois de me perguntar isso senti um forte calor em meu peito, e quando dei por mim estava deitada no chão da rua, havia uma pessoa cuidando de mim, de meus ferimentos. Depois da mão de Ian, essa era a primeira pessoa que cuidava de mim daquele jeito, por um momento achei que fosse Ian, até que a pessoa olhou para mim e disse: "Ah, você acordou", percebi que era voz de uma mulher, meio que fraca eu perguntei: "Quem é você", a voz me respondeu "Muito prazer, meu nome é Alicia". Depois de curada me levantei,vi que essa tal de Alicia não estava sozinha, com ela estavam mais 2 pessoas um anão estranho chamado Athos e um meio-elfo misterioso que me chamou bastante atenção, pois ele se parecia muito com Ian. Ele era Serges. E ela depois de ouvir o meu objetivo de vida, me convidou a fazer parte de seu grupo, eu não demorei em aceitar, pois eles poderiam me ajudar a descobrir e conhecer meu próprio coração. Depois desse acontecido, andamos por toda parte do mundo combatendo o mal e as injustiças dessa terra com forte vigor, foi ai que conheci melhor meus novos amigos:
Pequeno no tamanho, mas grande garra e predestinação, esse era Athos Greendon, o anão; háil e Misterioso, atrás de seus olhos abatidos existem historias inacabadas, esse era Serges Sliftelt, o meio-elfo; O poderoso coração imaculado, suas habilidades eram inigualáveis e seus dons comparados aos de um deus, essa era Alicia a grande Clériga da Paz.
     Depois de alguns anos juntos, já estava familiarizada com todos eles, principalmente com Serges que a cada ano se parecia mais e mais com Ian. No entanto, numa noite quando estávamos numa taverna, Alicia nos apresentou aquele que viria a ser nosso líder na batalha contra o mal, seu nome era Aaron, um jovem e belo garoto que carregava um peso em seu coração, na mesma hora que o vi sabia que ele seria ao mesmo tempo o causador das nossas mortes e o salvador de nossas vidas. Depois de algum tempo junto de Aaron, estávamos no ápice de nossa gloria. Havíamos alcançado o glorioso posto de salvadores da terra, por isso éramos humildes e sempre vivíamos entre os mais necessitados.
     Numa manhã acordei assustada e preocupada com meus amigos, pois eu sabia que carregava uma maldição de morte para as pessoas que amo. Durante todo o dia eu fiquei a espreita de todos, pois no fundo de minha alma sabia que aquela iria ser a ultima página da história, uma historia em que 5 guerreiros prometem se tornarem eternos, e se transformarem em um obstáculo para a geração futura de guerreiros que estariam por vir.
     Ao cair da noite Aaron e Alicia saíram, Athos foi para cama e eu e Serges ficamos na sacada de uma taverna que estávamos hospedados para passar a noite. Quando estava sozinha com Serges eu o perguntei: "Quem são seus pais"; Ele do seu jeito frio me respondeu: "Eu não tenho pais, fui criado pelos meus avós"; Depois dessa resposta vimos uma pequena menina toda ferida, ela tinha ferimentos mortais que a levaria para morte a qualquer momento. Serges a pegou e a levou ao quarto de Alicia para tentar curá-la, Alicia e Aaron estavam lá, quando abriram a porta Alicia começou a curá-la, mas Aaron ficou perturbado com alguma coisa que a menina disse, então ele saiu a procura do responsável.
     Logo depois saímos juntos eu, Serges e Athos. Quando chegamos eu vi Aaron lutar contra um criatura maligna, com uma grande e amaldiçoada foice, senti uma aura negra vindo daquela foice, a mesma aura que senti quando eu via o Dragão Negro surgir de dentro de mim. Nos unimos na luta e em pouco tempo fomos encurralados, quando cheguei próximo a Foice senti que ela estava chamando meu lado negro para fora, tentei me controlar mas o dragão negro estava tomando conta de meu coração e então eu cai, fiquei totalmente indefesa iria ser o golpe de misericórdia. IRIA, foi quando Serges pulou na minha frente, e aquele instante salvou minha vida.      
     Naquele momento seu rosto me era familiar, e em meu coração eu senti o calor da mão de Ian que emanava de Serges, nunca consegui entender porque Ian me deixou, mas no final da minha vida eu descobri que ele sempre esteve comigo...

Ouço um coração batendo, é o coração de Ian dentro do peito de seu legado, Serges
Vejo um Espírito, e dessa vez é um espírito de luz
Sinto uma energia, a energia da vida... da vida ETERNA...

