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Educar na diversidade
Respeito às diferenças
Erika e Gismara

     As pressões escolares tendem a fazer os educadores não respeitar a individualidade de seus alunos, forçando uma imaginária homogeneização da sala. Não culpamos os educadores, nem os pais, nem os alunos, nem o sistema. Não isoladamente. Todos são responsáveis. Claro que em uma escala de culpa, o aluno fica em último lugar, pois ainda não possui maturidade para ver seus atos refletidos num futuro relativamente distante.
Se compreendermos melhor como o aluno se desenvolve, não iremos “jogar a bola” dos sucessos ou insucessos para a família, assim como esta não a repassará para nós. Não é uma questão de se encontrar culpados, mas sim uma forma de compreender o processo e acrescentar essa compreensão na arte de educar, da qual, na nossa opinião mais que particular ela é indissociável. Não se educa sem compreender esse processo, pois também passamos por ele. Ou seja, entender como o educando se desenvolve faz parte do nosso entendimento para a vida, do ciclo que nos conecta uns aos outros, que interliga passado, presente e futuro, a continuidade de nossos pensamentos e ações. Assim, perceber o processo é uma escolha, não algo que acontece naturalmente. Pois nem sempre é fácil ver o passado refletido nas ações do presente, e mais, mudar essas ações, conscientemente de que é a única forma de tentar conduzir um futuro prodigioso.
Vimos no Fantástico de 08/01/06, alunos que voltavam à escola em que estudaram. Era um bairro pobre em João Pessoa. A escola abriu as portas para a Internet. Os melhores alunos voltam à escola como voluntários para auxiliar na educação dos que ficaram... Um aluno chegou a mencionar que tinha muitos sonhos, mas o maior deles é terminar os estudos e se formar em Ciência da Computação... Veja, é um ciclo... Ele vai à escola, mas no fundo busca o sonho, sonho este que está interligado ao sonho da mãe, pois dois de seus irmãos não terminaram os estudos. Então mais do que um sonho de realização, talvez ele também queira que sua mãe se orgulhe dele... Mudando o presente ele não altera o passado, mas alcança um futuro melhor que não é sonhado só por ele. Para alcançar esse sonho ele auxilia outras crianças na escola. Ou seja, uma ação nossa promove muitas mudanças, não somente individuais. Isso acresce de mérito a escolha... Portanto é mesmo uma questão de opção entender o processo, não algo que aconteça naturalmente, já que para fazer acontecer é necessária uma pitada de esforço e muitas de coragem.
Perceber o processo significa que não poderemos culpar alguém em determinada situação, como talvez fizéssemos no passado. Significa que teremos que compreender nossas vidas, nosso aprendizado, nossa história... Significa também que teremos que assumir responsabilidades... Não termos desculpas, termos compromisso.
Então se o educador está disposto a assumir estes encargos ele busca possibilidades de aprender cada vez mais, adaptando o que apreende, da sua maneira, no melhor do seu estilo, para si e para os seus educandos.
     Leva-se mais de vinte anos para que um recém – nascido se torne um adulto.
A criança irá se desenvolver, de acordo com suas potencialidades (as quais já nascem com ela) e com o seu meio ambiente, e as meninas vão amadurecer mais depressa e mais cedo do que os meninos.
Dos cinco aos dez anos há um importante desenvolvimento da criança, neste período ela perde os dentes de leite, nasce o primeiro dente permanente, entra na escola... São eventos biológicos e sociológicos.
Este ciclo é intermediário entre a fase de bebê e a fase da adolescência e não deve de forma alguma ser negligenciado.
Assim os educadores devem estar atentos para não permitir que o currículo escolar, bem como suas metodologias, sejam determinados apenas por psicologia de aprendizagem, mas, sobretudo por uma psicologia de desenvolvimento. Isso porque acontecem mais coisas no período dos cinco aos doze do que poderíamos perceber... Alternam o equilíbrio e o desequilíbrio, introversão e introversão, lar e escola, interesses individuais e coletivos, psicomotricidade grossa e fina, controle sutil dos movimentos oculares... Enfim tudo o que o educando necessitará mais tarde para poder tirar proveito e prazer da leitura e da escrita. O desenvolvimento não se dá em linha reta.
O aluno, como dito anteriormente não pode ser o único responsável pelo seu desenvolvimento, pois não apreende os ciclos, nos quais está envolvido, em toda a sua extensão. Ele tende a viver o presente profundamente. Então os adultos envolvidos na sua educação devem fazer o melhor uso possível dessa compreensão, pois assim estarão vendo com outros olhos as falhas,os esforços e as imaturidades de seus alunos. O comportamento deles passa a ser apreciado em função de um desenvolvimento seu, particular, individual e intransferível.
Assim, o educando pode ser educado, segundo uma orientação com base em simpatia e compreensão, tendo sua individualidade respeitada e preservada.


Biografia:
Graduandas em Letras pela Universidade de Uberaba,UNIUBE,MG.
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