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A VIOLÊNCIA COMO INSTRUMENTO SIMBÓLICO
Flora Fernweh

De acordo com o pensador Jean-Paul Sartre, a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. É perceptível que na sociedade contemporânea, a violência é um fenômeno enraizado, no entanto, injustificável, visto que estereótipos e visões fragmentadas acerca da história e da cultura configuram-se como pilares de sustentação do ódio e da inferiorização de um indivíduo em relação ao outro. O simbolismo por trás das relações e interações doentias de domínio nem sempre pode ser facilmente decodificado.
     Sendo a linguagem um sistema simbólico e parte da natureza humana, a construção de preconceitos baseados em ideias simbólicas se exprime por exemplo nas esferas familiar, trabalhista, econômica e socias que envolvam religião, cor, gênero ou opção sexual. Um aspecto fundamental para a existência desse tipo de violência, é o acordo entre ambas as partes, uma disposta a protagonizar o ato e outra, a sofrê-lo passivamente, segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu.
     Devido o fato de a violência simbólica disfarçar-se em prejulgamentos e de manifestar-se de modo sutil, como exemplo nítido, a violência doméstica contra a mulher, salientada pela organização histórico-familiar do patriarcado, o números por mais alarmantes que sejam, não indicam com precisão a grandeza do alcance da violência. Conforme estatísticas apontadas pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, por mais que o número de homicídios tenha reduzido consideravelmente no último ano, os índices de violência doméstica e de feminicídio cresceram, o que retrata a persistência da ideia de que todo tipo de violência se resume a uma só causa, a própria interpretação unilateral da realidade brasileira é frequentemente encarada a partir de um pressuposto simbólico.
     É essencial que a tentativa de naturalizar a violência seja uma prática a ser combatida pelos mais diversos setores da sociedade, as minorias e grupos vulneráveis são largamente afetados por uma visão equivocada e estereotipada a respeito daquilo que na realidade são ou constituem. Fragmentos históricos e a parcialidade de sua atuação não devem ser variáveis que consolidem a identidade social de mulheres, negros, homossexuais e demais grupos considerados alvos. A luta por eliminar barreiras e preconceitos não é recente, é fundamental o retorno às origens da humanidade, à inadagação a respeito da dignidade e integridade do próximo, na busca por relações que não sejam mediadas meramente por rótulos, mas sim pelo valor de seu caráter.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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