     {Terona também foi morta pelo demônio da foice que a decapitou logo depois de matar Serges}            


Capítulo 4 - Identidade (Alma Gêmea)

Posso ouvi-la me chamando com tua doce voz, cada palavra que sai de seus lábios é como um balsamo sobre minha alma ferida. Aquela que era, nunca mais pode voltar a ser, tudo que eu sempre quis está agora nas mãos de outros. Meu nome, Serges Sliftelt.
     Sou filho de uma humana e um elfo, e na verdade, sei apenas isso sobre eles. Fui criado por dois senhores humanos aos quais peguei afeição profunda, mais não passei muito tempo com eles e logo vieram a falecer. É trágico como a vida se esvai diante de nossos dedos, como elfo eu imaginaria que poderia viver por muitos anos, mas como homem sabia que tinha pouco tempo. Dentro de mim haviam os dois, um rio que ia em direção ao norte e outro em direção ao sul, eu me imaginava deitado em uma cachoeira gelada sem saber se eu tinha muito ou pouco tempo a esperar, a minha luta nunca foi contra homens e sim contra meu próprio estado de vida indiferente. Sempre fui uma criança sem sentimentos, vivendo uma espécie de vida vegetal e a cada dia desafiando a própria vida a ser mais honesta comigo em relação aos meus pensamentos, aprendi que o meu certo era diferente do comum e que minhas convicções eram diferentes das outras pessoas, até conhecer Lilliana. Quando ela me olhou senti como se ela pudesse ler meus pensamentos, me senti exposto, olhos que perfuravam minha alma e que me deixaram intranquilo desde aquele dia. Eu tinha 23 anos quando a conheci, ninguém poderia ir tão longe assim, ninguém deveria ter a chave do cadeado que trancava minha mente, que me deixava seguro, mas por algum motivo ela tinha. Lilliana era uma garota pálida e sem expressão, estava muito longe da imagem perfeita da beleza, mas, era sagaz e esperta e se dava muito bem com as palavras. A minha primeira conversa com Lilliana foi de uma maneira diferente, nunca tinha a visto, muito menos conversado pessoalmente com ela, mas na primeira vez que ela veio falar comigo, usou palavras diretas e como uma espada flamejante cortou totalmente meu ego. -Você esta morto? indagou a menina olhando firmemente nos meus olhos. -Porque a pergunta? disse eu indignado com a ousadia dela. -Não consigo sentir em você vida alguma! exclamou ela com um sorriso enigmático. -Você já viu morto andar e falar? disse eu querendo desarmar-la. -A pior morte não é a do corpo e sim a da vontade de viver! disse ela antes de sair. Fiquei imóvel com suas palavras e me senti mergulhando num oceano profundo onde só havia duvidas e incertezas sobre quem eu realmente deveria ser. Não, não pode ser... Sou inteligente e racional, é totalmente improvável que uma pessoa sem nível possa me deixar assim. Então resolvi descobrir quem realmente era Lilliana, e, o que descobri foi assustador e imperdoável, porém não me senti ofendido ou humilhado, me senti vivo, senti que uma pessoa sem rosto e sem beleza e até mesmo um rejeitado podem ir além das aparências. Descobri que Lilliana era uma pessoal totalmente comum e sem graça, mais não foi isso que ela me mostrou, e eu, eu queria ver mais disso.
     Depois daquilo me aproximei dela, a cada dia sentia que ela era a pessoa que me compreenderia independente de quem eu me tornasse ou do que eu pudesse fazer, ela também era sem destino e, ela sabia disso e aceitava. Mas mesmo assim vivia, sentia, ela conseguia! Então, eu tentei conseguir. E isso fez com que eu me apaixonasse por ela, na verdade nunca a olhei com olhos de um amante apaixonado extasiado pela beleza de sua amada, mais a olhava com olhos que iam além do material, olhos que penetravam a carne e vagavam fundo dentro de sua alma. Eu a amei, e amei mais que palavras, mais que sorrisos, mais que o por do sol num fim de tarde de outono. Eu a amei com uma profundidade incomensurável, uma que não se pode descrever, porque eu vi! vi além da aparência fraca e desanimada, eu a vi. Vivi 5 anos de minha vida ao lado dela e ela realmente me fazia alguém melhor comigo mesmo e com o mundo, e eu, eu ainda desejava mais... Eu sai para caçar naquele dia, foi uma caçada estranha, quando estavas prestes a acertar o golpe certeiro em um cervo, pareceu que ele olhou para mim com um olhar de piedade, estranho, será que minha vida era tão deprimente que um animal que estava prestes a morrer estaria com pena de mim? Eu que normalmente os caçava em minutos, fiquei 2 horas tentando matar aquele servo, mais quanto mais o tempo passava, mais eu pensava que o tempo que passara com Lilliana me tornara mais fraco, mais passivo, mais indefeso. Naquele dia eu desejei realmente que tudo aquilo não tivesse acontecido, desejei que fosse apenas um sonho a minha vida com Lilliana, mas, logo voltei os pensamentos ao que era bom, e repudiei meus pensamentos anteriores. Quando voltei para casa Lilliana não estava lá, eu pensei que tudo estaria no lugar, mais não estava, ela não estava lá, a peça mais importante do quebra-cabeça da minha vida. Eu esperei, esperei alguma coisa acontecer, esperei ouvir sua voz dizendo que era assim a vida. Depois de algum tempo eu desisti de esperar e comecei a procurar por ela, estava perdendo a cabeça sem minha guia, procurei-a por todo lugar e a cada dia que passava, acreditava que realmente o culpado era o meu desejo, porque eu desejei que ela não existisse, desejei que fosse um sonho, e, pareceu que realmente era. Depois de um ano de busca conheci uma senhora misteriosa chamada Lanna e ela me disse que, tudo o que eu estava passando na verdade era uma grande apostas dos deuses, ela disse que eles gostavam de brincar com a vida das pessoas, e, como não tinha mais para onde ir, acreditei em cada palavra de Lanna, porém continuei minha busca. Três meses depois encontrei uma jovem que viajava o mundo com seu amigo anão em uma rua da cidade de Ognstrer, eu estava ferido e ela me curou, depois disso ela me convidou para viajar o mundo e ajudar pessoas.

