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Os reflexos da pandemia na entrega de alimentos
Flora Fernweh

Durante a primeira Guerra Mundial, no período de 1914 a 1918, registrou-se o primeiro caso de entrega da ração militar aos soldados americanos nas trincheiras, em latas que mantinham a água fresca e a comida aquecida. De modo análogo, a entrega do alimento é uma etapa que tornou-se cada vez mais recorrente no momento histórico contemporâneo, marcado por uma verdadeira batalha pela contenção do novo Coronavírus, que traz consigo a necessidade da adequação dos hábitos ao isolamento social, e consequentemente, a busca por soluções mais ágeis e práticas. Visando atender às demandas alimentares da população, situam-se os entregadores de aplicativos, que em decorrência do maior contato com os clientes, expõem sua saúde em um estado de vulnerabilidade.

Apesar da alarmante situação de medo e insegurança, proporcionada pela pandemia em relação aos entregadores de aplicativo, a queda dos ganhos com essa atividade remunerada é apontada como o quesito responsável pelas maiores preocupações desses trabalhadores. Conforme dados da BBC News, aproximadamente 90% dos entrevistados, tiveram um percentual de ganhos igual ou menor, em comparação com o período anterior à pandemia, o que demonstra uma nítida negligência da regulamentação dos trabalhadores, que em muitos casos, executam as atividades de entrega, sem seus devidos direitos assegurados pela CLT. Cabe ressaltar que a pandemia acentuou as desigualdades entre o povo. Outrossim, a massa trabalhadora enfrenta desafios diretamente relacionados à disparidade econômica e à falta de consideração por parte das empresas integradas.

Segundo a professora da Unicamp, Ludmila Costhek Abílio, a perversidade do modelo de negócios que se instalou, está no fato de as empresas lucrarem a ponto de cessarem a divulgação de seu faturamento, tendo como contrapartida, a desvalorização dos motofretistas que realizam um trabalho essencial, porém, pouco reconhecido. Ademais, infere-se que as empresas que fazem uso dos serviços por entrega, devem adotar como medida de proteção dos entregadores, a disponibilização de itens como álcool em gel, máscaras e luvas. Entretanto, essas providências não foram efetivadas em curto prazo, o que coloca em risco a saúde e a vida daqueles que não têm outra alternativa de trabalho ou fonte de renda, e exemplifica a incongruência das empresas e restaurantes, associados aos obstáculos enfrentados pelos entregadores de aplicativo, de modo proporcional à curva de contágio de determinada região.

Diante de uma conjuntura de crescente falta de reconhecimento do trabalho de entregadores de aplicativos, o que conduz a um cenário de percalços aos trabalhadores e a uma assoladora crise no que diz respeito à legislação trabalhista, é imprescindível a atuação do Ministério do Trabalho, aliado aos órgãos e serviços de saúde, no esforço em garantir a segurança dos trabalhadores, juntamente com seus direitos, vantagens e remunerações, em meio a crise que o Brasil e o mundo enfrentam. Além disso, é fundamental a pressão que as greves dos entregadores e a conscientização do povo, exerce sobre as empresas atreladas aos serviços de delivery, na tentativa de persuadi-las a compreender a importância dos entregadores em uma circunstância delicada na qual o país se encontra, e a providenciar kits de higiene aos mesmos. Desse modo, objetiva-se uma minimização dos riscos de contágio e uma melhoria na qualidade de vida dos entregadores de aplicativo, tanto na perspectiva da saúde, quanto na esfera da legalidade salarial.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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