Era uma vez um Camponês
Que, ao caminhar, um dia,
Pela Floresta vizinha,
Pegou o Ovo de uma Águia
E o colocou no ninho da Galinha...
A Galinha chocou o Ovo da Águia,
Sem perceber que era diferente...
O filhotinho nasceu feliz e contente
E ciscava o dia inteiro, no terreiro,
Com os filhotinhos da Galinha...
Mas, um dia, o Camponês
Recebeu a visita de um Naturalista...
Que, ao ver o pássaro, exclamou:
- Este pássaro, meu amigo,
Não é uma Galinha!
Vamos libertá-lo deste castigo!
Ele precisa voar!
Mas, o Camponês retrucou:
- Ele foi foi criado como Galinha,
Nunca voou, nem, vai aprender a voar...
Deixe tudo, assim, como está!
Não, disse o Naturalista...
- O seu coração de Águia
Há de levá-lo às alturas!
A vida não é só o que se avista!
Façamos um desafio:
Vamos erguê-la, no ar,
Para ver se ela é capaz
De bater asas e voar...
A Águia, no braço do Naturalista,
Avistou as Galinhas ciscando grãos
E pulou, para junto delas, no Chão.
Então, o Camponês comentou:
- Esta linda Ave é minha,
Eu a criei e ela virou Galinha...
No dia seguinte, o Naturalista insistiu...
A levou para o teto da Casa
E disse para ela bater asas,
Mas ainda não foi desta vez!
Debochando, disse o Camponês:
- Deixe de teimosia,
Esta Ave é minha
E eu já lhe disse
Que a criei como Galinha!
No terceiro dia,
Lá no alto da Montanha,
O Naturalista ergueu a Águia,
Disse para ela abrir as asas e voar...
Mas ela olhou para baixo, tremeu
E não realizou a façanha.
No quarto dia, porém,
O Naturalista a segurou, firmemente,
E direcionou os olhos dela para o Céu,
Lançou-a no ar e, repentinamente,
Ela pegou um grande impulso
E se pôs a voar, escolhendo
Para si, o melhor percurso.
Ela descortinou novos Horizontes,
Para além das cercas, muros e pontes...
Conheceu novos Mundos e novos ares,
Novas Terras e tantos lugares,
Viajou pelo Céu azul,
Por Nuvens, Rios e Mares,
E conferiu, a olho nu,
Tudo o que jamais imaginou!
Hoje ela sabe como é bom voar!
E não se arrepende de ter deixado
Para trás o hábito de ciscar!
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