Depois de algum tempo, Terona Grendjer e Aaron Thunder se juntaram a mim, Alicia Proudmore e Athos Greendon para continuar nossa jornada. Caminhamos juntos por dois anos inteiros até que numa noite enquanto eu estava olhando pela janela, um cervo apareceu, o mesmo cervo de anos atrás, eu o segui, Terona veio comigo e o que eu encontrei foi uma pequena menina ensangüentada e machucada e balbuciando palavras estranhas, aquela jovem menina era estranhamente parecida com Lilliana e antes de pedir ajuda ela acariciou meu rosto com suas mãos sujas de sangue da mesma forma que ela fazia. Eu chorei, e rapidamente a peguei e a levei ao local onde estavam todos, bati na porta do quarto de Alicia, afinal, queria que ela a curasse, e então do quarto veio Alicia e Aaron, e eu, segurando a menina machucada. Antes de Alicia tentar curá-la, ela disse algumas palavras estranhas que repentinamente mudaram Aaron que vestiu sua armadura e saiu em fúria, eu deixei a menina com Alicia e sai atrás de Aaron, nesse momento Athos e Terona vieram junto comigo. Quando chegamos no local, Aaron estava lutando contra um homem grande com um grande capuz e montado em um cavalo negro com olhos avermelhados, em sua mão uma foice gigante que emanava uma aura negra com tons vermelhos, eu podia sentir o cheiro dos mortos que saia daquela foice e, então nós lutamos. Nunca havia lutado contra uma criatura assim, um demônio que causa desespero e terror, um cortador de cabeças do inferno. E antes que eu pudesse acertá-lo com minha adaga, olhei e vi que Terona estava caída e prestes a morrer, e eu queria que todos os meus amigos pudessem subir até seus altos montes de derrubá-los, por isso sem pensar pulei na frente da foice do Demônio. Talvez eu nunca pudesse vingar Lilliana, mais eu acredito que com meus amigos, eu posso, sim, eu posso mesmo desafiar um deus!
Posso ouvi-la me chamando com tua doce voz, cada palavra que sai de seus lábios é como um balsamo sobre minha alma ferida. Aquela que era, nunca mais pode voltar a ser, tudo que eu sempre quis está agora nas mãos de outros. Meu nome, Serges Sliftelt ,e eu, eu estou morto.

{Assim como Athos e Terona o corpo de Serges foi encontrado sem a cabeça mais tarde por um novo grupo de aventureiros}           


Capítulo 5 - Orgulho (Força sobre a dor)

Porque eu?...
O destino é implacável!...
Não há volta quando se nasce marcado...

