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O movimento é um desejo da alma
Marília Fátima Xavier Machado

Resumo:
A psicomotricidade como estratégia de ensino-aprendizagem nas fases iniciais das crianças até 6 anos. Bem, como facilitadora na elaboração e desenvolvimento de atividades dinâmicas e prazerosas.

O movimento, é um desejo da alma

Marilia de Fatima Xavier Machado

O texto a seguir tem como objetivo discutir e suscitar aos profissionais da educação, quero aqui chamar atenção especialmente aos professores da educação infantil (0 a 6 anos), o interesse em conhecer a Psicomotricidade e suas contribuições para o desenvolvimento, avaliação e prevenção de problemas enfrentados no desenvolvimento das crianças nas salas de aula; percepção sensorial, raciocínio lógico, transtornos no desenvolvimento (TEA, TDAH, linguagem e outros); atenção, memória, receptividade de regras e interação social.

Segundo, OMS - A infância é a etapa inicial da vida compreendida entre o nascimento e os 12 anos de idade. As experiências vividas nesse período são cientificamente reconhecidas por afetar profundamente o desenvolvimento físico, mental, social e emocional dos indivíduos. Sendo assim, negligenciar a infância, nesta continua oferta de atividades mecânicas, sistematizadas, cansativas e desestimulantes para crianças e adolescentes; corremos o risco de continuar a presenciar os recorrentes atrasos no desenvolvimento global das crianças.

O direito

Reconhecendo que é um direito pautado nas leis vigentes no País (Art. 205) A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa... É importante preservar a criança em todas as fases do desenvolvimento, cuidando para que tenham garantido todos os seus direitos sociais, educacionais e familiares. Não podemos aqui deixar de observar o direito à educação de qualidade. A Lei de Diretrizes e Bases n. 9.394/96, art 9, define como a finalidade da Educação Infantil o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social. Observamos o direito; e embutido, um dever a ser executado. De que valerá tantas leis e pesquisas, se não olharmos para o amanhã com esperança.

Não parece lógico que ao investir em todas as formas de desenvolvimento, como: brincadeiras, jogos simbólicos, raciocínio lógico, música de qualidade, leitura adequados à faixa e atividades que estimulem o desenvolvimento motor; para além, das atividades de educação física e baseando-nos em dados científicos, todos, lucraremos com uma sociedade que desenvolva um pensamento crítico desde a mais tenra infância. Portanto, a partir de atividades que estimulem o corpo (motor) e concomitantemente a ordem, as regras, o convívio social, respeito mútuo, maturação emocional e o autoconhecimento; percepção, raciocínio, consciência, imaginação, atenção, linguagem, criatividade, processar informações diversas; construindo pontes de acesso e de mão dupla em direção do outro, tendo o movimento, o brincar espontâneo e pedagógico como base das atividades, estas seriam mais estimulantes e prazerosas.


O brincar

“Podemos deduzir que a criança não pensa melhor ao ser incentivada a reproduzir, mas, se estimulada a pensar logicamente ou a construir os significados quando agir sobre os objetos; combinando, dissociando-os, subtraindo, multiplicando etc”. (Piaget, 1989, 9). Não se trata do brincar sem compromisso ou objetividade; mas, como forma de aprendizado e desenvolvimento social, emocional e cognitivo. No entanto, não podemos deixar de considerar fatores sociais, genéticos, ambientais, e culturais influenciam positivamente ou negativamente na evolução de cada criança ou adolescente. Ao considerar fatores externos, penso no aumento da violência no ambiente escolar e respostas negativas que as crianças (especialmente) tem nos apresentados. Não sinto, neste momento, a necessidade de citar dados, visto que meu convite é observarmos possíveis soluções para problemas tão conhecidos na comunidade escolar e na sociedade civil. O que não descarta a violência como sendo uma barreira que tem nos assustados e por vezes causado problemas de saúde nos professores e demais profissionais que atuam nesta área, consequentemente diminuindo a motivação de alguns profissionais. Porém, a psicomotricidade abrange não somente a infância, mas, o desenvolvimento de todas as fases da vida.

A psicomotricidade

A Psicomotricidade ( psi - emoções; co - cognição; motriz – movimento; idade – etapas da vida) é definida como uma ciência que tem como objeto de estudo o homem, por meio do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, atuação conjunta e harmoniosa de corpo e mente, resultando nas mais variadas habilidades cognitivas e emocionais, segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade (1988).

Os pilares

O querer fazer (questões emocionais e envolve o sistema límbico); o poder fazer (questões motoras e envolve sistema reticular) e o saber fazer (questões cognitivas e envolve o córtex cerebral). Vemos que o objeto de estudo da psicomotricidade é o ser integral e individualizado, levando em consideração as relações com seu corpo, seus movimentos, seus aprendizados e suas dificuldades de maturação e desenvolvimento, investigando a relação entre o psiquismo e a motricidade. Se não houver um equilíbrio entre os pilares, aparecerá disfunções no movimento.

A psicomotricidade observa o corpo (o que há de oculto no movimento e o que influenciou tal movimento). Como o sujeito se relaciona com os objetos, com o outro e consigo mesmo. A partir das observações será possível detectar qual área necessita de mais estímulos ou variação dos mesmos; é importante considerar a faixa etária. A psicomotricidade atua nas diversas áreas do conhecimento, na busca de restaurar (sendo o cérebro humano capaz de criar sinapses e readequar o movimento) e identificar possíveis distúrbios, gerar estímulos adequados e focar nas dificuldades apresentadas pelas crianças.


A busca

Aristóteles defendia a ideia de que o corpo se movimentava por desejo da alma, pois esta acionava a energia vital que causava o movimento. (Marinho, p. 56). O corpo busca satisfazer um desejo interno do ser. O ente; expressa-se no movimento, na procura, de se relacionar com o outro; seja, um objeto, pessoa ou resolver alguma questão interna; como: alcançar um brinquedo, vestir-se, alimentar-se ou como vencer uma corrida.

A escola

O ambiente escolar, durante muito tempo conseguiu podar, moldar os alunos, colocar numa forma, uma ser totalmente flexível e adaptável. Não desejo com esta observação fazer uma crítica aos professores, mas, suscitar um desejo de rever práticas ideológicas e solidificadas, por bases científicas.

Entendendo que a motricidade é expressão e resulta nas aquisições das pessoas; podemos a partir disso, avaliar os conteúdos oferecidos e fazer novas avaliações, a fim de construir caminhos mais efetivos, dinâmicos e prazerosos, no que diz respeito as práticas educativas. Se somos resultado do meio. Nos tornamos então, resultados do que nos “alimentamos” ou somos “alimentados”.

Finalizo
O movimento é o pensamento em ato! (Henri Wallon, 1979)


Biografia:
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Monografias O movimento é um desejo da alma Marília Fátima Xavier Machado


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