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A "cerimônia" dos 470 anos de São Paulo
Vander Roberto

Os 470 anos da cidade de São Paulo não passou batido por mim. Estive na cerimônia em homenagem aos fundadores da cidade e o evento foi rápido em frente ao Pateo do Collegio não durando nem quinze minutos para entrega de coroas de flores no momumento frontal. A cidade teve outros eventos ao qual não participei. As autoridades estiveram presentes exceto o Governador Tarcísio de Freitas que enviou representante, coisa indelicada por sinal. No mesmo instante da cerimônia houve uma corrida e caminhada bem em frente ao Pateo do Collegio dificultando o acesso ao local pela Rua Boa Vista. Chamou minha atenção a falta de ônibus em dia de gratuidade, falha absurda para deslocamento no aniversário da cidade sem contar o excesso de mendigos e pedintes.

A cerimônia foi fraca e decepcionante para os 470 anos. A Polícia Militar do Estado de São Paulo esteve presente com sua orquestra e não executou o Hino da cidade de São Paulo e nem do Estado de São Paulo mais uma vez. Há uma desconexão evidente com o evento neste caso. Tocou-se uma música do grupo Demônios da Garoa dando por encerrada a cerimônia. As bandeiras já estavam previamente hasteadas e nem o cerimonial foi feito. Esquisito. Senti uma falta de respeito. Não bastasse a ausência do Governador ainda tivemos algo do tipo "faz rápido para acabar logo". Inaceitável. O cacique Tibiriçá deveria estar revirando no túmulo dele lá na cripta da Catedral da Sé tamanha a falta de sentimento. As próprias coroas de flores pareciam diminutas perto daqueles que fundaram a cidade em 25 de Janeiro de 1554.

A data passa e ficam os problemas crônicos na cidade. É muito visível o empobrecimento popular, o aumento da população morando nas ruas, muita gente evitando sair para não gastar dinheiro. O comércio no centro praticamente nem abriu havendo uma padaria e um restaurante no meu trajeto. Não abriram a Livraria UNESP, o sebo do Messias e até a igreja São Luiz Gonzaga. Geralmente quando há eventos desta natureza os comércios costumam abrir em outras cidades e neste caso estavam fechados. A violência e o aumento de crimes são evidentes nestes locais e especialmene gente dormindo na rua! Isto parece ter contribuído para a baixíssima e quase nula presença dos(as) paulistanos(as) na cerimônia na parte externa do Pateo do Collegio. Dentro, haviam monitores e somente umas 30 pessoas circulavam por lá quando retornei após comer alguma coisa um pouco distante. Acabei retornando para casa onze da manhã e cheguei meio dia e quinze após esperar quase 30 minutos um ônibus no Terminal.

Espero que em 2025 o evento seja melhor e mais pensado para uma data tão importante para a população da cidade de São Paulo e os(as) paulistas em geral além de quem adotou a capital como lar. Cada ano o evento está ficando paupérrimo. Não há mais o glamour visto décadas antes como no Quarto Centenário com desfiles escolares e até músicas para tal festividade. Mário Zan que fez a música "Quarto Centenário" e Hebe que cantou "São Paulo Quatrocentão" devem estar tristes onde estiverem. A Memória da cidade de São Paulo parece ter sido enterrada com seu próprio passado. A população paulistana dá bons sinais que História não é interessante. Triste. Mudemos isto.


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