Dizem que eu sou o ultimo de uma linhagem de antigos reis, a história é sempre linda de se ouvir, cheia de conquistas e honras, cheias de glórias e lutas, quando era criança sempre ouvia que vim de uma geração de anões guerreiros que descendiam dos primeiros a pisar na terra. Sabendo disso é provável que todos pensem que você nasceu e cresceu em algum berço de ouro, cercado por muitos empregados dentro de um grande castelo de mármore e pedra, não, ao contrário disso, cresci em um local estranho, onde os nossos "mestres" nos obrigavam a lutar contra outro de nossa própria raça até a morte. Minha primeira luta foi quanto eu tinha 9 anos, bom, não me lembro de quem eu enfrentei naquele dia, porém fiquei sabendo que era alguém que me prezava muito e portanto, deixou que eu o golpeasse até a morte para que eu não morresse, não sei quem fez isso por mim, mais sei que devo a minha vida. Depois daquilo senti gosto pelo sangue e comecei a melhorar em matar pessoas, e o pior de todos, o sangue que eu derramava era o de meus próprios irmãos. Na época que completei 15 anos, as arenas de luta ficaram mais famosas e já não lutávamos só com nossos conterrâneos mais também contra todos que entrassem, e eu era muito bom. Foi nessa época conheci Athos, um jovem humano que assim como eu, era um rejeitado e estava perdido no pior local do mundo, nas arenas de luta de Hardwood. Logo percebi que Athos não sabia lutar nem se defender, então eu comecei a ensiná-lo a lutar, todos os dias treinávamos e além de ensiná-lo eu também aprendia, e quando eu percebi, Athos era meu único e melhor amigo. Lembro-me de um dia em que sentado numa cela escura ouvi a voz de Athos dizendo: - Eu nasci numa cela escura, cresci vendo sangue e morte, mas mesmo assim, eu sei que esse não é lugar. As palavras de Athos tocaram minha alma, eu não me lembrava de nada antes de matar pela primeira vez, mas aquelas palavras me fizeram voltar, eu vi um grande jardim de pedra, cercado por grandes muralhas, eu vi pessoas vindo, eu também vi alguém que olhou para mim e sorriu dizendo, eu te amo. Aquele jardim de pedra era escuro mais brilhava com jades que iluminavam como o dia, e então eu vi, olhei para uma placa que estava escrito Greendom e nesse momento lágrimas escorreram de meus olhos, não entendi o porque, nem sabia o que era aquilo, e, como que me trazendo de volta ouço Athos cantando uma música que dizia " Mesmo que o céu caia, que não haja luz, mesmo que a canção se cale e que a terra morra, mesmo que a dor me tome, eu acredito que o amanhã será melhor..." . Aquela canção me fez perceber que eu poderia ser melhor do que sempre fui, e então imediatamente me virei para a cela em que Athos estava e disse: - Amanhã nós dois sairemos dessa prisão,e vamos ser tudo aquilo que nos privaram de ser! Athos apenas sorriu, se deitou e dormiu. Na manhã seguinte percebi que Athos estava fraco, e quando o guarda veio me buscar para uma luta, imediatamente o golpeei e o deixei inconsciente, abri a cela de Athos o agarrei e sai de lá o mais rápido possível.
Muitos guardas foram atrás de nós, tentei correr até um local sem saída, lá, me preparei para lutar, quando olhei para Athos ele estava caído e parecia muito mais fraco antes. Parecia não ter força nem para manter os olhos abertos, rapidamente segurei minha adaga e esperei que os guardas viessem, afinal, eu tinha que lutar para proteger Athos de todas as formas. A batalha foi sangrenta e eu me feri bastante, e então peguei Athos e o carreguei até longe de lá, porém os meus ferimentos foram graves e eu estava perdendo muito sangue, em algum momento perdi a consciência e desmaiei. Acordei um tempo depois em uma casa abandonada com meus ferimentos tratados e limpos, olhei para o lado e não vi ninguém, chamei pelo Athos e ele não respondeu, pensando que ele havia sido capturado fiquei desesperado e sai a sua procura, antes que eu saísse da casa, atrás de uma das portas eu vi uma silhueta, corri e vi Athos no chão, gelado, com os olhos fixos em uma parede. Olhei para parede e vi, escrito com seu próprio sangue: "Você pode ser melhor do que disseram que você era, eu estou indo agora amigo! Tenha uma vida digna e feliz." Eu chorei.
