Andando nas trilhas
de meu interior,
sou eu, eu assim...
São montes e colinas
que atravesso no tempo,
em mim, vendo as flores
que brotam no caminho,
rosas e jasmins.
Mas sou mais margaridas,
papoulas, açucenas
flores dos colibris.
E percebo
nestas andanças,
não sou o que penso,
não tanto.
Assim fascinante...
não sou,
sou simples,
foi pretensão,
foi demais.
Cheguei numa
curva de mim,
dobrei o cabo,
a esquina,
vi a praça.
Os brinquedos perdi,
todos eles,
agora a estrada é terra,
tem pedras.
Os espinhos fazem
carícias na alma,
machucam,
quebram o espelho.
E eu, quem sou eu,
que nem sei mais,
onde vou?
Para o fundo.
Ali é bom, escuro,
quieto, há descanso.
Uma certa paz.
Paz eu quero.
O que quero nunca tenho,
desisto, perco sempre,
mas não quero.
- Mas esperas?
Sim espero.
Ah! como espero.
Espero o que disse
que devia esperar.
Esperar calada?
E só o silêncio responde:
- Quieta, calada,
como eu... que
espero tudo em silêncio..
Maria
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