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TV feita a mão
Rafael da Silva Claro



São programas produzidos com cenários parecidos com algo vindo do submundo da 25 de Março ou do Brás. São confeccionados com tecidos vagabundos e papelão, presos com cola quente, lona plástica e fita crepe. Essas obras-primas do entretenimento são levadas ao ar a duras penas e orçamento restrito. Eu falo dos programas de baixíssimo orçamento.

Daltro Cavalheiro “Rei da Madrugada”, programa Alegria Alegria “o programa mais alegre do Brasil”, de enorme audiência (para o horário), era um ícone trash. Quem assistia a isso, acredito, era quem chegava em casa de madrugada e ligava a televisão para se divertir com o que de pior podia ser encontrado nesse horário, estava fazendo a refeição da madrugada ou se encontrava à beira do suicídio. Eu assistia a isso, saboreando um pedaço de pizza fria ou outra coisa.

Daltro tinha um carisma e voz de “locutor de notas de escolas de samba”. Ali, desfilavam músicos ruins, dançarinas com baixa autoestima lá em cima, jurados com baixa credibilidade, convidados constrangidíssimos e uma plateia catada. Daltro Cavalheiro “mestre da comunicação”nos deixou, tendo um reconhecimento apenas regional, no Rio Grande do Sul. Em seu lugar ficou Kássia Franco, mas o show perdeu sua essência.

Igualmente constrangedor e vergonhoso, é o Programa do Jacaré. Uma tentativa malfadada de copiar o Ratinho. É bom porque até nos, pouco pretensiosos, objetivos eles falham. Sensacional!

João Inácio Show é, provavelmente, um dos programas mais vergonhosos da televisão mundial. O, vá lá, show deve ter boa audiência porque tem um cenário, por assim dizer, mais elaborado, assuntos palpitantes e assistentes de palco (inacietes) de fino trato. Além disso, a atração é tão simples que fica genial.

João Inácio, um gênio da comunicação que o Sudeste ainda não reconheceu, alterna a voz entre “locutor de boate e locutor de supermercado”. Com seu jeito canastrão de ser e desconhecedor do conceito de “politicamente correto”, João Inácio age e fala como se estivesse no século XX. Ele é o dinossauro da televisão brasileira, se morto estivesse seria um fóssil.

Sem nenhum demérito, esses programas de televisão, de parcos investimentos, possuem um nível de tosquice que entrega o suprassumo do mau gosto e da avacalhação. O resultado: é tão ruim que fica excelente.










Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
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