Depois desse acontecido passei 12 anos como mendigo nas ruas de Brizza, a capital do império, até que um dia escutei em um beco um grito de uma criança que pedia por socorro, corri até lá e vi um ladino, ameaçando uma mulher que segurava uma bolsa em seu braço esquerdo e escondia uma criança com sua mão direita atrás do corpo. Imediatamente gritei e antes que eu chegasse o ladino soltou a mulher e saiu em disparada para longe, a mulher agradecida viu meu estado sujo e faminto e me convidou para cear em sua casa. La eu pude enfim tomar um banho, e, antes que pudéssemos comer elas abaixaram suas cabeças e agradeceram, pela comida, pela dádiva de estarem vivas e agradeceram por serem salvas por alguém de bom coração. Fiquei feliz com aquilo, depois de muito tempo eu estava sendo melhor do que nunca fui na vida e, eu estava realmente satisfeito com aquilo. Depois de comer a criança pediu para que sua mãe cantasse para ela, a mãe imediatamente me perguntou se eu me importava, disse que não e que na verdade uma musica era algo que fazia muito tempo que não ouvia de alguém. Então ela começou a cantar a mesma música que Athos cantou naquele dia, ela me fez chorar e enquanto eu chorava a criança veio até mim e com um pano secou minhas lágrimas e disse: - Mamãe me diz que amanha vai ser melhor". E eu acreditei. Eu antes de partir perguntei o nome delas, a mãe disse que se chamava Maria e antes que eu perguntasse a criança se levantou e gritou: - Eu me chamo Alicia, é um prazer conhecê-lo! Elas me olharam esperando que eu pudesse dizer meu nome, e eu disse: - O prazer é meu pequena Alicia, me chamo Athos, Athos Greendom. Depois que sai dali percebi que isso era o que Athos queria, isso era o que eu deveria ser, e a partir dali eu comecei a dedicar minha vida a ajudar quem precisasse de mim usando o nome de Athos Greendom. Onze anos depois, enquanto eu ajudava um senhor a transportar um carregamento, fui atingido por um dardo envenenado e o senhor a quem eu ajudava me disse que na cidade havia uma pessoa que se especializou em tratar feridas e que ela poderia me curar. Quando cheguei no local indicado pelo senhor, perguntei a jovem se ela teria o antídoto para o veneno e quando ela me viu disse: - Athos? Athos Greendom? Eu disse: - Sim, sou eu! Quem é você? Ela sorriu e disse: - Sou eu Alicia, não se lembra de mim. Eu me lembrei da jovem menina que me fez renascer depois de perder um amigo, ela se tornou minha melhor amiga a partir daquele dia, ela me disse que estava numa jornada pelo mundo para ajudar pessoas que precisassem e me convidou a partir junto, aceitei sem pensar. Eu estava indo fazer o que me dava prazer com meu melhor amigo. Depois daquilo começamos a viajar pelo mundo ajudando pessoas e encontramos novos amigos, primeiro veio Serges, um meio-elfo complexo e profundo, mais que tinha um grande coração, depois veio Terona, uma elfa que parecia sempre confusa com a vida, mais que passava sua luz para todos e por ultimo veio Aaron. No começo não me agradava ver como Alicia se afeiçoou a ele, eu não queria perder mais amigos, mais com o passar do tempo percebi que ele assim como todos nós tínhamos algo em comum, nós fomos salvos pelo amor de Alicia.
Nós lutamos juntos por um bom tempo, estávamos felizes e acreditávamos que o mundo podia ser melhor do que é. Até que um dia, Serges apareceu com uma menina ferida, a menina me lembrava Athos e então eu paralisei, vi naquela menina o mesmo jeito que Athos estava quando estava morrendo. Enquanto eu estava no transe mental Aaron saiu desesperado enquanto Alicia tentava curar a menina, Logo Serges e Terona foram atrás do responsável e então eu fui também. A luta foi intensa, porém fui atacado mortalmente e vi minha vida saindo de mim até que,olhando fixamente para frente eu vi Athos andando para um brilho lá no fundo...

Porque eu? Eu realmente sou descente de reis?
O destino é implacável! Mais eu aprendi que sou eu que controlo o meu destino!
Não há volta quando se nasce marcado! Mas pela fé de Athos e de Alicia eu fiz ser diferente!
Athos amigão, eu estou indo! hoje nós vamos cantar juntos!...

{ Athos assim como Terona e Serges foi encontrado sem a cabeça mais tarde por um novo grupo de aventureiros junto ao corpo de Alicia intacto}


Biografia:
Mais um nerd, gamer, leitor e apaixonado por Tolkien
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